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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

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apoiado respectivamente na nuca e nos pés; permanece duro, à semelhança de uma tábua,<br />

comportando em cima de abdômen um pêso superior ao próprio. Uma variante dessa<br />

demonstração de rigidez cataléptica é aquela em que se coloca uma pedra em cima do<br />

“sujet”, sendo a pedra partida a golpe de malho. Devido ao seu caráter espetacular e<br />

popularmente convincente, tais provas constituem o ponto alto dos espetáculos públicos de<br />

hipnotismo.<br />

S INAIS PSICOLÓGICOS<br />

Dentre os sinais psicológicos mais aceitos, figuram a passividade e o decréscimo da<br />

disposição oral. Salvo raríssimas exceções, a pessoa hipnotizada não se mostra inclinada a<br />

falar. Tem uma tendência de responder às perguntas que se lhe fazem, positiva ou<br />

negativamente, por meio de movimentos com a cabeça. Quando coagido a falar, o “sujet”<br />

toma as recomendações ou ordens, nesse sentido, muito ao pé da letra, manifestando-se na<br />

linguagem, como em tudo mais, por uma ausência de iniciativa e de espontaneidade. Não<br />

tosse. Nem muda de posição. Mantem-se sério, não obstante as situações ridículas em que<br />

se o coloca. Resiste passivamente aos maiores impactos de gargalhadas sem deixar-se<br />

contagiar.<br />

PARA REMOVER DÚVIDAS<br />

Não obstante tudo isso, pode persistir ainda a dúvida em certos casos, tanto no<br />

espírito do “sujet” como no operador, já que não existem critérios infalíveis em matéria de<br />

hipnose. Para remover a dúvida ainda nesse estado de coisas, sobretudo na pessoa do<br />

paciente, dispomos de um recurso sutil e altamente convincente : o fenômeno posthipnótico.<br />

Para tanto, porém, é preciso que se tenha produzido um transe bastante profundo.<br />

Dá-se ao “sujet” uma sugestão de efeito retardado, ou seja, de efeito post-hipnótico e de<br />

caráter espetacularmente convincente ainda que poupando-lhe situações de vexame ou de<br />

ridículo. Konradi Leitner, conhecido hipnotizador profissional, cita a propósito um exemplo<br />

ao mesmo tempo convincente e delicado. O paciente, ao ser despertado de um transe<br />

razoável, mostra-se decepcionado com a experiência. Refuta as provas físicas a que foi<br />

submetido, alegando que em estado normal seria capaz das mesmas façanhas. E todos os<br />

presentes concordam que o “sujet” simulou, sendo por isso melhor ator do que o hipnotista.<br />

Acontece, porém, que o “sujet” no momento se queixa de uma dor de dente. O hipnotizador<br />

aproveita hàbilmente o ensejo, sugerindo que talvez fôsse êsse o motivo responsável pelo<br />

insucesso. E propõe nova sessão. O “sujet” repete o transe. E a dor de dente é<br />

hipnòticamente eliminada. O paciente recebe a sugestão post-hipnótica seguinte : Sua dor<br />

de dente acabou. Acordará sem dor de dente, mas sòmente quinze minutos depois de<br />

acordado você registrará o efeito desta sugestão. Ao despertar o paciente nega, como da<br />

primeira vez, o estado de hipnose. Precisamente quinze minutos depois êle exclama : “You<br />

son of a gun!” Não é que me hipnotizou ! A dor de dente desapareceu, mas como é que só<br />

agora estou notando isso?”<br />

Uma das provas mais satisfatórias do transe hipnótico é a amnésia post-hipnótica,<br />

não sugerida pelo hipnotizador.

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