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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

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ouve a minha voz como se estivese vindo de longe… Muito longe. Sua<br />

respiração está se tornando mais lenta, mais profunda. Seus músculos<br />

estão se relaxando cada vez mais. Você começa a sentir um formigamento,<br />

uma dormência. De cômeço na nuca e depois envolvendo lentamente o<br />

corpo todo, da nuca para baixo. Você não sente mais nada. Nem a cadeira<br />

em que está assentado. É como se estivesse flutuando nas nuvens. Continue<br />

a afrouxar os músculos cada vez mais… Mais… Mais… Mais. Agora você<br />

está no sono profundo, agradável, sem preocupação. Nada o incomoda.<br />

Você está tão profundamente adormecido, descansando tão bem, que já<br />

não quer acordar. Está descansando, afrouxando os músculos cada vez<br />

mais. Seu sono continua agradável e profundamente. Nada o molesta. Já<br />

não há ruído capaz de despertá-lo. Você está totalmente surdo. Só ouve a<br />

minha voz. Só obedece a mim. Só eu posso acordá-lo. Durma… durma…<br />

durma profundamente”.<br />

É este o método que podemos considerar standard ; não é pròpriamente da autoria<br />

de Moss e é usado, com ligeiras variantes, pela quase totalidade dos hipnotistas<br />

contemporâneos, por conter em boa proporção as sugestões básicas. Trata-se de sugestões<br />

que atuam largamente, em virtude de seu caráter antecipatório e confirmativo. Pois as<br />

sensações que se vão sugerindo ao paciente parecem corresponder às reações inerentes ao<br />

próprio estado de hipnose. O paciente começa por sentir-se cansado. Suas pálpebras<br />

pesadas tendem a fechar. Manifestam-se freqüentemente tremores nas pálpebras e<br />

contrações espasmódicas nas mãos e nos cantos da bôca. Observou-se que a hipnose afeta<br />

mais ràpidamente a vista e os músculos oculares. Mesmo estando o paciente de olhos<br />

fechados, o hipnotista ainda pode observar o movimento descoordenado dos globos<br />

oculares, debaixo das pálpebras, movimentando-se em todos os sentidos, preferentemente<br />

para cima. É próprio do transe ainda uma sensação de pêso nos membros e uma dormência<br />

envolvendo o corpo todo, da nuca para baixo, bem como essa sensação de estar a flutuar<br />

nas nuvens e a impressão de que a voz do hipnotista, a princípio poderosamente envolvente,<br />

se vai afastando cada vez mais, até emudecer completamente, para efeitos de lembrança<br />

post-hipnótica. E ainda não se sabe até que ponto os fenômenos subseqüentes de natureza<br />

cataléptica ocorrem em função do próprio transe hipnótico, independentemente das<br />

sugestões específicas. Mas, como quer que seja, o hipnotizador sugere todos êsses estados à<br />

guisa de refôrço ou de antecipação. A constatação preexistente dos efeitos sugeridos<br />

apressa o expediente da indução. É como se o paciente dissesse : “Se os sinais do estado de<br />

hipnose são êsses que o senhor está enumerando, então estou efetivamente hipnotizado e já<br />

não adianta resistir.”<br />

O MÉTODO DA ESTRÊLA<br />

Um método particularmente subjetivo e de grande efeito simbólico, que foge um<br />

tanto da linha ortodoxa dos métodos anteriormente citados, é o “método da estrêla”, cuja<br />

autoria não me parece conhecida. Tomei a liberdade de desenvolver êsse método e adotá-lo,<br />

sobretudo, nas minhas demonstrações públicas. E nunca me falhou.<br />

Estando o paciente bem acomodado na cadeira, obedecidas as instruções quanto à<br />

maneira de assentar e colocar as mãos sôbre os joelhos e recostar a cabeça, com todo os

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