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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

III — HIPNOSE É SUGESTÃO<br />

Não existe uma teoria abrangente e definitiva sôbre hipnose. A definição que nos dá<br />

um dos mais acatados dicionários de têrmos psicológicos, o Dictionary of Psychology, de<br />

Warren, é a seguinte : “Hipnose, um estado artificialmente induzido, às vêzes semelhante<br />

ao sono, porém sempre fisiològicamente distinto do mesmo, tendente a aguçar a<br />

sugestibilidade, acarretando modificações sensoriais e motoras, além de alterações de<br />

memória”. Um estado tendente a aguçar a sugestibilidade. Equivale quase a dizer que<br />

hipnose é, antes de mais nada, do princípio ao fim, sugestão. É sugestibilidade aumentada<br />

ou generalizada, na teoria de Hull.<br />

Com efeito, tôdas as teorias e conceitos sôbre hipnose, seja qual for a parcela de<br />

verdade que contenham e o grau de sua importância prática, não valem senão na medida em<br />

que elucidam as motivações e os mecanismos dêsse fenômeno eminentemente psicológico<br />

que é a sugestão, nas suas mais diversas graduações. Há uma tendência de desmerecer o<br />

fenômeno da hipnose com o argumento de que tudo não passa de sugestão. Como se a<br />

sugestão fôsse necessàriamente coisa superficial, desprezível e sem maior importância para<br />

a nossa vida. Acontece que a sugestão representa uma das fôrças dinâmicas mais<br />

ponderáveis da comunidade humana, fôrça essa que transcende aos limites da própria<br />

espécie, atuando sob a forma de reflexo condicionado, no próprio hipnotismo animal. Não<br />

acarreta ùnicamente alterações sensoriais e modificações de memória, podendo afetar tôdas<br />

as funções vitais do organismo, tanto no sentido positivo como no sentido negativo dessa<br />

palavra. A sugestibilidade, embora sujeita a variações de grau e de natureza, é um<br />

fenômeno rigorosamente geral. Todos somos mais ou menos sugestionáveis e é possível<br />

que todos ou quase todos fôssemos hipnotizáveis se dispuséssemos de métodos adequados<br />

de indução. Não fôra a sugestão uma fôrça de eficiência social incomparável e não se<br />

justificaria a mais abrangente de tôdas as indústrias modernas, que é a indústria publicitária,<br />

isto é, os anúncios, que ocupam duas têrças partes de quase todos os órgãos de imprensa,<br />

além dos dispendiosos patrocínios de rádio e televisão. Com efeito, já existem sistemas de<br />

publicidade, sobretudo a chamada “publicidade indireta”, capaz de criar no ânimo dos<br />

consumidores, um desejo irresistível, e, às vezes, inconsciente, de adquirir determinados<br />

produtos, deixando-os amiudo 52 num estado que se avizinha bastante da hipnose. Dissemos<br />

no capítulo precedente que hipnotizar é convencer. Notemos que no mundo das atividades<br />

comerciais, convencer é, por sua vez, sinônimo de vender. É difícil encontrar exemplos<br />

mais convincentes da eficácia do poder da sugestão e de sua transcendência, do que os que<br />

nos fornece o hipnotismo comercial, consubstanciado nos modernos processos<br />

publicitários. ( * )<br />

52<br />

Repetidas vezes.<br />

* ( * ) No momento em que êste livro está sendo organizado. surge nos Estados Unidos um tipo de<br />

publicidade que faz jús ao título de “<strong>Hipnotismo</strong> Comercial”. Trata-se de uma nova entidade publicitária<br />

chamada “Subliminal Projection Company Inc.” que utiliza uma engenhosa projeção subconsciente que

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