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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

“Ainda uma palavra sôbre a suscetibilidade ou sensibilidade à hipnose. É comum<br />

associar-se a suscetibilidade hipnótica à idéia de fraqueza. Ouvimos freqüentemente dizer :<br />

“Eu sou forte. Ninguém me hipnotiza ! ” Acontece que a suscetibilidade hipnótica pouco<br />

tem a ver com tais fatôres como fôrça e fraqueza. Pelo fato de ser hipnotizável o indivíduo<br />

não é fraco, assim como ninguém é forte pelo fato de resistir à hipnose. O êxito depende<br />

largamente do desejo sincero de cooperar. As estatísticas mostram que as pessoas dotadas<br />

de vontade forte são as mais fáceis de induzir à hipnose do que as pessoas de vontade fraca<br />

e os indivíduos mais inteligentes são mais suscetíveis do que os de inteligência inferior.<br />

Qualquer psiquiatra sabe que não se consegue hipnotizar loucos, ébrios e débeis mentais. É<br />

que os loucos, os ébrios e os débeis mentais não têm a capacidade de concentração<br />

necessária à indução da hipnose.”<br />

Nesta altura esboçam-se alguns sorrisos entre os assistentes 151 dispostos a não<br />

morder semelhante isca. Para neutralizar essa reação negativa, vem a explicação :<br />

Não estou dizendo que tôdas as pessoas não hipnotizáveis sejam necessàriamente<br />

loucos, ébrios ou débeis mentais.<br />

“Mas como quer que seja, as estatísticas estabelecem que 90% das pessoas normais<br />

são hipnotizáveis. Apresso-me, porém, em explicar que tão elevada porcentagem não vem<br />

ao caso para uma demonstração pública. Lembro que, normalmente, o hipnotista trabalha<br />

com um só paciente. E êsse paciente tem uma sessão que pode durar de uma a duas horas.<br />

Se não entra em transe, a sessão é repetida. E casos há em que só na vigésima ou trigésima<br />

sessão o indivíduo finalmente entra em estado de hipnose. Assim, podendo demorar horas,<br />

dias, semanas e até meses, nove em dez efetivamente acabariam hipnotizados. Já para efeito<br />

de uma demonstração pública, na qual não se dispõe senão apenas de 15 a 20 minutos para<br />

induzir o transe, a porcentagem dos hipnotizáveis necessàriamente cai. Para êsse efeito<br />

contamos apenas com as pessoas mais sensíveis, ou seja de 15 a 20% dos assistentes<br />

presentes na sala.<br />

“Um rápido esclarecimento sôbre os diversos estágios de hipnose — Para efeitos<br />

práticos dividimos a hipnose em três estágios : Há uma hipnose ligeira, ou superficial, uma<br />

hipnose média e uma hipnose profunda. Na hipnose ligeira ou superficial a pessoa tem<br />

plena consciência de tudo que se passa e poderá ter e dar a impressão de que nem sequer<br />

está hipnotizada. Na hipnose média, o indivíduo guarda uma lembrança parcial do que se<br />

passou, mas não terá dúvida quanto ao transe. Na hipnose profunda ocorre a amnésia posthipnótica.<br />

O paciente, ao acordar, declara não recordar-se de nada do que se passou.”<br />

Explico então :<br />

“Para efeito de demonstração costumo deixar uma ou duas pessoas em transe<br />

ligeiro, outras tantas em transe médio e as demais em transe profundo. Não se pode,<br />

entretanto, garantir uma divisão exata nesse sentido, uma vez que o processo hipnótico<br />

depende largamente das reações das pessoas que voluntàriamente se apresentam. Tem<br />

acontecido não sobrar ninguém para o transe ligeiro, e nem para o médio, ficando todos em<br />

transe profundo.”<br />

Esta última observação provoca risos, pois atua como estimulante aos propósitos de<br />

desafio e ativa a curiosidade pela antecipação do desenrolar vitorioso do espetáculo.<br />

Um tópico de vital importância e que jamais deve ser omitido é o que se refere à<br />

possibilidade de simulação. Partamos do princípio de que o operador já está devidamente<br />

credenciado e acreditado junto ao público. Todavia, pode êsse público suspeitar de uma<br />

151<br />

Que ou quem assiste; Público.

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