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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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98<br />

K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

XI — CRITÉRIOS DE SUSCETIBILIDADE<br />

Q UAIS AS PESSÔAS MAIS HIPNOTIZÁVEIS?<br />

Uma resposta cabal 112 a esta pergunta valeria por uma tranqüilidade para os<br />

hipnotistas de um modo geral e para os principiantes em particular. Um fracasso quase<br />

sempre repercute de forma depressiva, sobretudo quando o hipnotizador ainda não alcançou<br />

um nível de independência crítica e emocional, próprios dos estágios mais maduros e<br />

adultos da personalidade e próprio dos indivíduos que já têm o seu prestígio firmado. Uma<br />

resposta à pergunta acima implica em dados estatísticos, obtidos à base de milhares de<br />

experiências realizadas com todos os grupos profissionais, como todos os biótipos ou tipos<br />

psicológicos possíveis. Envolve ainda a admissão das doutrinas básicas de hipnotismo.<br />

Mais de um autor, inclusive o autor dêste trabalho, tem as suas observações próprias nesse<br />

particular, e existem listas cuidadosamente organizadas, indicando, ou pretendendo indicar,<br />

quais os indivíduos mais suscetíveis de indução hipnótica.<br />

O S TIPOS IMPULSIVOS<br />

Desde Bernheim sabemos que a hipnose consiste inicialmente na inibição das<br />

funções da personalidade consciente, ou seja, do EGO. A outra parte, chamada ID na<br />

terminologia psicanalítica, é a parte irracional, instintiva, automática e inconsciente da<br />

personalidade humana. Quanto mais dominada a pessoa pelo ID, ou seja, pela parte<br />

irracional, instintiva e automática, tanto mais propensa se mostrará à indução hipnótica. A<br />

hipnose representa para a maioria dos “sujets” uma oportunidade de escapamento, uma<br />

fuga temporária das censuras e coerções 113 do EGO, férias do EU. Os autores mais<br />

modernos concordam em que a suscetibilidade hipnótica seja um traço de personalidade<br />

decididamente condicionado a repressões e mecanismos de defesa e de impunidade. Uma<br />

espécie de reação compensatória a uma frustração instintiva. Daí o tipo impulsivo, o<br />

valente e brigão de ação automática se mostrar mais suscetível às impressões externas e às<br />

reações instintivas estereotipadas, as quais a sugestão hipnótica notòriamente suscita. “Um<br />

indivíduo — diz Lloyd-Tuckey — que num gesto impulsivo, puramente automático, mata<br />

um adversário que o insultou, é muito mais fácil de hipnotizar do que um outro que, nas<br />

mesmas circunstâncias, chama a polícia e move um processo ao agressor.”<br />

Quando à impulsividade e à reação automática se associam a credulidade e uma<br />

certa tendência à obediência, a suscetibilidade apresenta um índice ainda mais pronunciado.<br />

Encontramos freqüentemente indivíduos impulsivos que, não obstante tôda sua braveza, são<br />

fáceis de manobrar e fáceis de convencer. São particularmente suscetíveis as pessoas que<br />

112<br />

Completa; Plena; Rigorosa.<br />

113<br />

Coerção: Coagir.

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