O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação
156 K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O “Cuidado com o carôço.” “Não engulir o carôço.” “E agora chega de jaboticabas.” “Chupamos bastante.” “Estamos satisfeitos.” Os pacientes reagem a essas sugestões sempre de acôrdo com a sua dinâmica e educação próprias. E é dessa diversidade de reação que resultam os aspectos mais divertidos e instrutivos da demonstração. “E o sono continua profundamente para êles e para elas.” Nesta altura já se podem implantar as sugestões post-hipnóticas do bem estar, embora a demonstração ainda continue por mais de uma hora. Minha fórmula é a seguinte : “Só acordarão quando eu os mandar e tocar, não antes. E depois se sentirão maravilhosamente bem dispostos. O seu próprio inconsciente trabalhará de agora em diante na solução dos seus problemas, pelo seu êxito, pela sua paz interior e pelo seu bem estar… Pelo seu êxito, pela sua paz interior e pelo seu bem estar.” Segue-se uma demonstração de alucinação motora : “Agora vamos fazer uma viagem.” “Acontece que a estação da estrada de ferro fica longe e não há condução.” “Eu tenho uma idéia!” “Iremos todos a cavalo até à estação.” “Todos a cavalo!” (Entra um disco de efeito sonoro, reproduzindo o trotar e o galopar de cavalos.) É por certo um dos números mais movimentados e divertidos. Recomendam-se cuidados para evitar acidente, quedas do “cavalo” ou prejuízos materiais. Já tive após êsse número dezenas de cadeiras quebradas. Ao desenfreado galope se impõe um paradeiro, anunciando : “Chegamos à estação.” “Larguemos os animais e embarquemos no primeiro trem.” “Estamos no trem.” “Êsse sacolejo ritmado do trem, como é agradável. Aprofunda o sono ainda mais.” (Um disco de efeitos sonoros reproduz o ruído do trem em movimento, apito e tudo mais.) “Como é agradável a viagem!” “Lá fora paisagens, fazendas, lugarejos, vilas e cidades.” “Atenção! No trem se encontra um perigoso ladrão. Um batedor de carteiras, evadido 157 de uma penitenciária.” “Cuidado com as suas carteiras, suas jóias e tudo o que representa valor. O ladrão não perdoa.” Os “sujets” levam as mãos à carteira. Alguns a mudam de um bôlso para o outro. Há os que escondem o dinheiro no sapato ou nas meias. Por sua vez outros contam e recontam o dinheiro para verificarem se ainda estão na posse de tudo. De raro em raro ocorrem reações imprevistas a exigir pronta intervenção. Assim, em uma cidade do interior, onde o porte de armas é mais generalizado, um dos meus “sujets”, ao se lhe sugerir a presença de um ladrão, sacou do revólver. E provàvelmente o teria 157 Fugitivo.
K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O 157 disparado se, em boa hora, eu não lhe declarasse que o ladrão acabava de ser prêso. Em certa localidade do Interior (entroncamento ferroviário) notòriamente infestada por elementos marginais, ao ensejo do número do batedor de carteiras no trem, um dos “sujets”, ao envez de esboçar o clássico gesto de defeza, encarnou o papel do ladrão, para o pasmo da platéia, pois tratava-se de um jovem de família conceituada. O número extraprograma foi imediatamente abafado e o paciente recebeu i n l o c o uma sugestão corretiva. Para tirar os passageiros da aflição, anuncia-se : “Uma boa notícia! O ladrão acaba de ser prêso. Podem viajar tranqüilos agora.” “Entra uma bela jovem no vagão. Todos os olhares se voltam para ela.” Os passageiros se apressam em oferecer-lhe gentilmente um lugar. Conduzimos os “passageiros” ao carro restaurante, onde está sendo servido um delicioso jantar. Um frango assado pode ser comido com a mão. Os ossos são atirados pela janela. O chefe do trem anuncia : “Estamos chegando.” Todos se preparam para o desembarque. “Afinal, chegamos!” “Mas a nossa viagem continua.” “Dessa vez de avião, com destino à África Central! “Estamos no avião!” “Coloquem o cinto de segurança.” (Disco de avião). “Lá em baixo as maravilhas da paisagem!” “O avião está subindo e a paisagem está se perdendo de vista.” “O avião começa a balançar.” “Balança fortemente.” “Felizmente tomamos remédio contra enjôo.” “Está melhorando o tempo.” “Já não balança.” “A viagem continua normalmente.” Agora avistam-se as costas da África.” “Usem os binóculos.” “Regulem as lentes.” “Dentro de poucos instantes vamos aterrisar.” “Preparem-se para a aterrisagem.” “Chegamos.” “Estamos em plena África Central. Todos sabem o que isso significa.” “A África é a terra do calor. O lugar mais quente do mundo.” “Mas que calor, Santo Deus!” “Êste calor continua a piorar.” “A própria respiração se torna difícil nesta temperatura.” Evitemos nesta altura que os “sujets” se descomponham indumentàriamente. Êles podem tirar o paletó. Abrir o colarinho. Querer, inclusive, abrir ou tirar a camisa, enquanto as senhoras em geral se abanam com leques imaginários. Põe-se um paradeiro ao calor insuportável, anunciando uma tempestade. “Um calor dêsses é sinal de uma tempestade que vem por aí.” “Podem esperar que vem uma tempestade.” (Disco de tempestade). Ouvem-se os primeiros trovões.
- Page 105 and 106: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 107 and 108: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 109 and 110: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 111 and 112: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 113 and 114: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 115 and 116: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 117 and 118: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 119 and 120: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 121 and 122: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 123 and 124: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 125 and 126: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 127 and 128: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 129 and 130: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 131 and 132: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 133 and 134: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 135 and 136: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 137 and 138: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 139 and 140: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 141 and 142: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 143 and 144: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 145 and 146: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 147 and 148: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 149 and 150: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 151 and 152: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 153 and 154: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 155: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 159 and 160: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 161 and 162: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 163 and 164: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 165 and 166: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 167 and 168: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 169 and 170: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 171 and 172: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 173 and 174: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 175 and 176: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 177 and 178: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 179 and 180: K A R L W E I S S M A N N — O H I
- Page 181: K A R L W E I S S M A N N — O H I
156<br />
K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />
“Cuidado com o carôço.”<br />
“Não engulir o carôço.”<br />
“E agora chega de jaboticabas.”<br />
“Chupamos bastante.”<br />
“Estamos satisfeitos.”<br />
Os pacientes reagem a essas sugestões sempre de acôrdo com a sua dinâmica e<br />
educação próprias. E é dessa diversidade de reação que resultam os aspectos mais<br />
divertidos e instrutivos da demonstração.<br />
“E o sono continua profundamente para êles e para elas.”<br />
Nesta altura já se podem implantar as sugestões post-hipnóticas do bem estar,<br />
embora a demonstração ainda continue por mais de uma hora.<br />
Minha fórmula é a seguinte :<br />
“Só acordarão quando eu os mandar e tocar, não antes. E depois se sentirão<br />
maravilhosamente bem dispostos. O seu próprio inconsciente trabalhará de agora em diante<br />
na solução dos seus problemas, pelo seu êxito, pela sua paz interior e pelo seu bem estar…<br />
Pelo seu êxito, pela sua paz interior e pelo seu bem estar.”<br />
Segue-se uma demonstração de alucinação motora :<br />
“Agora vamos fazer uma viagem.”<br />
“Acontece que a estação da estrada de ferro fica longe e não há condução.”<br />
“Eu tenho uma idéia!”<br />
“Iremos todos a cavalo até à estação.”<br />
“Todos a cavalo!”<br />
(Entra um disco de efeito sonoro, reproduzindo o trotar e o galopar de cavalos.)<br />
É por certo um dos números mais movimentados e divertidos. Recomendam-se<br />
cuidados para evitar acidente, quedas do “cavalo” ou prejuízos materiais. Já tive após êsse<br />
número dezenas de cadeiras quebradas.<br />
Ao desenfreado galope se impõe um paradeiro, anunciando :<br />
“Chegamos à estação.”<br />
“Larguemos os animais e embarquemos no primeiro trem.”<br />
“Estamos no trem.”<br />
“Êsse sacolejo ritmado do trem, como é agradável. Aprofunda o sono ainda<br />
mais.” (Um disco de efeitos sonoros reproduz o ruído do trem em movimento, apito e tudo<br />
mais.)<br />
“Como é agradável a viagem!”<br />
“Lá fora paisagens, fazendas, lugarejos, vilas e cidades.”<br />
“Atenção! No trem se encontra um perigoso ladrão. Um batedor de carteiras,<br />
evadido 157 de uma penitenciária.”<br />
“Cuidado com as suas carteiras, suas jóias e tudo o que representa valor. O ladrão<br />
não perdoa.”<br />
Os “sujets” levam as mãos à carteira. Alguns a mudam de um bôlso para o outro. Há<br />
os que escondem o dinheiro no sapato ou nas meias. Por sua vez outros contam e recontam<br />
o dinheiro para verificarem se ainda estão na posse de tudo.<br />
De raro em raro ocorrem reações imprevistas a exigir pronta intervenção. Assim, em<br />
uma cidade do interior, onde o porte de armas é mais generalizado, um dos meus “sujets”,<br />
ao se lhe sugerir a presença de um ladrão, sacou do revólver. E provàvelmente o teria<br />
157<br />
Fugitivo.