O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
“Não disse? Veio a tempestade.”<br />
“E as tempestades da África são famosas pela violência.”<br />
“\protejam-se. Abram os seus guarda-chuvas.”<br />
“A chuva desce a cântaros.”<br />
“As ruas se transformam em rios.”<br />
“A água está subindo.”<br />
Os “sujets” encolhem os pés, trepam nas cadeiras, arregaçam as calças etc..<br />
“Acabou a chuva. Mas vocês molharam-se muito.”<br />
“Sacudam a água da roupa, dos cabelos, dos sapatos.”<br />
“E o sono continua profundamente para êles e para elas.”<br />
“Coisa curiosa, depois da chuva vem um frio… Um vento gelado (Disco de vento).<br />
“Agasalhem-se. Mas que frio. Frio. Frio!”<br />
“Acabou o frio, mas vocês apanharam um resfriado.”<br />
Todos começam a tossir, a assoar o nariz, etc..<br />
“Anuncia-se peremptòriamente 1 5 8 :<br />
“Passou o resfriado.”<br />
Um dos maiores cuidados do hipnotista de palco deve ser o de cancelar o efeito das<br />
sugestões, sobretudo o das sugestões negativas.<br />
Para compensar os tormentos do frio, do calor e das tempestades, anuncio um<br />
programa de divertimentos.<br />
Inicialmente um grande jôgo de futebol, qualificando adredemente os jogadores, de<br />
acôrdo com o seu time e nacionalidade.<br />
Começa o jôgo, dando-se um goal a um partido depois ao outro.<br />
Em prosseguimento ao nosso programa de diversão levamos nossos “sujets” a um<br />
cinema.<br />
“Estamos no cinema.”<br />
‘Assistimos a um filme muito engraçado.” (Disco de gargalhada).<br />
“Acabou o filme cômico.”<br />
“E agora uma cena muito triste, profundamente triste!”<br />
A quase totalidade dos hipnotizadores especificam os motivos de hilaridade e da<br />
tristeza. Ex.: “uma criança acaba de ser atropelada, coitada da criancinha, etc..” É êste um<br />
êrro psicológico, uma vez que se ignoram os condicionamentos emocionais dos pacientes.<br />
O que constitui motivo de hilaridade ou de tristeza para um, pode não sê-lo para outro.<br />
Deixemos, por isso, a critério do próprio “sujet” a escolha do motivo.<br />
Não nos esqueçamos de cancelar a cena triste.<br />
“Acabou a cena triste.”<br />
“A cena triste acabou.”<br />
“Afinal não foi mais do que uma fita triste.”<br />
“Não vamos continuar a chorar por causa de uma simples fita, etc.”<br />
“Mas neste cinema tem uma coisa que não é fita.”<br />
“Está cheio de pulgas aqui dentro.”<br />
“Que quantidade absurda de pulgas.”<br />
“Malditas pulgas.”<br />
“Acabaram-se as pulgas, mas entra uma nuvem de mosquitos.”<br />
“Acabaram-se também os mosquitos.”<br />
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Decisivamente; Terminantemente.