O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
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o paciente tornará a recuperar a fala e tanto mais depressa quanto menos nos mostrarmos<br />
alarmados com o fenômeno. Geralmente, basta colocá-lo ràpidamente em novo transe e<br />
tornar a despertá-lo com a sugestão específica que o caso requer.<br />
Certa vez uma paciente hipnotizada em sessão pública, depois de acordada, em pé,<br />
encostada na parede e com os olhos marejados de lágrimas, declarou que não podia sair do<br />
lugar, pois não podia caminhar. Estava paralítica. Da cintura para baixo não sentia o corpo.<br />
Segurei-lhe as mãos. Após fitá-la um instante, ordenei-lhe que fechasse os olhos de novo.<br />
Eu iria contar novamente até DEZ para normalizar tudo. À medida que eu fôsse contando,<br />
ela tornaria a sentir o calor no corpo e antes mesmo de terminar a contagem estaria<br />
perfeitamente em condições de caminhar. Apenas acabara de dizer DEZ, ela sorriu aliviada,<br />
dizendo : “Agora sim, muito obrigada”, e saiu caminhando lèpidamente 104 .<br />
Há hipnotistas, sobretudo da escola antiga, que recorrem em tais casos a expedientes físicos<br />
e violentos. Em psiquiatria emprega-se a flagelação terapêutica para fazer voltar ou<br />
aquietar os histéricos. Na própria medicina êsse recurso dos tapas é usado para evitar certos<br />
sufocamentos em crianças. São recursos de emergência que se justificam quando não há<br />
tempo a perder e quando está em jôgo a vida humana. No hipnotismo não se corre tais<br />
perigos. Valendo-se de tal expediente, o gesto pode fàcilmente ser interpretado pelo “sujet”<br />
como desforço pessoal. Pessoalmente nunca recorri a outro expediente que o da sugestão<br />
verbal, ou seja, o do recurso psicológico. Evitemos, sempre que possível, deixar o paciente<br />
chocado e com resquícios traumáticos, provenientes de um despertar atabalhoado ou<br />
mesmo violento. O pior que pode ocorrer é termos de esperar até que o “sujet” resolva<br />
acordar espontâneamente, e isso, na pior das hipóteses, jamais excederá de uma a duas<br />
horas.<br />
104<br />
Alegremente.