22.04.2017 Views

O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

172<br />

K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

que todos os “sujets” se recomponham indumentáriamente. Pois o baile é muito elegante e<br />

todos devem caprichar na toilette.<br />

Êste número movimentado exige um refôrço de vigilância para evitar possíveis<br />

acidentes, tais como quedas, pisoteamentos ou coisa parecida. Geralmente solicito nessa<br />

emergência a ajuda da platéia. Meia dúzia de espectadores sobem ao palco e colaboram<br />

para a maior segurança dos dançarinos.<br />

Terminado o baile, os “sujets” são reconduzidos aos seus lugares a fim de serem<br />

acordados. Ato êsse, devidamente anunciado.<br />

“Vou começar a acordá-los um a um e uma a uma. Contarei para cada um de vocês<br />

até cinco. Ao terminar de contar, tocarei a nuca da pessoa a ser acordada. A pessoa a quem<br />

tocar a nuca estará acordada e muito bem disposta. Não se lembrará de nada do que se<br />

passou. Seu próprio inconsciente trabalhará de agora em diante na solução de seu problema,<br />

pelo seu êxito, sua paz interior e seu bem estar.”<br />

Agradecendo aos “sujets” a cooperação e ao distinto público a atenção dispensada,<br />

declaro encerrada a demonstração.<br />

Ao terminar a sessão, o público deverá ter a impressão de que tudo correu às mil<br />

maravilhas, rigorosamente de acôrdo com o que foi programado, sem tentar no caráter um<br />

tanto mecânico e estereotipado do espetáculo. Com a rigorosa repetição do repertório a<br />

demonstração pode perder, sobretudo para os repetentes, no terreno da expectativa, porém,<br />

ganha, como já se disse, em segurança e em monotonia, ou seja, em fôrça hipnótica<br />

pròpriamente dita.<br />

Uma demonstração pública de hipnotismo é, pela sua própria natureza,<br />

eminentemente social e tradicionalmente controvertida, um espetáculo delicado, propenso a<br />

suscitar dúvidas e discussões.<br />

Não estranhemos, por isso, que, terminada a sessão, não sòmente os “sujets”, mas<br />

também o hipnotista, se veja cercado de curiosos, convencidos uns, incrédulos outros, a<br />

crivá-lo de perguntas. ( * )<br />

Instruções sôbre as melhores maneiras de enfrentar essa situação e de descartar-se<br />

diplomàticamente dos perguntadores mais impertinentes, o leitor interessado as encontrará<br />

no vasto capítulo da educação, cuja reprodução, embora resumida, foge à competência<br />

dêste trabalho.<br />

* ( * ) Dentre as perguntas inocentes que se fazem ao hipnotizador de palco, a mais frequente é esta : “O<br />

senhor fica cansado?” É o velho conceito de dispêndio de energia mental. O interlocutor espera ouvir do<br />

operador que uma hipnotização ligeira não exige muita energia, mas uma sessão mais séria, como a que acaba<br />

de assistir, o deixa temporàriamente exausto, como uma bateria exgotada.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!