22.04.2017 Views

O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

88<br />

K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

transe (no sentido da inconsciência) e na ausência do hipnotizador. Vai um exemplo para<br />

fins odontológicos : Passando a mão no campo operatório, digo ao paciente : “Quando<br />

você assentar-se na cadeira do dentista, esta região ficará completamente insensibilizada…<br />

Completamente anestesiada.” Esta sugestão é repetida com a devida ênfase. E continuo :<br />

“Ao levantar da cadeira do dentista, tornará a sentir esta região, porém sem dor ou qualquer<br />

sensação desagradável. Passará muito bem” etc., etc. O autor teve inúmeras oportunidades<br />

para demonstrar, pràticamente, a eficiência da indução por sugestão post-hipnótica para fins<br />

cirúrgicos, nos cursos que ministrou a entidades médico-odontológicas. Antes de proceder a<br />

uma sugestão post-hipnótica de maior responsabilidade, é uso testar o paciente em ralação<br />

ao grau de hipnose em que se encontra.<br />

A LG U N S CUIDADOS PRELIMINARES<br />

A impressão de prestígio, de autoridade e de austeridade do hipnotista deve ser<br />

reforçada pela sua aparência física. Sua indumentária 107 , assim como o gabinete em que<br />

trabalha, devem manter uma aparência impecável. Há pacientes inconscientemente<br />

alérgicos à desordem e à imundície. Um gabinete mal arranjado, um hipnotizador de unhas<br />

sujas ou mal ajambrado, podem constitui-se em impecilho decisivo.<br />

Evite-se, outrossim, ruídos. Recomenda-se deixar o telefone fora do gancho, ao<br />

menos enquanto dura o trabalho da indução. O bater de portas e o ruídos de ventiladores<br />

freqüentemente estorvam a sessão. Quanto aos ruídos do trânsito, tais como buzinas e<br />

apitos de guarda, deixam de perturbar à medida em que fazem parte dos hábitos auditivos<br />

do “sujet”. Mas, como quer que seja, um gabinete inteiramente silencioso é sempre melhor.<br />

Correntes e ar devem ser evitadas. Muitos pacientes manifestam uma exagerada<br />

sensibilidade em relação a correntes de ar, sobretudo frias. É comum resistirem à hipnose<br />

ou acordarem por êsse motivo. Esdaile, que a princípio hipnotizava os seus pacientes<br />

desnudos, para fins cirúrgicos, mais tarde precavia-se contra isso, cobrindo-os com<br />

cobertores.<br />

Quanto à iluminação, recomenda-se geralmente um ambiente ligeiramente<br />

obscurecido, com iluminação fraca e indireta.<br />

Para efeito de acomodação indica-se uma poltrona confortável ou um divã,<br />

conforme as indicações do caso.<br />

Um fator notòriamente negativo é a preocupação em relação ao tempo. Tanto o<br />

hipnotista como o “sujet” não podem estar preocupados com outros compromissos. Em tais<br />

casos é sempre preferível adiar a sessão.<br />

Conquanto a prudência mande trabalhar na presença de testemunhas, para evitar<br />

possíveis explorações e mesmo calúnias, não se recomenda consentir na participação de<br />

meros curiosos ou pessoas da família, sobretudo os pais. Sabemos que a presença da<br />

familiaridade concorre para diminuir o prestígio, e que, por outro lado, o hipnotista deriva<br />

seu prestígio, largamente, do fato de representar um substituto da autoridade materna e<br />

paterna. Essa autoridade da infância, presente em carne e osso, tem de enfraquecer o poder<br />

sugestivo do hipnotizador. A atenção do paciente volta-se para a autoridade da família em<br />

lugar de concentrar-se na do hipnotista. Por sua vez, a presença de um curioso, rindo ao<br />

notar as primeiras reações do paciente ou as dificuldades do hipnotizador, pode perturbar<br />

107107<br />

Roupa.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!