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PRELUDE TO A LANDSCAPE | Group show

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Historicamente, a paisagem passou de um fragmento<br />

no fundo dos retratos, sacrificados em prole do tema<br />

principal, a um descobrimento por si só. Aqui se<br />

vislumbra um deslocamento consciente da realidade,<br />

como contraposição ao visível através do imaginado e<br />

longe do conhecido. Mais do que uma mimesis,<br />

pretende-se enunciar diferentes abordagens ao<br />

processo construtivos de novos espaços, muitas vezes<br />

baseados no imaginário do artista. Nesta aproximação,<br />

segue-se a ideia Platoniana que não assume a mimesis<br />

como algo importante, já que, se assim fosse, seria<br />

apenas uma cópia da aparência das coisas e, portanto,<br />

longe do mundo das ideias.<br />

O segundo momento desta exposição procura reflectir<br />

sobre os modelos de interpretação e representação do<br />

espaço e, por conseguinte, da paisagem. Estes<br />

modelos de interpretação e representação estão cada<br />

vez mais próximos das novas tecnologias, veículos<br />

privilegiados para a compreensão do espaço e das<br />

relações geradas entre indivíduo e natureza. Os<br />

modelos tridimensionais, a fotografia aérea, as imagens<br />

de satélite ou as ferramentas de geolocalização são<br />

instrumentos cada vez mais comuns nas representações<br />

de espaço físico. Isso torna-se claro quando nos<br />

deparamos com o corpo de trabalho deste segundo<br />

núcleo. Como Kemp argumenta, "os mecanismos de<br />

percepção (inatos ou adquiridos) encontraram<br />

expressão nos sistemas de representação espacial",<br />

sejam os mesmos arcaicos ou de ponta. Este grupo de<br />

artistas recorre a estes sistemas, enfrentando-os por<br />

vezes, de modo a tomar possível uma forma para<br />

mostrar um novo caminho para interpretar o que é<br />

visto, a partir de um campo não científico.<br />

Com a exposição que aqui se materializa não se<br />

procura apresentar posicionamentos encerrados, que<br />

assegurem a fidelidade e a replicabilidade dos<br />

pensamentos que estiveram na origem de cada uma<br />

das visões que aqui dialogam. Ao invés, procura-se<br />

indicar caminhos ao espectador, tornando este num<br />

agente activo na critica do que se vê ou se constrói, a<br />

partir do que normalmente definimos como real.

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