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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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80<br />

K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

R A P IDEZ E PROFUNDIDADE DO TRANSE<br />

Há pacientes que têm de ser treinados, alcançando um transe satisfatório no<br />

transcurso de várias sessões. Há os que entram em transe profundo quase que<br />

instantâneamente. Uns reagem ràpidamente, outros com lentidão. Há “sujets” que<br />

apresentam um tipo de hipnose passiva, já outros manifestam-se pela exacerbação 98<br />

dinâmica. Assim sendo, as técnicas de indução têm de variar de acôrdo com a<br />

suscetibilidade específica do “sujet”, salvo em demonstrações públicas, nas quais temos de<br />

adotar métodos mais ou menos estereotipados 99 . Acontece que em tais demonstrações,<br />

também só vêm ao caso os elementos mais sensíveis. E êsses se deixam induzir de qualquer<br />

maneira. De um modo geral, as reações do indivíduo hipnotizado se dividem em duas<br />

categorias fundamentais : a dramatização das situações sugeridas e as alterações psicofísicas<br />

que se processam na pessoa do indivíduo hipnotizado. Quanto ao primeiro grupo, o<br />

da dramatização, sabemos que é o ponto vulnerável, pois envolve freqüentemente a suspeita<br />

de que o paciente esteja simulando. Em muitos casos, o próprio “sujet” se vale consciente<br />

ou inconscientemente do argumento da dramatização para defender-se a “posteriori”, ou<br />

para vingar-se do hipnotista, confirmando-o nas suas dúvidas mortificantes, alegando que<br />

não ficou hipnotizado e que apenas cooperou, quando não lhe declara abertamente seu<br />

propósito hostil de desmascará-lo ou ridicularizá-lo.<br />

S INAIS DE HIPNOSE<br />

Para remover essa dúvida, o hipnotista recorre às provas características. E nota-se<br />

para êsse efeito uma tendência de acreditar mais nas provas físicas do que nas provas<br />

psicológicas, muito embora estas últimas sejam mais instrutivas e tão dignas de confiança<br />

quanto aquelas.<br />

Dentre os sinais físicos de hipnose, o mais digno de confiança é a anestesia, ou seja,<br />

a ausência do sentido do tato.<br />

Pica-se a mão do “sujet” sem aviso prévio e sem sugerência 100 de espécie alguma. A<br />

ausência de reação indica transe médio ou profundo.<br />

Outro teste cataléptico consiste em levantar o braço do “sujet” e deixá-lo erguido.<br />

Se o braço permanece na posição em que o hipnotista o largou, é sinal que a hipnose<br />

“pegou”. Êste teste não oferece a mesma margem de segurança como o anterior, já que o<br />

simples gesto de levantar o braço vale por uma insinuação e pode ser considerado como<br />

uma sugestão.<br />

Todos os demais testes catalépticos são executados com a participação da sugestão<br />

verbal, sendo por isso, de certo modo, suscetíveis de simulação.<br />

A prova de catalepsia ocular, por exemplo, obtém-se declarando ao “sujet” que êle<br />

já não consegue abrir os olhos.<br />

Uma das provas físicas mais espetaculares, embora de fácil consecução, é a da<br />

rigidez cataléptica, ou seja, a clássica ponte humana. O paciente, após receber a sugestão de<br />

que seu corpo irá endurecer até alcançar a rigidez completa, é estendido entre duas cadeiras,<br />

98<br />

Irritação.<br />

99<br />

Que não varia(m); Fixo(s); Inalterável(is).<br />

100<br />

(Entendo por SUGERÊNCIA, a aplicação de sugestão, não tendo encontrado referência sobre a referida<br />

palavra no dicionário).

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