O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
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Ao público o operador explica que, conforme consta da própria literatura científica,<br />
pode-se produzir autênticas queimaduras por êsse processo sugestivo. Aproveito o ensejo<br />
para mostrar o recurso terapêutico dessa possibilidade. A sugestão hipnótica capaz de<br />
produzir uma bôlha d’água também é capaz de fazer desaparecer uma verruga.<br />
Outra concessão que a maioria dos hipnotizadores faz ao ceticismo e, de certo<br />
modo, ao sadismo públicos, é a prova anestésica. A fim de mostrar que o “sujet” está<br />
efetivamente hipnotizado recorre-se ao expediente físico da demonstração de<br />
insensibilidade. O operador, sem proferir sequer uma palavra de sugestão, com uma agulha<br />
espeta a mão do “sujet”. Excusado será dizer que para êsse fim devemos usar agulhas<br />
devidamente esterilizadas e apresentá-las em estôjo próprio para dar à platéia a certeza da<br />
assepsia.<br />
Um número muito curioso e popularmente apreciado é o que certos autores<br />
chamariam de sensibilidade exteriorizada :<br />
Para êsse efeito anuncio :<br />
“Atenção ! Outra experiência :<br />
“Tenho nas mãos uma agulha e uma fôlha de papel (ou um lenço).”<br />
“No momento preciso em que a agulha perfurar o papel vocês sentirão a picada no<br />
dorso da mão direita.”<br />
Dito isso, dirijo-me para o fundo do palco, atrás dos “sujets” e com as mãos<br />
levantadas, de maneira que a assistência o possa vêr, executo o gesto anunciado. A essa<br />
experiência reagem os “sujets” mais profundamente hipnotizados.<br />
A experiência é repetida com a variante apenas da mão sugestivamente afetada. Em<br />
lugar de sentirem a agulhada no dorso da mão direita, os “sujets” a sentem no da mão<br />
esquerda.<br />
“… E o sono continua profundamente para êles e para elas…”<br />
Em matéria de alucinação sensorial podemos ainda intentar a experiência da<br />
sensibilidade transferida. O operador pica com a agulha a face de um dos “sujets”, fazendo<br />
com que outro, distante alguns metros acuse a picada.<br />
Uma experiência um tanto arriscada em demonstração teatral, em que não se<br />
perdoam fracassos, é a troca de personalidade, ou mais estritamente, de nomes. O<br />
hipnotista coloca dois “sujets” evidentemente os dois melhores, um defronte do outro.<br />
Pergunta primeiro a um pelo seu nome e depois ao outro. Ao repetir a mesma pergunta, êles<br />
darão os nomes trocados.<br />
Dentre as experiências mais fáceis figuram as de caráter cataléptico e as de inibição<br />
motora. Dois amigos, após uma longa ausência, querem aproximar-se um do outro, mas não<br />
conseguem dar um passo. Afinal conseguem andar. Cumprimentaram-se com um apêrto de<br />
mão, quando inesperadamente ocorre outra : o operador conta até três e êles não<br />
conseguem separar as mãos. Estão com as mãos prêsas. Essa sugestão pode desencadear<br />
reações mais violentas. É preciso que os “amigos” estejam fìsicamente nivelados para<br />
evitar destorções ou coisa parecida.<br />
Afinal o hipnotista torna a contar até três e êles conseguem separar as mãos.<br />
Para a alucinação do pêso escolhemos deliberadamente um atleta, ou pelo menos o<br />
mais forte entre os hipnotizados. Em pé êle segura uma caixa de fósforos, quando se lhe dá<br />
a sugestão de que o pêso da caixa vai aumentando progressivamente.<br />
Dentre os fenômenos que se prestam particularmente às demonstrações públicas<br />
temos a regressão de idade. Para essa experiência escolhe-se dentre os “sujets” o mais ou<br />
um dos mais profundamente hipnotizados.