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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

163<br />

“Depois não se lembrarão de nada e vão se sentir maravilhosamente bem<br />

dispostos… O seu próprio inconsciente trabalhará de agora em diante na solução de seu<br />

problema. Pelo seu êxito, sua paz interior e seu bem estar.”<br />

Esta sugestão post-hipnótica pode ser aplicada em tôdas as folgas entre um número<br />

maior e outro.<br />

Agora sugiro que estamos em casa, equivale a dizer, à vontade.<br />

Não obstante a ação da consciência inconsciente, ou seja, a já mencionada polícia<br />

interior, que continua vigilante no mais profundo transe hipnótico, mantenho-me em<br />

guarda para atalhar eventuais inconvenientes. Pode um “sujet” feminino descer uma alça ou<br />

baixar a saia rápida e inadvertidamente, exigindo imediata intervenção do hipnotista. A<br />

integridade moral e a ética profissional do hipnotizador devem afirmar-se pùblicamente e a<br />

tôda prova. Tanto os “sujets” como a platéia devem sentir que a moralidade das pessoas<br />

está assegurada, sejam quais forem os números a que o operador os possa submeter.<br />

“Em casa e à vontade.”<br />

Alguns dos “sujets” femininos inocentemente se descartarão dos sapatos. Os<br />

homens eventualmente farão a mesma coisa e tirarão o paletó. Alguns se porão a fumar<br />

(imaginàriamente, não se permitindo que acendam o cigarro, dizendo-lhes que o cigarro já<br />

está aceso.) Outros lerão um livro, jornais. Por sua vez, outros ligarão o rádio a fim de<br />

assistirem a um programa especial, etc. etc..<br />

A sugestão interrogativa : “O que cada um de vocês gosta de fazer quando está em<br />

casa?” acarretará manifestações ainda mais variadas e mais específicas.<br />

“Quando se está em casa ocorre o bebê chorar.” (Disco de chôro infantil).<br />

Do ponto de vista psicológico e caracterológico nada mais curioso e instrutivo do<br />

que a reação individual ao inadvertido e importuno chôro de criança. É uma das cenas<br />

muito apreciadas.<br />

“O bebê sossegou. Coloquem-no no berço, que êle dorme.”<br />

“E agora que o bebê está dormindo entra no salão uma matilha de cachorros<br />

bravos.” (Disco de latido de cachorro).<br />

Êste número exige redobrada vigilância, já que as reações de determinados “sujets”<br />

podem revestir-se de inesperada e não fàcilmente controlável violência. Pessoalmente<br />

suprimo êsse número quando os pacientes se mostram particularmente impulsivos e quando<br />

não disponho de um número suficiente de auxiliares no palco.<br />

Normalmente o tumulto cessa ao se anunciar :<br />

“Sairam os cachorros.”<br />

“Aproveito o ensejo para uma sugestão terapêutica : “Se alguém aqui tem<br />

particularmente mêdo de cachorro, já não o terá.<br />

Profiro a sugestão post-hipnótica da praxe :<br />

Só acordarão quando eu os acordar, não antes. Depois se sentirão maravilhosamente<br />

bem dispostos. O seu próprio inconsciente trabalhará de agora em diante, etc. etc.”. Passo a<br />

demonstrar os fenômenos alucinatórios, começando pela alucinação olfativa.<br />

“Em minhas mãos tenho uma rosa.”<br />

“Que perfume incomparável.”<br />

“À distância mesmo percebe-se o perfume desta rosa.”<br />

Não raro pessoas da platéia e dos camarotes afirmam existir em verdade um<br />

perfume de rosa, pondo destarte em dúvida a idoneidade do demonstrador. Tais<br />

espectadores podem ser convidados a se certificarem de perto do fenômeno. E se os<br />

submetermos a uma rápida indução, tanto mais se convencerão de que não houve perfume,

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