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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

165<br />

Ao público o operador explica que, conforme consta da própria literatura científica,<br />

pode-se produzir autênticas queimaduras por êsse processo sugestivo. Aproveito o ensejo<br />

para mostrar o recurso terapêutico dessa possibilidade. A sugestão hipnótica capaz de<br />

produzir uma bôlha d’água também é capaz de fazer desaparecer uma verruga.<br />

Outra concessão que a maioria dos hipnotizadores faz ao ceticismo e, de certo<br />

modo, ao sadismo públicos, é a prova anestésica. A fim de mostrar que o “sujet” está<br />

efetivamente hipnotizado recorre-se ao expediente físico da demonstração de<br />

insensibilidade. O operador, sem proferir sequer uma palavra de sugestão, com uma agulha<br />

espeta a mão do “sujet”. Excusado será dizer que para êsse fim devemos usar agulhas<br />

devidamente esterilizadas e apresentá-las em estôjo próprio para dar à platéia a certeza da<br />

assepsia.<br />

Um número muito curioso e popularmente apreciado é o que certos autores<br />

chamariam de sensibilidade exteriorizada :<br />

Para êsse efeito anuncio :<br />

“Atenção ! Outra experiência :<br />

“Tenho nas mãos uma agulha e uma fôlha de papel (ou um lenço).”<br />

“No momento preciso em que a agulha perfurar o papel vocês sentirão a picada no<br />

dorso da mão direita.”<br />

Dito isso, dirijo-me para o fundo do palco, atrás dos “sujets” e com as mãos<br />

levantadas, de maneira que a assistência o possa vêr, executo o gesto anunciado. A essa<br />

experiência reagem os “sujets” mais profundamente hipnotizados.<br />

A experiência é repetida com a variante apenas da mão sugestivamente afetada. Em<br />

lugar de sentirem a agulhada no dorso da mão direita, os “sujets” a sentem no da mão<br />

esquerda.<br />

“… E o sono continua profundamente para êles e para elas…”<br />

Em matéria de alucinação sensorial podemos ainda intentar a experiência da<br />

sensibilidade transferida. O operador pica com a agulha a face de um dos “sujets”, fazendo<br />

com que outro, distante alguns metros acuse a picada.<br />

Uma experiência um tanto arriscada em demonstração teatral, em que não se<br />

perdoam fracassos, é a troca de personalidade, ou mais estritamente, de nomes. O<br />

hipnotista coloca dois “sujets” evidentemente os dois melhores, um defronte do outro.<br />

Pergunta primeiro a um pelo seu nome e depois ao outro. Ao repetir a mesma pergunta, êles<br />

darão os nomes trocados.<br />

Dentre as experiências mais fáceis figuram as de caráter cataléptico e as de inibição<br />

motora. Dois amigos, após uma longa ausência, querem aproximar-se um do outro, mas não<br />

conseguem dar um passo. Afinal conseguem andar. Cumprimentaram-se com um apêrto de<br />

mão, quando inesperadamente ocorre outra : o operador conta até três e êles não<br />

conseguem separar as mãos. Estão com as mãos prêsas. Essa sugestão pode desencadear<br />

reações mais violentas. É preciso que os “amigos” estejam fìsicamente nivelados para<br />

evitar destorções ou coisa parecida.<br />

Afinal o hipnotista torna a contar até três e êles conseguem separar as mãos.<br />

Para a alucinação do pêso escolhemos deliberadamente um atleta, ou pelo menos o<br />

mais forte entre os hipnotizados. Em pé êle segura uma caixa de fósforos, quando se lhe dá<br />

a sugestão de que o pêso da caixa vai aumentando progressivamente.<br />

Dentre os fenômenos que se prestam particularmente às demonstrações públicas<br />

temos a regressão de idade. Para essa experiência escolhe-se dentre os “sujets” o mais ou<br />

um dos mais profundamente hipnotizados.

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