O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
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aceitam idéias e disciplinas sem objeção ou necessidade de provas, bem como os grupos<br />
profissionais, sujeitos tradicionalmente à obediência cega. Apontam-se ainda como bons<br />
“sujets” os militares profissionais, devido à ascendência hierárquica a que se expõem<br />
habitualmente, os maridos dominados pelas respectivas mulheres, as espôsas subservientes<br />
e, sobretudo, os indivíduos que acreditam cegamente no hipnotismo. Dentre os mais fáceis<br />
de hipnotizar, incluem-se normalmente as pessoas anteriormente hipnotizadas. Digo<br />
normalmente porque há exceções, conforme veremos mais adiante.<br />
OS TIPOS PREGENITAIS<br />
O TIPO ORAL<br />
A tendência para a ação irracional, instintiva e inconsciente, característica dos bons<br />
“sujets”, decorre, até certo ponto, da imaturidade instintiva, própria do tipo pregenital da<br />
classificação caracterológica psicanalítica. Em psicanálise distinguimos três fases<br />
pregenitais : a oral, a anal e a fálica, seguindo-se a essas três fases a genitalidade madura da<br />
personalidade animicamente adulta. Cada uma dessas três fases apresenta seus traços de<br />
caráter típicos. O tipo oral por exemplo, ou seja, aquele indivíduo que se fixou<br />
libidinosamente no período infantil da lactação, reconhece-se pelos traços de caráter<br />
seguintes : é insaciável, incontestável, impaciente, sofre do complexo de rejeição. É um<br />
frustrado oral para quem a hipnose representa uma reação imediata à sua frustração. É,<br />
psicològicamente falando, um mal-desmamado, um necessitado perpétuo de amamentação.<br />
Para êsse tipo caracterológico, as palavras do hipnotizador representam inconscientemente<br />
um substituto simbólico do leite materno. Da qualidade e da quantidade do “leite”<br />
dependerão a rapidez e a profundidade do transe.<br />
O TIPO ANAL<br />
O tipo anal é aquêle indivíduo que estacionou ou regrediu à segunda fase, fase essa<br />
em que a criança começa a preocupar-se com as funções secretoras e excretoras. Êsse tipo<br />
distingue-se pela excessiva preocupação de poupança. É muitas vêzes fácil de ser<br />
identificado por sinais externos De índole cautelosa, medroso e propenso à credulidade e à<br />
superstição. É geralmente afeito ao uso de amuletos protetores. E tem uma pronunciada<br />
preferência pela indumentária marrom, que é precisamente a côr da primeira economia do<br />
ser em desenvolvimento, na feliz formulação de Ferenczi. Dentre as milhares de pessoas<br />
por mim hipnotizadas, os homens de terno marrom e os portadores de amuletos<br />
representam numèricamente uma parcela importante.<br />
O TIPO FÁLICO<br />
O tipo fálico é uma espécie de novo rico na organização genital. Êsse tipo<br />
caracterológico é, entre outras coisas, propenso às façanhas exibicionistas. É o homem das<br />
façanhas masculinas, o ator. Presta-se particularmente à hipnose, pois a hipnose é, como já<br />
vimos, um gênero dramático. É dramatização de idéias para fins instintivos, nem sempre<br />
fáceis de identificar. Hipnotizado, êsse indivíduo caracteriza-se pela exagerada