O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
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moderna, entretanto, é a de não conceder-lhe muita importância. É ainda comum<br />
recomendar-se ao “sujet” passar a noite em claro e chegar cansado ao consultório para a<br />
primeira sessão. Tais pacientes costumam não entrar em transe, mas, sim em sono natural<br />
durante ou depois do intento hipnótico. E já sabemos que hipnose não é sono. Nas dezenas<br />
de milhares de pessoas por mim hipnotizadas nunca levei em conta a condição prévia da<br />
fadiga. Mas como quer que seja, os autores parecem acordes que cansaço tem o seu papel<br />
no fenômeno da sugestibilidade.<br />
A hipnose pode ser (e costuma ser) conseguida ùnicamente com a sugestão verbal.<br />
Uma única palavra, proferida com a devida serenidade e convicção, vale mais do que todo<br />
um elaborado sistema de passes, mais do que todos os expedientes fisiológicos e mecânicos<br />
de hipnotização. De resto, não nos devemos esquecer de que êsses últimos atuam ainda e<br />
sempre pelos seus efeitos sugestivos, embora indiretamente.<br />
As palavras lançadas na mente do paciente transmitem-lhe os conteúdos ideativos e<br />
imaginários.<br />
Uma das vantagens dos métodos subjetivos é a grande economia de tempo.<br />
O cansaço sensorial sempre demora mais do que a sugestão verbal. Esperar cansar a<br />
vista do “sujet” significa, muitas vezês, dar-lhe tempo para pensar e mobilizar a resistência.<br />
Enquanto a produção de um cansaço físico é sempre um processo mais ou menos<br />
demorado, uma idéia costuma ser aceita, traduzindo-se em realidade subjetiva<br />
imediatamente. Já se observou que a mente de muitas pessoas se assemelha a um palheiro,<br />
que logo pega fogo, ou a um paiol de pólvora, que explode à menor ignição verbal.<br />
Nos métodos modernos, o paciente tende a participar, cada vez mais, da própria<br />
indução, fato êsse que facilita a aplicação terapêutica ulterior. Wolberg insiste em que o<br />
“sujet” marque o seu próprio passo para entrar em transe. Levando ao extremo essa<br />
recomendação, daremos, ainda mais uma vez, ao paciente demasiado tempo para analisar a<br />
tática e os propósitos do hipnotista. A técnica hipnótica, para ser efetiva, tem de<br />
assemelhar-se, de certo modo, a um expediente de atropelamento.<br />
O regime emocional que se coaduna melhor com o intento hipnótico é um misto de<br />
temor e de curiosidade, o que não exclui um clima de ampla confiança. O paciente fica em<br />
estado de expectativa. Atento ao que o hipnotista lhe explica. Não deve oferecer nem<br />
excessiva resistência à hipnose e nem mostrar muita familiaridade ou exagerada vontade de<br />
ser hipnotizado.<br />
TESTES DE SUSCETIBILIDADE<br />
As instruções dadas ao paciente sôbre a maneira exata de executar o teste devem<br />
cercar-se de certo ritual e solenidade e acompanhadas de exemplo demonstrativo. Muitos<br />
pacientes são refratários à instrução verbal, porém propensos à imitação.<br />
O TESTE DAS MÃOS<br />
Ao propor o teste das mãos, por exemplo, mostro primeiro em todos os detalhes os<br />
movimentos a serem executados. Digo : “Faça (ou façam) como eu estou fazendo. Assim,<br />
entrelaçando firmemente os dedos.” (As mãos entrelaçadas podem ser firmadas na nuca ou<br />
mantidas em cima da cabeça, com as palmas voltadas para o operador). E continuo a