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O Hipnotismo - Psicologia, Técnica e Aplicação

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K A R L W E I S S M A N N — O H I P N O T I S M O<br />

vem merecendo a preferência de certos hipnotistas de palco. O resultado dêsse sistema é<br />

uma imediata imobilidade tônica e uma catalepsia dessas de permitir as mais extravagantes<br />

provas de rigidez. Outro resultado, não pouco provável dêsse método ultra-violento, é a<br />

morte. Razão por que ninguém deve condescender, nem em pensamento, com a tentação de<br />

semelhante expediente de indução hetero ou auto-hipnótica.<br />

Certas pessoas (invariavelmente bons “sujets”) conseguem induzir o estado autohipnótico<br />

sem ajuda alheia, o que equivale a dizer, sem a clássica demora do aprendizado<br />

necessário ao condicionamento automático. Muitos dos meus pacientes se anteciparam na<br />

auto-hipnose a qualquer iniciação formal. Descobriram por sua própria conta que se podiam<br />

hipnotizar a si mesmos, articulando ou simplesmente pensando as formulas sugestivas,<br />

normalmente proferidas pelo operador.<br />

Um dos meus alunos, hipnotizado anteriormente em uma demonstração pública,<br />

passou a reproduzir mais tarde sòzinho todo o espetáculo, compreendendo um extenso e<br />

variado programa, incluindo os fenômenos da rigidez cataléptica, modificações sensoriais e<br />

alterações de memória. Iniciou-se na auto-hipnose, na minha ausência e sem o meu prévio<br />

conhecimento. Imaginava-me na sua frente a proferir as sugestões e as ordens que lhe<br />

apraziam executar. Um condicionamento heterohipnótico posterior o independizou da<br />

minha presença imaginária e bloqueou-lhe o acesso a possíveis abusos.<br />

Uma aluna, também ótimo “sujet”, de espírito um pouco mais rebelde e<br />

independente, fazia o mesmo, porém, sem pensar especìficamente na pessoa do hipnotista.<br />

Limitava-se a produzir-lhe mentalmente (ou oralmente) as sugestões verbais, conseguindo<br />

efeitos mais convincentes e espetaculares.<br />

Dentre as pessoas particularmente propensas à auto-hipnose expontânea apontam-se<br />

frequentemente médiuns espíritas. É do conhecimento geral que os espíritas são<br />

particularmente sensíveis à hipnose. Sabemos que a suscetibilidade hipnótica cresce em<br />

razão da fé, do exercício de concentração e da propensão individual para atitudes abstratas.<br />

Já não estranhamos as propaladas facilidades dos espíritas nesse domínio, muito embora,<br />

entre êles, a verdadeira natureza de semelhantes fenômenos anímicos costuma ser<br />

deliberadamente ignorada.<br />

Consta ainda que, determinados indivíduos, adquiriram a capacidade auto-hipnótica<br />

em virtude de um acidente ou determinadas enfermidades nervosas.<br />

Tais conjecturas, a meu ver, situam-se ainda nas regiões fronteiriças entre a<br />

realidade e a lenda. Trata-se de experiências ainda não confirmadas cientìficamente ou<br />

mesmo inconfirmáveis em sua maioria. Como a capacidade hipnótica, de um modo geral,<br />

também as possibilidades auto-hipnóticas têm o seu teto, sendo, normalmente, o produto de<br />

um treino sistemático e de um esforço prolongado.<br />

Todavia, a maneira mais prática, rápida e eficiente de adquirir e desenvolver essa<br />

faculdade é a heterosugestão post-hipnótica.<br />

A técnica que mais se recomenda é, paradoxalmente auto-hetero-hipnótica, ou seja,<br />

um misto de auto-hipnose e heterohipnose.<br />

A fórmula abaixo consta da obra “ H i p n o t i s m T o d a y ” de Leslie M.<br />

Lecron e Jean Bordeaux.<br />

Primeira condição : Colocar o candidato à auto-hipnose em transe profundo, o mais<br />

profundo possível.<br />

Uma vez no transe necessário, dizemos-lhe o seguinte :<br />

“De hoje em diante você poderá chegar sòzinho a um transe igual a êste e até mais<br />

profundo.

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