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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

127<br />

XV — HIPNOANÁLISE<br />

A psicanálise é a exploração do inconsciente e a hipnose o meio de acesso mais<br />

rápido e direto ao mesmo inconsciente. Por hipnoanálise entende-se um compósito 137<br />

apropriado de hipnose com psicanálise. A parte psicanálise compreende — na clara<br />

definição de R. Lindner — a orientação, o plano de direção de um modo geral e a técnica<br />

interpretativa. Quanto à hipnose, vale no caso como técnica instrumental de penetração,<br />

graças à qual se encurta consideràvelmente a duração do tratamento, duração essa<br />

sabidamente longa nos processos psicanalíticos ortodoxos. Por sua vez, a hipnoanálise<br />

representa apenas uma das facetas da hipnoterapia geral, embora a mais altamente<br />

especializada e complexa e a que oferece as maiores vantagens e os resultados terapêuticos<br />

mais duradouros e mais positivos.<br />

O espaço destinado a êste capítulo não comporta uma exposição exaustiva da teoria<br />

e da prática psicanalítica. O leitor terá de valer-se do que já conhece a respeito ou então<br />

recorrer à vasta literatura sôbre a matéria, começando pelas obras completas do próprio<br />

Freud.<br />

O resumo dos conceitos psicanalíticos abaixo vale por um bosquejo 138 histórico,<br />

mostrando ainda os pontos de contato da psicanálise com o hipnotismo e com o<br />

desenvolvimento ulterior da hipnoanálise.<br />

A psicanálise teve por ponto de partida as famosas experiências hipnóticas de dois<br />

médicos Vienenses Josef Breuer e Sigmund Freud, na segunda metade do século XIX.<br />

Breuer relatou a Freud de como empregara a hipnose em uma jovem paciente, Anna O. à<br />

qual vinha tratando havia um ano e meio. Durante o transe hipnótico o Dr. Breuer fizera a<br />

moça falar e mais, historiar o comêço de sua própria doença, desde os primeiros sintomas,<br />

entrando em pormenores sôbre o seu desenvolvimento ulterior. Enquanto a paciente falava,<br />

melhoravam as condições nervosas. Com a elucidação dos fatos responsáveis pelas suas<br />

dificuldades e sofrimentos atuais, sentia-se a paciente aliviada e os próprios sintomas iam<br />

desaparecendo. Era a cura pela conversa, a “Talking Cure”, o método catártico 139 de Breuer,<br />

que foi o princípio da doutrina de Freud. Breuer já estava empenhado na elucidação do<br />

fenômeno da histeria e Freud estusiàsticamente compartilhava das suas investigações. A<br />

técnica instrumental de penetração, o meio de acesso à alma humana ainda era a hipnose.<br />

Estimulado por Breuer, Freud foi a Paris a fim de trabalhar com Charcot na<br />

Salpetrière, em 1885. Já sabemos que Charcot, preocupado ùnicamente com o fenômeno da<br />

histeria, via na hipnose apenas um sintoma histérico. Conquanto seus conceitos sôbre<br />

137<br />

De “composição”: Reunião de dois ou mais radicais para a formação de uma nova palavra, com significado<br />

único e autônomo. Existem dois tipos: justaposição em que cada um dos elementos conserva a sua integridade<br />

morfológica (pé-de-vento, passatempo) e aglutinação, em que tais elementos se unem, subordinando-se a um<br />

único acento tônico: planalto (de plano + alto), embora (de em + boa + hora).<br />

138<br />

Os primeiros traços, que antecedem o plano geral duma obra; Rascunho.<br />

139<br />

Relativo a catarse (Purificação; Liberação de pensamentos, idéias, etc. que estavam reprimidos no<br />

inconsciente, seguindo-se alívio emocional).

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