O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
instrução : “Continue com as mãos nesta posição. Quando eu lhe pedir, respire<br />
profundamente e prenda a respiração até eu terminar de contar até cinco. Ao terminar a<br />
contagem, soltará a respiração, porém as mãos continuarão prêsas e cada vez mais prêsas.<br />
Não as conseguira soltar.” Dada essa instrução, mando o paciente fechar os olhos (ou<br />
conforme a natureza de sua sugestibilidade, peço-lhe que fixe os seus olhos nos meus). Ato<br />
contínuo mando respirar fundo e prender a respiração. Conto pausadamente até cinco. Se ao<br />
terminar a contagem o paciente não consegue separar as mãos, não está apenas selecionado,<br />
senão também profundamente sugestionado, quanto não hipnotizado.<br />
O TESTE DA OSCILAÇÃO<br />
Um dos testes mais usados é o da oscilação. Havendo o “sujet” reagido mais ou<br />
menos ao teste das mãos, passo ao segundo teste, o da oscilação. Êste teste oferece, como o<br />
anterior, ensejo para algum ritual e solenidade. O paciente é solicitado a levantar-se e largar<br />
os objetos que porventura tenha nas mãos Recomenda-se-lhe em seguida, conforme o caso,<br />
não apoiar-se na cadeira ou na pessoa do vizinho. Feita essa recomendação, passo à<br />
demonstração, dizendo : “A posição é esta : os pés juntos. Os braços caídos ao longo do<br />
corpo. E relaxamento muscular. Fique de corpo mole. Não em atitude militar. Olhe para<br />
mim um instante. Pode fechar os olhos.” No caso de utilizar-me de discos, digo : “Quando<br />
a música começar, vai sentir um balanço… O balanço continua ao som da música… O<br />
balanço continua… Você continua a Balançar”, etc. Em lugar da música pode-se recorrer a<br />
um outro condicionamento qualquer com a mesma probabilidade do êxito. Pessoalmente<br />
tenho empregado discos sòmente em demonstrações públicas. Nas sessões individuais<br />
costumo condicionar o início do balanço à simples contagem. “Vou contar até cinco…<br />
Antes de chegar aos cinco, você sentirá um balanço…”<br />
O balanço não é considerado como sintoma muito seguro de suscetibilidade. Pode<br />
um indivíduo balançar e depois mostrar-se refratário à indução. Todavia, o que não balança<br />
de todo pode ser eliminado da prova. O grau e o modo do balanço, no entanto, indicam com<br />
relativa margem de segurança a suscetibilidade. Para certificar-me da legitimidade da<br />
reação costumo bater inadvertidamente no ombro do “sujet”. Se o paciente não se assusta e<br />
se o ombro não cede à leve pressão da minha mão, as probabilidades são mínimas. Se, ao<br />
contrário, o paciente apresenta uma reação de molejo (alguns chegam a pular) é índice de<br />
alta suscetibilidade.<br />
Uma variante do teste da oscilação é aquêle em que se colocam as mãos sôbre os<br />
ombros do paciente, o qual se mantém de olhos fechados, Ao aliviar a pressão das mãos e<br />
finalmente suprimir o conctato físico, o paciente, mesmo sem sugestão específica, oscila,<br />
acompanhando as mãos do operador, como se fôra atraído por fôrça emanada do hipnotista.<br />
Já tivemos ocasião de nos referir a esse fenômeno que a ciência ainda está por explicar. O<br />
paciente que reage satisfatòriamente a essa prova, pode ser considerado hipnotizado.<br />
O PÊNDULO DE CHEVREUL<br />
Uma das demonstrações ideomotoras que se presta particularmente para iniciar o<br />
processo sugestivo no paciente é o chamado Pêndulo de Chevreul. Com o cotovêlo apoiado<br />
sôbre a mesa, o paciente segura entre o polegar e o indicador um barbante, de cuja