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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

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cooperação exagerada, ou mesmo de uma farsa graciosa de algum gaiato gratuito, levado a<br />

isso pelo simples exibicionismo ou ainda pelo desejo de desacreditar pùblicamente o<br />

hipnotizador. Daí a elucidação abaixo :<br />

“A hipnose produz dois grupos de reação : a dramatização das situações sugeridas e<br />

algumas modificações psico-físicas que se operam transitòriamente na pessoa hipnotizada.<br />

Quanto à dramatização pode se levantar em alguns dos senhores a suspeita de simulação,<br />

parcial ou total. Sabemos hoje que a simulação na hipnose é na realidade muito mais rara<br />

do que geralmente se acredita. De resto, uma pessoa que em uma demonstração séria como<br />

esta se apresentasse com propósito de simular, daria provas de ser, entre outras coisas,<br />

portadora de doença mental. Já sabemos que o fato de o paciente conservar uma lembrança<br />

parcial ou total do que se passou, não significa que tenha simulado ou não tenha sido<br />

hipnotizado. Um indivíduo ligeiramente embriagado também se recorda posteriormente de<br />

tudo que fêz durante o estado de embriaguês. E nem por isso se nega que tenha sofrido a<br />

influência do álcool. Para poder representar de forma convincente o papel do ébrio, a<br />

pessoa tem de beber. Da mesma maneira o “sujet” não prescinde do transe para representar<br />

convincentemente o papel do hipnotizado”.<br />

E para tranqüilizar os candidatos à hipnotização :<br />

“A hipnose é um estado psicológico normal, não obstante as alterações psicosomáticas<br />

que produzem um efeito salutar 152 devido à sua ação catártica. Ao sair do transe a<br />

pessoa tem uma sensação agradável de leveza, de boa disposição e confôrto psíquico. E<br />

essa melhora pode prolongar-se sobretudo quando se aplica uma sugestão adequada, por<br />

dias, semanas e até por meses.”<br />

Um aviso que jamais deve ser esquecido :<br />

“Ninguém vai expor-se ao ridículo. Nada pode haver de ridículo em uma<br />

demonstração científica. Os senhores podem apresentar-se sem o menor constrangimento.<br />

Os indivíduos hipnotizáveis estão de parabéns, pois trazem dentro de si um recurso<br />

poderoso, uma verdadeira garantia contra eventualidades nervosas do futuro, uma chance<br />

terapêutica como poucas”.<br />

Neste ponto termina o preâmbulo pròpriamente dito, o qual contém todos os<br />

argumentos necessários à defesa do trabalho. Possìvelmente um ou outro dos espectadores<br />

não tenha prestado a atenção devida até o final. O público não veio para ouvir uma<br />

conferência ou uma aula sôbre hipnotismo, mas, sim, para ver um espetáculo. Mas, como<br />

no caso da indução de gabinete, era preciso que soubesse o que o esperava e o que dêle se<br />

esperava. Não temos de fazer ùnicamente concessão à sua curiosidade teatral, senão<br />

também à nossa defesa e à defesa do próprio espetáculo. De resto o preâmbulo é proferido<br />

em tom de palestra, comportando exemplos e interpretações anedóticas, dependendo muito<br />

da personalidade do hipnotizador a maior ou menor resistência do público em relação ao<br />

mesmo.<br />

Pondo um ponto final na preleção, gratifico o público pela paciência, dizendo, após<br />

uma pequena pausa :<br />

“Conforme é do conhecimento de distinto público, o nosso trabalho é realizado com<br />

as pessoas da própria platéia.<br />

“A fim de apurarmos quais as pessoas mais sensíveis, faremos testes coletivos. O<br />

primeiro teste será o teste das mãos. Por enquanto vou demonstrar apenas como é feito.”<br />

Dito isso apresto-me a demonstrar o gesto a ser executado. Sabemos que muitas<br />

152<br />

Saudável; Edificante.

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