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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

“sujet”. E imaginar é, antes de mais nada, visualizar, ou seja, ver mentalmente. O método<br />

da estrêla, citado adiante, tira dêsse princípio sua comprovada eficiência. Escusado será<br />

dizer que o objeto proposto à visão imaginária do “sujet” deve ser um motivo familiar, com<br />

profundos engrames no incosciente. E no caso, nada mais familiar à vista do que uma<br />

imagem de uma estrêla, ainda que cada um a imagine e a associe à sua maneira.<br />

A LEI DO EFEITO DOMINANTE<br />

A técnica hipnótica que consiste na animação e ativação de idéias, dramatizadas<br />

para fins determinados, tem de valer-se da seleção de efeitos emocionais dominantes.<br />

Baudouin, Coué e Frederic Pierce acrescentaram ao princípio da já referida reversão dos<br />

efeitos, o da lei do efeito dominante : a idéia que se vincula a uma emoção de intensidade<br />

menor. Ex. : Uma pessoa está sob a emoção do prazer quando lhe sobrevém uma situação<br />

de perigo. Produzindo o perigo um emoção mais forte do que o prazer, o sentimento dêste<br />

último desaparece à medida em que aquêle ganha proporções. Na técnica hipnótica valemonos<br />

dêste expediente psicológico, condicionando as nossas sugestões às experiências<br />

emocionais mais fortes, tais como ódio, amor, alegria, tristeza, ciúme, mêdo, repulsa, etc., e<br />

experiências fortes e familiares, como fome, sêde, frio, calor, etc., quando se torna<br />

necessário reavivar o processo hipnótico. O hipnotizador teatral encontra nesse sentido<br />

condições mais favoráveis do que o hipnotista de gabinete. Aquêle, para reanimar<br />

hipnòticamente os “sujets”, necessitados de estímulos sugestivos mais fortes, sugere uma<br />

tempestade, a presença de um ladrão, de uma mulher bonita ou de outro qualquer perigo<br />

iminente. Conquanto o hipnotista clínico não disponha das mesmas facilidades, êle pode, de<br />

certo modo, introduzi-las em sua prática, dramatizando, ou seja, movimentando um pouco<br />

as sessões. Dentre as emoções positivas mais suscetíveis de ativação e dramatização<br />

hipnóticas, figura, sabidamente, o desejo de êxito. Uma pessoa hipnotizada transforma-se<br />

fàcilmente em regente de orquestra, em orador, tribuno ou personagem histórico, É que a<br />

idéia do sucesso representa um dos efeitos dominantes, por ser o sucesso uma das emoções<br />

mais poderosas, capaz de fazer desaparecer momentâneamente outras que até a sua<br />

apresentação vinham ocupando as energias anímicas do indivíduo. A própria auto-crítica,<br />

ou seja, o mêdo ao ridículo, cede fàcilmente diante da emoção tôda-poderosa do êxito. Êsse<br />

recurso da técnica sugestiva, longe de representar ùnicamente uma perspectiva de diversão<br />

teatral, pode servir a propósitos terapêuticos apreciáveis, como coadjuvante da psicoterapia<br />

ou da psicanálise.<br />

O VALOR SUGESTIVO DA CONTAGEM<br />

Outro recurso sugestivo, universalmente aprovado em técnica hipnótica, é o da<br />

contagem. Já se disse que é preciso dar tempo ao paciente para que as sugestões iniciadas<br />

se tornem efetivas. É esta a razão por que todos os hipnotistas, desde os mais antigos até<br />

aos mais modernos, recorrem ao expediente psicológico da contagem. É uso contar de 1 a<br />

3, de 1 a 5 ou de 1 a 10 para produzir certos efeitos sugestivos. A contagem no caso em<br />

aprêço serve para elevar ao cume a expectativa. Longe de dar tempo ao “sujet” para<br />

mobilizar-se em sentido contrário, a sugestão proferida e condicionada à contagem,<br />

paraliza-lhe, isso sim, tôda ação defensiva. É que a contagem induz obrigatòriamente a uma

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