O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
semelhança, acentuando-a onde possível.<br />
Dentre os números que se prestam particularmente para produzir o referido efeito,<br />
figura o da gagueira.<br />
O hipnotista anuncia :<br />
“Estas duas jovens, extremamente gagas, disputam o mesmo namorado. Discutem.<br />
Cada uma afirmando que o namorado é seu.”<br />
Excusado será dizer que, terminada a experiência, suprimimos hipnòticamente a<br />
gagueira e acalmamos os ânimos.<br />
A experiência pode em seguida ser repetida com elementos masculinos também<br />
extremamente gagos, discutindo futebol.<br />
“… E o sono continua, etc. etc..”<br />
São de efeito particularmente espetacular as demonstrações de alucinações visuais<br />
negativas :<br />
Sabemos que a hipnose profunda, ou o estágio sonambúlico, se caracteriza, entre<br />
outras coisas, pela possibilidade de mandar o “sujet” abrir os olhos sem afetar-lhe o transe.<br />
A formulação sugestiva é a seguinte:<br />
“Quando eu o mandar você vai abrir os olhos. Terá poderes para enxergar tudo e<br />
todos, menos a minha pessoa. Tudo e todos, menos a minha pessoa.”<br />
Dessa experiência resultam reações deveras interessantes e divertidas. O “sujet”<br />
olha ao seu redor e procura o hipnotista, mesmo para dizer-lhe que já acordou ou pedir-lhe<br />
dispensa. O hipnotizador lhe toca e o “sujet” se sente tocado por mãos invisíveis. O<br />
hipnotista oferece um cigarro ao “sujet” e êste, espantado, vê um cigarro saindo do ar.<br />
Realizei êsse número diversas vêzes em espetáculos televisados. Ainda que a hipnose<br />
tenha, como sabemos, um poder relativo, as possibilidades alucinatórias são notòriamente<br />
ilimitadas. Ou melhor diríamos que o limite das possibilidades alucinatórias é o limite da<br />
própria imaginação.<br />
Tôda demonstração pública de hipnotismo deve incluir em seu repertório uma ou<br />
mais provas do fenômeno post-hipnótico, que constitui um dos aspectos mais instrutivos e<br />
convincentes da hipnose.<br />
Seleciono entre os “sujets” mais profundamente hipnotizados, uns três ou quatro, e<br />
lhes digo :<br />
“Vou acordar vocês (você, você, você e você). Antes, porém, vai uma ordem. Cinco<br />
minutos depois de acordados eu pronunciarei a seguinte frase : “A noite é mais poderosa<br />
que o dia”. E quando eu pronunciar esta frase : A noite é mais poderosa que o dia, vocês<br />
voltarão correndo para o palco. A frase convencionada para voltar ao transe pode ser outra<br />
qualquer e os atos a serem executados podem ser os mais variados e os mais bizarros, desde<br />
que não contrariem os códigos morais, nem os interêsses vitais dos pacientes. O limite é<br />
mais uma vez o da própria imaginação.<br />
“… E o sono continua, etc. etc..”<br />
Para o público de um modo geral, o ponto culminante do espetáculo pe a<br />
demonstração da rigidez cataléptica, ou seja, a clássica ponte humana, demonstração essa<br />
que, por sinal, não exige os estágios mais profundos do transe hipnótico. Mas como quer<br />
que seja, as provas físicas convencem mais que as psicológicas.<br />
O “sujet” é deitado sôbre três cadeiras e recebe a seguinte sugestão :<br />
“Seu corpo vai endurecer até alcançar a rigidez completa.”<br />
“Você vai ficar duro como pedra.” Ou Você vai se transformar em uma tábua, ou