O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
73<br />
O MÉTODO DE BERNHEIM<br />
“Eu começo por hipnotizar — diz Bernheim — da seguinte<br />
maneira : inicio dizendo ao paciente que acredite que grandes benefícios<br />
advirão para o seu caso, através da terapêutica sugestiva, e que é<br />
perfeitamente possível curá-lo ou pelo menos melhorar o seu estado de<br />
saúde por meio da hipnose. Acrescento que nada há de penoso ou de<br />
estranho nesse processo, que é um sono no sentido normal da palavra ou<br />
então um estado de torpor que pode ser produzido em qualquer pessoa,<br />
estado êsse que restaura o equilíbrio do sistema nervoso. Se necessário<br />
hipnotizo uma ou duas pessoas na presença do candidato, a fim de<br />
mostrar-lhe que nada é doloroso nesse processo e que não há sensações<br />
estranhas a acompanhar o estado hipnótico. O paciente já não se mostrará<br />
desconfiado e refratário ao nosso intento. Ato contínuo digo-lhe :<br />
— “Olhe para mim e não pense senão ùnicamente no sono. Suas<br />
pálpebras estão ficando cada vez mais pesadas ; sua vista cansada, começa<br />
a piscar. Seus olhos, estão se fechando. Estão úmidos. Já você não enxerga<br />
mais nìtidamente. Seus olhos vão se fechando, fechando… Fecharam”.<br />
Pacientes há que fecham os olhos e entram em transe quase que<br />
instantâneamente. Já com outros é preciso repetir e insistir.<br />
— “Preste mais atenção nas minhas palavras. Preste mais atenção.<br />
Mais concentração”.<br />
Às vêzes pode esboçar-se um gesto. Pouco Importa o tipo do gesto<br />
que se esboça. Entre outros, dois dedos em forma de V. Pedimos ao<br />
paciente que fixe os olhos nos dedos. E incitando-o ao mesmo tempo a<br />
concentra-se intensamente na idéia do sono, repetimos :<br />
— “As suas pálpebras estão pesadas. Estão se fechando. Já não<br />
consegue manter os olhos abertos. E agora já não consegue abrir os olhos.<br />
Seus braços estão ficando pesados. Suas pernas já não sentem o corpo.<br />
Suas mãos estão imóveis. Vai dormir. Em tom imperativo acrescento :<br />
“DURMA!”<br />
Em muitos casos esta ordem tem ação decisiva, e resolve o<br />
problema. O paciente fecha imediatamente os olhos e dorme. Pelo menos<br />
sente-se influenciado pela hipnose. Assim que noto que uma das sugestões<br />
está sendo aceita aproveito-a para formular a seguinte.<br />
Às vêzes recomendo ao paciente acompanhar a experiência por<br />
meio de movimentos com a cabeça. Peço-lhe que faça um sinal com a<br />
cabeça, afirmativo ou negativo. Cada sugestão a que o paciente responde<br />
afirmativo é considerada uma conquista e é preciso aproveitá-la para<br />
outras consecutivas, dizendo ao paciente :<br />
— “Está vendo como funciona bem, como está correspondendo?<br />
Seu sono está se aprofundando realmente. Seus braços cada vez mais<br />
pesados. Já não consegue baixar os braços etc.”.<br />
— Se o paciente intenta baixar o braço, eu lhe resisto, dizendo :<br />
— “Não adianta, meu velho. Quanto mais se esforça para baixar o<br />
braço, mais o seu braço vai se levantando. Vou fazer agora com que seu<br />
braço seja atraído pela sua própria cabeça, como se a cabeça fôsse um