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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

87<br />

A INDUÇÃO POR SUGESTÃO POST-HIPNÓTICA<br />

Um dos aspectos compensadores do hipnotismo é o recurso da sugestão posthipnótica.<br />

Uma vez induzido, o “sujet” não oferece mais dificuldades (salvo em casos<br />

excepcionais) nas sessões subseqüentes. Em relação à pessoa hipnotizada, os métodos de<br />

indução podem ser dispensados, sendo substituídos por uma simples ordem post-hipnótica.<br />

Ordem essa que, geralmente, consiste num gesto ou numa única palavra chave<br />

convencionada em estado de transe 105 . O indivíduo hipnotizado recebe a ordem de entrar<br />

em novo transe em condições especificadas ou convencionadas pelo hipnotizador. A<br />

convenção post-hipnótica pode assumir feições espetaculares, conforme a imaginação e os<br />

propósitos do hipnotista. É perfeitamente possível rehipnotizar um paciente por telefone,<br />

carta ou telegrama 106 . Para tanto, basta uma ordem de entrar em novo transe ao ouvir a voz<br />

do hipnotista no telefone, ou ao receber-lhe uma carta ou telegrama. Um paciente meu que<br />

sofria de insônia utilizava-se de um simples cartão de visita. A ordem era esta : sempre que<br />

estivesse acometido de insônia, bastava olhar atentamente o meu cartão, e o transe se<br />

reproduziria. Do sono hipnótico passaria para o sono natural, e dêsse despertaria no dia<br />

seguinte, à hora de levantar, bem disposto e repousado. Normalmente limitamo-nos a<br />

sugerir ao paciente que, a um dado sinal ou palavra, retorne a estado hipnótico. Ex. : “Ao<br />

tocar-lhe três vêzes o ombro esquerdo (ou direito), você voltará ao transe em que você está<br />

agora”, ou “Ao passar-lhe três vêzes a mão pela na cabeça, você voltará ao transe profundo<br />

em que você se encontra agora”. Em lugar de um gesto, pode convencionar-se uma<br />

determinada palavra. Bernheim esboçava com a mão um gesto qualquer (entre outros, os<br />

dedos em forma de V) e dizia em tom imperativo : “DURMA!” Em um dou dois segundos<br />

o paciente, post-hipnòticamente condicionado, entrava em transe profundo. O hipnotista<br />

nunca deve esquecer-se de condicionar o efeito a ser produzido à sua pessoa ou a<br />

circunstâncias devidamente especificadas, a fim de evitar reincidências inoportunas.<br />

Lembro-me de um hipnotizador que convencionou para efeitos de reindução uma palavra<br />

comum. Esqueceu-se, no entanto, não sòmente de cancelar a sugestão post-hipnótica, como<br />

do próprio condicionamento. O “sujet”, visitando o hipnotista dois anos mais tarde e<br />

ouvindo da bôca dêste a palavra convencionada, caiu, para o espanto de todos os presentes,<br />

em transe profundo. B. Gindes conta de como certa vez, tendo deixado entre-aberta a porta<br />

que separava a sala de espera de seu consultório, produzira, a um dado sinal, um transe<br />

instantâneo, não apenas na pessoa à qual se destinava a ação sugestiva, senão também nos<br />

pacientes que se encontravam na sala, à espera de sua vez. É que o sinal convencionado era<br />

o mesmo para todos. É esta a razão por que se recomenda estabelecer um sinal diferente<br />

para cada “sujet” sempre que houver a mais remota possibilidade de confusão. Escusado<br />

será esclarecer que, não sòmente a indução hipnótica em si, senão também todos os<br />

fenômenos inerentes à hipnose, podem ser determinados post-hipnòticamente. Uma das<br />

provas mais convincentes neste sentido é a anestesia post-hipnótica. Os pacientes,<br />

submetidos a um transe suficientemente profundo, podem ser anestesiados posthipnòticamente.<br />

O hipnotizador, apalpando com a mão a região a ser anestesiada, sugere as<br />

condições específicas, nas quais a anestesia deve produzir efeito. Devidamente<br />

condicionado, o paciente pode ser submetido à intervenção, independentemente de novo<br />

105<br />

Palavra-Gatilho, ou , Signo-Sinal.<br />

106<br />

É fato que atualmente, podemos usufruir a tecnologia ao utilizarmos ferramentas como o e-mail, e<br />

programas como o MSN Messenger (ou outro tipo de programa de bate papo qualquer) e Skype, por exemplo,<br />

bastando para isso o condicionamento adequado.

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