O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
96 K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O por sexto sentido. Êsse sexto sentido, na feliz formulação de B G i n d o s , outra coisa não é que a capacidade de colocar-se no lugar do outro, no caso, no lugar do “sujet”, a fim de enxergar com os seus olhos e vêr as coisas como êle, “sujet”, as vê, com tôdas as limitações preconceituais e emoções preformadas. O “sujet” tem de sentir, instintivamente, a mágica presença de um indivíduo dêsses, capaz de tomar-lhe o pulso, entrar nêle e agir em função das suas expectativas, sincronizadamente com as suas próprias experiências emocionais e mentais. Repito : a qualificação do hipnotizador tem de processar-se em função do indivíduo que êle vai hipnotizar e ainda em função das circunstâncias e da situação específica em que a hipnose se realiza. Sabemos que os fenômenos hipnóticos se produzem e se explicam muito mais em função do paciente do que em função do hipnotista. O artista pròpriamente dito é “sujet”. Quanto ao hipnotizador, não passaria, na melhor das hipóteses, do animador do programa. Com efeito, o papel principal cabe sempre ao paciente. Prova é que uma sessão de hipnotismo pode efetuar-se, ocasionalmente, sem a presença física do hipnotista, nunca sem o paciente. Nem por isso dispensamos a qualificação daquêle, já que, conforme se disse adiante, as variantes são tão complexas que nem sequer podemos, por enquanto, determinar-lhes as medidas. O consenso popular atribui ao hipnotizador traços de caráter mágico, cercando-lhe a personalidade de lendas e supertições. ( * ) A crença é a de que, de um modo geral, o hipnotista não chegue a ser máu, ao ponto de causar dano, doença ou morte a quem quer que seja, embora se lhe reconheça poderes para tanto. Os hipnotizadores de palco, explorando essa supersticiosidade, divertem-se amiudo castigando os incréos 111 e os adversários do hipnotismo, com penas leves, geralmente hilariantes, visando ùnicamente a convencê-los e obrigá-los a reconhecer o seu poder, prestando destarte tributo à sua vaidade, quando não ao seu complexo de homem-Deus. * ( * ) A lenda mais espalhada, em todos os quadrantes da terra, é aquela da hora. Segundo o testemunho direto ou indireto da maioria dos habitantes do globo terrestre, o hipnotizador X, cujo nome varia no tempo e no espaço, apresentou-se a uma platéia impaciente e indignada, com um atraso proposital de três ou quatro horas — O mago simulando surpresa com os protestos do público, exigiu que incontinenti consultassem os respectivos relógios… E os cronômetros, sem exceção, acusaram oito horas, ou seja a hora marcada para o início da função, em vez de meia noite. Ato contínuo o hipnotista declarou encerrada a sessão. Era êsse seu número único e suficiente. Escusado será dizer, que não existiu e jamais existirá hipnotizador capaz de semelhante proeza. E por outro lado, não é de se admitir que uma platéia, ainda que se lhe apresente motivos de fôrça maior, tenha a paciência de esperar quatro horas. 111 Indivíduos Incrédulos.
K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O 97 Na primeira fase da hipnose sugere-se ao paciente a levitação dos braços: “Você está sentindo uma atração nos braços… Seus braços se levantam lenta, porém, irresistìvelmente… Seus braços continuam a levantar, etc. etc.”.
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limitações preconceituais e emoções preformadas. O “sujet” tem de sentir, instintivamente,<br />
a mágica presença de um indivíduo dêsses, capaz de tomar-lhe o pulso, entrar nêle e agir<br />
em função das suas expectativas, sincronizadamente com as suas próprias experiências<br />
emocionais e mentais. Repito : a qualificação do hipnotizador tem de processar-se em<br />
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situação específica em que a hipnose se realiza. Sabemos que os fenômenos hipnóticos se<br />
produzem e se explicam muito mais em função do paciente do que em função do hipnotista.<br />
O artista pròpriamente dito é “sujet”. Quanto ao hipnotizador, não passaria, na melhor das<br />
hipóteses, do animador do programa. Com efeito, o papel principal cabe sempre ao<br />
paciente. Prova é que uma sessão de hipnotismo pode efetuar-se, ocasionalmente, sem a<br />
presença física do hipnotista, nunca sem o paciente. Nem por isso dispensamos a<br />
qualificação daquêle, já que, conforme se disse adiante, as variantes são tão complexas que<br />
nem sequer podemos, por enquanto, determinar-lhes as medidas.<br />
O consenso popular atribui ao hipnotizador traços de caráter mágico, cercando-lhe a<br />
personalidade de lendas e supertições. ( * ) A crença é a de que, de um modo geral, o<br />
hipnotista não chegue a ser máu, ao ponto de causar dano, doença ou morte a quem quer<br />
que seja, embora se lhe reconheça poderes para tanto. Os hipnotizadores de palco,<br />
explorando essa supersticiosidade, divertem-se amiudo castigando os incréos 111 e os<br />
adversários do hipnotismo, com penas leves, geralmente hilariantes, visando ùnicamente a<br />
convencê-los e obrigá-los a reconhecer o seu poder, prestando destarte tributo à sua<br />
vaidade, quando não ao seu complexo de homem-Deus.<br />
* ( * ) A lenda mais espalhada, em todos os quadrantes da terra, é aquela da hora. Segundo o testemunho<br />
direto ou indireto da maioria dos habitantes do globo terrestre, o hipnotizador X, cujo nome varia no tempo e<br />
no espaço, apresentou-se a uma platéia impaciente e indignada, com um atraso proposital de três ou quatro<br />
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respectivos relógios… E os cronômetros, sem exceção, acusaram oito horas, ou seja a hora marcada para o<br />
início da função, em vez de meia noite. Ato contínuo o hipnotista declarou encerrada a sessão. Era êsse seu<br />
número único e suficiente. Escusado será dizer, que não existiu e jamais existirá hipnotizador capaz de<br />
semelhante proeza. E por outro lado, não é de se admitir que uma platéia, ainda que se lhe apresente motivos<br />
de fôrça maior, tenha a paciência de esperar quatro horas.<br />
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