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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

iniciado profìcuamente 142 a exploração do inconsciente. Até hoje grande parte dos pacientes<br />

analíticos abandonam o tratamento, sob um pretexto ou outro, ao sentirem as primeiras<br />

dores da intervenção. E há os que, vencendo essa fase inicial, se aboletam na situação<br />

agradável da transferência em caráter perpétuo. Com o uso da hipnose êsses problemas<br />

desaparecem. Aos pacientes desertores dá-se uma sugestão post-hipnótica, determinandolhes<br />

a necessidade de continuar o tratamento, marcando-lhes o comparecimento obrigatório<br />

para a próxima sessão. Aos que insistem no prolongamento indefinido da análise, dissolvese<br />

hipnòticamente a transferência com o devido tato e habilidade, proporcionando-lhes<br />

assim um feliz arremate da situação terapêutica.<br />

Eis, salvo graves heresias de resumo, a teoria e a técnica da psicanálise ortodoxa.<br />

Freud, embora resistindo às tentações da técnica hipnótica dos primeiros tempos, admitiu<br />

em 1919 que o retôrno ao hipnotismo, como meio de encurtar o tratamento, se tornará uma<br />

necessidade no dia em que a psicoterapia tiver de beneficiar o grande público. O crescente<br />

prestígio e desenvolvimento da moderna hipnoanálise vem concretizando essa profecia.<br />

A HIPNOANÁLISE<br />

O tratamento pela hipnoanálise se inicia por um treinamento do paciente na hipnose<br />

e um condicionamento adequado à mesma. Quanto ao período de treinamento varia de<br />

acôrdo com o grau de suscetibilidade. Quanto ao estágio ideal para êsse fim terapêutico,<br />

divergem os autores. Há os que preferem o transe médio e finalmente os que insistem na<br />

necessidade do transe profundo. Êste último oferece os recursos mais apreciáveis de um<br />

contato mais direto e seguro com o inconsciente. É uma norma estabelecida que ao fim do<br />

treinamento o paciente deve ter facilidades de entrar em transe sem maiores dificuldades ao<br />

sinal convencionado pelo hipnotista e deve estar em condições de receber ordens posthipnóticas,<br />

sobretudo na parte referente à amnésia.<br />

Dentre as técnicas usadas em hipnoanálise incluem-se as seguintes :<br />

R ECORDAR E REVIVER<br />

Diz um conhecido adágio que recordar é viver. Na técnica hipnoanalítica, no<br />

entanto, estabelecemos uma discriminação entre essas duas funções. O hipnoanalista<br />

começa por incitar o paciente a recordar-se para fins críticos e informativos das situações<br />

passadas. E o paciente revê o passado indicado pelo analista à luz das suas experiências e<br />

situação presentes, sem revivê-lo pròpriamente dito. Apenas para efeito de registro.<br />

Vencida essa etapa, processa-se a regressão a uma fase determinada. Aí o paciente<br />

não apenas recorda, revive, repete afetivamente o episódio indicado. Regride<br />

emocionalmente às fases de sua vida passada. O método usado para êsse fim não varia<br />

essencialmente do que já conhecemos : Digo ao paciente mais ou menos o seguinte : “Vou<br />

pondo a mão na sua testa e contando até dez. Quando eu tiver terminado de contar, você<br />

terá voltado à fase X. Você verá nìtidamente e com nitidez cada vez maior, todos os<br />

detalhes que interessam ao caso. Verá tudo, não omitirá nada. Não quererá excluir coisa<br />

alguma, etc..” Em certo paciente cuja vida fôra comprometida pelo nascimento do irmão<br />

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Utilmente; Vantajosamente.

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