O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
75<br />
ouve a minha voz como se estivese vindo de longe… Muito longe. Sua<br />
respiração está se tornando mais lenta, mais profunda. Seus músculos<br />
estão se relaxando cada vez mais. Você começa a sentir um formigamento,<br />
uma dormência. De cômeço na nuca e depois envolvendo lentamente o<br />
corpo todo, da nuca para baixo. Você não sente mais nada. Nem a cadeira<br />
em que está assentado. É como se estivesse flutuando nas nuvens. Continue<br />
a afrouxar os músculos cada vez mais… Mais… Mais… Mais. Agora você<br />
está no sono profundo, agradável, sem preocupação. Nada o incomoda.<br />
Você está tão profundamente adormecido, descansando tão bem, que já<br />
não quer acordar. Está descansando, afrouxando os músculos cada vez<br />
mais. Seu sono continua agradável e profundamente. Nada o molesta. Já<br />
não há ruído capaz de despertá-lo. Você está totalmente surdo. Só ouve a<br />
minha voz. Só obedece a mim. Só eu posso acordá-lo. Durma… durma…<br />
durma profundamente”.<br />
É este o método que podemos considerar standard ; não é pròpriamente da autoria<br />
de Moss e é usado, com ligeiras variantes, pela quase totalidade dos hipnotistas<br />
contemporâneos, por conter em boa proporção as sugestões básicas. Trata-se de sugestões<br />
que atuam largamente, em virtude de seu caráter antecipatório e confirmativo. Pois as<br />
sensações que se vão sugerindo ao paciente parecem corresponder às reações inerentes ao<br />
próprio estado de hipnose. O paciente começa por sentir-se cansado. Suas pálpebras<br />
pesadas tendem a fechar. Manifestam-se freqüentemente tremores nas pálpebras e<br />
contrações espasmódicas nas mãos e nos cantos da bôca. Observou-se que a hipnose afeta<br />
mais ràpidamente a vista e os músculos oculares. Mesmo estando o paciente de olhos<br />
fechados, o hipnotista ainda pode observar o movimento descoordenado dos globos<br />
oculares, debaixo das pálpebras, movimentando-se em todos os sentidos, preferentemente<br />
para cima. É próprio do transe ainda uma sensação de pêso nos membros e uma dormência<br />
envolvendo o corpo todo, da nuca para baixo, bem como essa sensação de estar a flutuar<br />
nas nuvens e a impressão de que a voz do hipnotista, a princípio poderosamente envolvente,<br />
se vai afastando cada vez mais, até emudecer completamente, para efeitos de lembrança<br />
post-hipnótica. E ainda não se sabe até que ponto os fenômenos subseqüentes de natureza<br />
cataléptica ocorrem em função do próprio transe hipnótico, independentemente das<br />
sugestões específicas. Mas, como quer que seja, o hipnotizador sugere todos êsses estados à<br />
guisa de refôrço ou de antecipação. A constatação preexistente dos efeitos sugeridos<br />
apressa o expediente da indução. É como se o paciente dissesse : “Se os sinais do estado de<br />
hipnose são êsses que o senhor está enumerando, então estou efetivamente hipnotizado e já<br />
não adianta resistir.”<br />
O MÉTODO DA ESTRÊLA<br />
Um método particularmente subjetivo e de grande efeito simbólico, que foge um<br />
tanto da linha ortodoxa dos métodos anteriormente citados, é o “método da estrêla”, cuja<br />
autoria não me parece conhecida. Tomei a liberdade de desenvolver êsse método e adotá-lo,<br />
sobretudo, nas minhas demonstrações públicas. E nunca me falhou.<br />
Estando o paciente bem acomodado na cadeira, obedecidas as instruções quanto à<br />
maneira de assentar e colocar as mãos sôbre os joelhos e recostar a cabeça, com todo os