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REVISTA_MAIS_SEBRAE_MARCO_2017_FINAL

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A <strong>REVISTA</strong> DIGITAL DO EMPREENDEDOR GAÚCHO<br />

Abril <strong>2017</strong> | Ano 3 | Nº 7<br />

<strong>MAIS</strong> <strong>SEBRAE</strong> | ANO 3 | Nº 7 | <strong>2017</strong><br />

Conheça o universo<br />

das Fintechs<br />

pág. 26<br />

“A economágica custou<br />

caro a todos nós”<br />

pág. 32<br />

FERMENTO<br />

CONTRA A CRISE<br />

Empreendedores têm suas receitas<br />

para driblar a instabilidade<br />

e consolidarem seus negócios<br />

no setor de alimentação<br />

pág. 38


PARA SUA EMPRESA<br />

CRESCER, NÃO<br />

CONTE COM A<br />

SORTE. CONTE<br />

COM O <strong>SEBRAE</strong>.<br />

Quem é empreendedor<br />

encontra no <strong>SEBRAE</strong>/RS todo<br />

o apoio para superar qualquer<br />

desafio. A nossa equipe oferece<br />

atendimento especializado,<br />

estimulando o crescimento das<br />

micro e pequenas empresas.<br />

Se você quer ir mais longe,<br />

entre em contato com a gente.<br />

Estamos prontos para fazer a<br />

diferença no seu negócio.


EDITORIAL<br />

A segunda edição da Revista Mais <strong>SEBRAE</strong><br />

em <strong>2017</strong> está recheada de informações<br />

que certamente irão contribuir no dia a<br />

dia do empreendedor a frente do seu<br />

negócio. Um dos assuntos que estamos<br />

abordando é o cultivo de frutas com<br />

atenção total às boas práticas agrícolas e<br />

de gestão, trazendo benefícios tanto ao<br />

produtor rural quanto ao consumidor. Na<br />

reportagem, os leitores poderão conhecer<br />

empreendedores que estão se destacando<br />

em suas regiões com frutas de<br />

qualidade, aumento de produtividade e<br />

comercialização, utilizando-se de iniciativas<br />

criativas a exemplo da dinâmica colha<br />

e pague, também destacada pelo Programa<br />

É de Casa, da TV Globo, no mês de<br />

março.<br />

Outro foco estratégico que estamos<br />

priorizando em <strong>2017</strong> é a Educação<br />

Empreendedora, tema que a Revista<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> traz com destaque. Nossa<br />

atuação se dá em escolas estaduais e<br />

municipais, além de universidades, que<br />

trabalham o tema junto aos estudantes<br />

para que eles desenvolvam, sobretudo,<br />

atitude empreendedora. Desta forma,<br />

estaremos formando cidadãos com<br />

capacidade de enfrentar um mercado de<br />

trabalho cada vez mais diferenciado, além<br />

de empreendedores mais conscientes de<br />

sua missão enquanto construtores de<br />

uma sociedade mais revolucionária.<br />

Os leitores também poderão acompanhar<br />

o que a economista-chefe do Sistema<br />

Fecomércio, Patrícia Palermo, diz<br />

sobre o processo de evolução da economia<br />

brasileira em <strong>2017</strong>. Segundo Patrícia,<br />

ainda não podemos baixar a guarda<br />

para a instabilidade, pois o ano será de<br />

crescimento moderado, porém, o período<br />

será importante para estabelecer<br />

um processo de recuperação saudável<br />

da economia. Já a capa da Revista Mais<br />

<strong>SEBRAE</strong> traz uma reportagem que mostra<br />

como os pequenos negócios do setor de<br />

alimentação tem driblado a instabilidade,<br />

servindo de inspiração a tantos outros<br />

empresários que, às vezes, só precisam<br />

saber que é possível transpassar dificuldades<br />

praticando uma gestão eficiente, inovação,<br />

estando atendo às necessidades<br />

dos consumidores.<br />

Boa leitura!<br />

Carlos Rivaci Sperotto<br />

Presidente do Conselho Deliberativo<br />

Estadual do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

3


CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Presidente Conselho Deliberativo: Carlos Rivaci Sperotto<br />

• Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A – BANRISUL<br />

Titular: Luiz Gonzaga Veras Mota<br />

Suplente: Irany de Oliveira Sant’Anna Júnior<br />

• Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS<br />

Titular: Heitor José Müller<br />

Suplente: Marco Aurélio Paradeda<br />

• Caixa Econômica Federal<br />

Titular: Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt<br />

Suplente: Fábio Müller<br />

• Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – CIERGS<br />

Titular: André Vanoni de Godoy<br />

Suplente: Marlos Davi Schmidt<br />

• Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia-SDECT<br />

Titular: Fábio de Oliveira Branco<br />

Suplente: Carlos Alberto Hundertmarker<br />

• Banco do Brasil S/A<br />

Titular: Edson Bündchen<br />

Suplente: Vanderlei Barbiero<br />

• Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do<br />

Sul – FEDERASUL<br />

Titular: Simone Diefenthaeler Leite<br />

Suplente: Olmiro Cavazzola<br />

Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – FARSUL<br />

Titular: Carlos Rivaci Sperotto<br />

Suplente: Fábio Avancini Rodrigues<br />

Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande<br />

do Sul – FECOMÉRCIO<br />

Titular: Luiz Carlos Bohn Suplente: Zildo De Marchi<br />

• Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – <strong>SEBRAE</strong><br />

Titular: José Paulo Dornelles Cairoli<br />

Suplente: Pio Cortizo Vidal Filho<br />

• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/RS<br />

Titular: Alexandre De Carli<br />

Suplente: Murilo Lima Trindade<br />

• Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul – FAPERGS<br />

Titular: Odir Antônio Dellagostin<br />

Suplente: Marco Antonio Baldo<br />

• SENAR - RS - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural<br />

Titular: Gilmar Tietböhl Rodrigues<br />

Suplente: Valmir Antônio Susin<br />

• FCDL- Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul<br />

Titular: Vitor Augusto Koch<br />

Suplente: Fernando Luis Palaoro<br />

• BADESUL Desenvolvimento S/A - Agência de Fomento/RS<br />

Titular: Susana Maria Kakuta<br />

Suplente: Pery Francisco Sperotto Coelho<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Titulares<br />

• FEDERASUL: José Benedicto Ledur (Presidente)<br />

• FIERGS: Gilberto Brocco<br />

• FCDL/RS: Jorge Claudimir Prestes Lopes<br />

Suplentes<br />

• FECOMÉRCIO: Ivanir Antonio Gasparin<br />

• Banco do Brasil: Carlomagno G Foto de capa: Oblíquo Imagens woebel<br />

• Caixa Econômica Federal: Pedro Amar Ribeiro de Lacerda<br />

DIRETORIA EXECUTIVA DO <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Diretor-Superintendente : Derly Cunha Fialho<br />

Diretor Técnico: Ayrton Pinto Ramos<br />

Diretor de Administração e Finanças: Carlos Alberto Schütz<br />

EXPEDIENTE<br />

É uma publicação do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

desenvolvida pela Gerência de<br />

Comunicação.<br />

Coordenação e Edição:<br />

Luciana Bueno Santos<br />

Reportagem:<br />

Josine Haubert, Karen Vidaleti<br />

e Renata Cerini<br />

Design Gráfico e Editoração:<br />

Marcelo Silveira<br />

Foto de Capa:<br />

Oblíquo Imagens<br />

Revisão Ortográfica:<br />

Plural - Revisão Ltda.<br />

Tiragem eletrônica | Aplicativo<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong>:<br />

Disponível em iOS e Android<br />

FALE COM A REDAÇÃO:<br />

sebraeimprensa@sebrae-rs.com.br<br />

(51) 3216.5165/3216.5182<br />

Contatos com o <strong>SEBRAE</strong>/RS:<br />

• 0800 570 0800 - atendimento<br />

gratuito de segunda a sexta-feira,<br />

das 8h às 19h.<br />

• www.sebrae-rs.com.br<br />

O visitante pode fazer download<br />

de publicações e no link “Agência<br />

<strong>SEBRAE</strong> de Notícias” ficar sabendo<br />

das novidades da instituição.<br />

• www.sebrae.com.br - <strong>SEBRAE</strong><br />

Nacional<br />

• Espaço Pesquisa <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Acervo de livros, revistas, vídeos<br />

e dicas de oportunidades de<br />

negócios enfocando gestão<br />

empresarial. O material pode ser<br />

consultado em todas as regionais.<br />

Em Porto Alegre, na Regional<br />

Metropolitana, Rua General João<br />

Manoel, 282 – Centro ou Rua Antônio<br />

Joaquim Mesquita, 259 – Zona Norte.<br />

De segunda a sexta-feira, das<br />

9h às 18h.<br />

4


SUMÁRIO<br />

POLÍTICAS<br />

PÚBLICAS<br />

Estímulo ao desenvolvimento de habilidades<br />

empreendedoras ganha espaço nas redes de<br />

ensino<br />

06<br />

COMÉRCIO<br />

10<br />

E SERVIÇOS<br />

Fortalecimento da relação com o cliente norteia<br />

as tendências nos setores de comércio e serviços<br />

AGRONEGÓCIOS<br />

Boas práticas no cultivo de frutas melhoram<br />

produtividade nas propriedades e fortalecem a<br />

relação com o consumidor<br />

INDÚSTRIA<br />

Elas levam inovação tecnológica para o setor<br />

financeiro. Conheça o universo das fintechs<br />

INDÚSTRIA<br />

Implantação das chamadas fábricas inteligentes<br />

revoluciona o futuro das empresas e gera oportunidades<br />

para os pequenos negócios<br />

14<br />

18<br />

22<br />

FERMENTO<br />

CONTRA A CRISE<br />

CAPA<br />

FEIRAS E<br />

26 CASOS DE SUCESSO 44<br />

OPORTUNIDADES<br />

MPEs que participaram do estande coletivo do Siga o exemplo de empreendedores e capacite-se<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS na Expodireto vendem o equivalente a<br />

R$ 7 milhões no evento<br />

38<br />

Empreendedores de micro e pequenas empresas<br />

têm suas receitas para driblar a instabilidade e<br />

consolidarem seus negócios no setor de alimentação<br />

INOVAÇÃO<br />

29<br />

Programa InovAtiva Brasil é gratuito e destinado a<br />

empresas inovadoras de qualquer setor e lugar do<br />

País<br />

ENT<strong>REVISTA</strong> 32<br />

Patricia Palermo, economista-chefe do Sistema<br />

Fecomércio, fala sobre a atual situação econômica<br />

do Brasil<br />

FATOS E FOTOS<br />

FRASES EM DESTAQUE<br />

46<br />

48<br />

5


POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

ATITUDE<br />

EMPREENDEDORA<br />

Estímulo ao<br />

desenvolvimento<br />

de habilidades<br />

empreendedoras<br />

ganha espaço<br />

nas redes de<br />

ensino<br />

6


POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

Persistência, comprometimento, exigência<br />

de qualidade e eficiência,<br />

busca de informações, capacidade<br />

de correr riscos calculados e estabelecer<br />

metas, persuasão, independência e autoconfiança<br />

são qualidades frequentemente<br />

requeridas no mercado de trabalho. Também<br />

são comportamentos desenvolvidos<br />

através da educação empreendedora.<br />

Valiosas não só para quem tem a intenção<br />

de abrir o próprio negócio, essas competências<br />

estão vinculadas ao processo de<br />

crescimento profissional.<br />

Há cerca de quatro anos, a educação empreendedora<br />

é objeto de programa do<br />

<strong>SEBRAE</strong> em território nacional, em um movimento<br />

que visa levar conhecimento para<br />

as redes de ensino formal. A iniciativa conta<br />

com parceiros nos Ensinos Fundamental,<br />

Médio, Técnico e Superior para inserir<br />

o conceito em novas redes pedagógicas,<br />

trabalhando matriz de competências e desdobramento<br />

das características do comportamento<br />

empreendedor.<br />

“A proposta é trazer o empreendedorismo<br />

para dentro da<br />

escola e universidade, para que<br />

rode como um projeto. Queremos<br />

que o jovem tenha acesso<br />

a esse conteúdo e a elementos<br />

positivos para pensar numa sociedade<br />

mais progressista, através<br />

do ensino”<br />

Lubianca Motta<br />

Gestora de projetos de Educação<br />

Empreendedora do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

RESGATE CULTURAL<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

“As habilidades empreendedoras<br />

são essenciais para que o<br />

desenvolvimento possa acontecer<br />

e estão intimamente ligadas<br />

ao protagonismo das pessoas”<br />

Claudio Veras<br />

Consultor e criador da Metodologia LIDER -<br />

Liderança para o Desenvolvimento Regional<br />

do <strong>SEBRAE</strong> Nacional<br />

Trabalhar o conceito na área pública,<br />

junto a escolas municipais e estaduais, é,<br />

para Veras, um desafio real da educação<br />

empreendedora. “Sensibilizar o poder<br />

público para que possa entender essa<br />

importância e como a educação empreendedora<br />

pode dinamizar a educação<br />

no município. É uma mudança de paradigma<br />

sair da escola tradicional, onde os<br />

alunos, muitas vezes, não têm postura<br />

proativa, e envolver prefeito, professores,<br />

funcionários, alunos e pais nesse tema”,<br />

acredita.<br />

7


POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

Há quatro anos, a educação empreendedora<br />

está inserida na rede pedagógica do<br />

município de Pejuçara, na região do Planalto<br />

Médio. O programa atende a alunos<br />

das nove séries do Ensino Fundamental e<br />

de Jovens e Adultos (EJA), além de proporcionar<br />

alimentação e transporte aos<br />

que precisam. Neste quarto ano de operação,<br />

cerca de 350 alunos e 16 professores<br />

estão envolvidos nas atividades.<br />

“Ao longo destes dois anos de<br />

‘safras’ anuais do programa, pudemos<br />

acompanhar o aprimoramento<br />

da cultura empreendedora<br />

tanto em nossos alunos<br />

como em nossos professores.<br />

Esperamos que em longo<br />

prazo possamos fazer ressurgir<br />

com maior intensidade esta<br />

cultura em nosso município,<br />

visto que sua existência se deve<br />

àqueles que empreenderam”<br />

Carla Regina Decian<br />

Secretária de Educação de Pejuçara<br />

endedorismo não pode estar circunscrito<br />

às escolas de Administração. Há um<br />

campo vasto para difundi-lo”, pondera.<br />

Para ela, embora as mudanças apresentadas<br />

nos últimos 10 anos sejam significativas,<br />

o ensino precisa evoluir quando<br />

se trata de trabalhar a educação empreendedora.<br />

“Uma coisa que erradamente<br />

se fez ao longo dos anos foi encapsular<br />

o empreendedorismo como uma disciplina.<br />

Ele é interdisciplinar. O grande<br />

mindset é mudar esse conceito”, pontua.<br />

A educação empreendedora, reforça<br />

Lubianca, não parte do princípio de que<br />

o jovem tenha a ambição de se tornar<br />

empresário, mas proporcionar a autopercepção<br />

para pensar a carreira e desenvolver<br />

comportamentos de valor<br />

para a sociedade. “Se percebe muito<br />

que o mercado de trabalho está demandando<br />

comportamentos característicos<br />

do empreendedor. São habilidades que<br />

agregam, mobilizam, tiram da zona de<br />

conforto.”<br />

ALÉM DAS ESCOLAS<br />

DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Professora e coordenadora do Centro<br />

de Empreendedorismo Idear, da Pontifícia<br />

Universidade Católica do Rio Grande<br />

do Sul (PUCRS), Naira Libermann define<br />

o empreendedorismo como uma atitude<br />

muito além do ato de abrir empresas.<br />

Esse entendimento vem sendo aplicado<br />

na instituição, através de ações como<br />

o Projeto Desafios, uma disciplina eletiva<br />

disponível para todos os alunos de<br />

graduação da universidade. “O empre-<br />

8


POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

PARA INSPIRAR<br />

Como parte das ações de incentivo,<br />

o <strong>SEBRAE</strong> mantém o Centro de Referência de<br />

Educação Empreendedora, iniciativa focada<br />

em produzir e compartilhar conhecimento<br />

através de estudos, pesquisas e ferramentas,<br />

com foco no desenvolvimento e fomento<br />

do conceito. A plataforma digital concentra<br />

estudos e mapeamentos dos comportamentos<br />

empreendedores do brasileiro, com análises<br />

comparativas, pesquisas e desenvolvimento<br />

de ferramentas e tecnologias voltadas para a<br />

excelência do empreendedorismo. São conteúdos<br />

para quem busca inovar na empresa ou sala de<br />

aula, inspirar pessoas e difundir o tema.<br />

Acesse: CER.<strong>SEBRAE</strong>.COM.BR<br />

9


COMÉRCIO E SERVIÇOS<br />

O VAREJO<br />

DO FUTURO<br />

Fortalecimento da relação com o cliente<br />

norteia as tendências nos setores<br />

de comércio e serviços<br />

As mudanças nas relações de consumo operam, a cada dia, em maior velocidade,<br />

o que impacta de forma significativa as atividades nos setores de comércio<br />

e serviços. Mais social, colaborativo e personalizado, o varejo do futuro<br />

está mais próximo do que se imagina. Com base em informações captadas pelo<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS durante a NRF Retails Big Show – principal feira do segmento no mundo –,<br />

a Revista Mais <strong>SEBRAE</strong> lista quatro tendências capazes de impactar as práticas diárias<br />

e fortalecer a interação do consumidor com este mercado nos próximos dois anos.<br />

10


COMÉRCIO E SERVIÇOS<br />

PESSOAS<br />

Fator preponderante na decisão de<br />

compra, o relacionamento com o cliente<br />

passa a exigir uma conexão ainda<br />

mais direta e até mesmo emocional,<br />

afirma o técnico da Gerência Setorial<br />

do Comércio e Serviços do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Fabiano Zortéa. “Há a necessidade de<br />

os donos empoderarem mais seus vendedores<br />

para poderem tomar decisões<br />

que beneficiam seus clientes, sem ter<br />

que ir a outros lugares. Quando o cliente<br />

consegue resolver suas dúvidas diretamente<br />

com o vendedor, ele percebe<br />

mais valor”, avalia.<br />

Conforme Zortéa, diante de um cenário<br />

de inúmeras opções, os empreendedores<br />

devem estar preparados para<br />

estabelecer relacionamentos mais<br />

estreitos, com mais significados junto<br />

aos consumidores. “Isso exige uma<br />

postura dos empresários para qualificar<br />

a experiência de compra do cliente”,<br />

comenta o especialista. Mercado<br />

e bistrô especializado em alimentos<br />

orgânicos e naturais, localizado em<br />

Porto Alegre, a Bendita Horta segue<br />

essa premissa.<br />

“Humanização, contato olho<br />

no olho, relações verdadeiras.<br />

Quando se tem essa via de<br />

mão dupla, o cliente vem ao<br />

natural”,<br />

Camila Wait Hauck<br />

Proprietária Bendita Horta<br />

INTEGRAÇÃO<br />

DE CANAIS<br />

Com as tecnologias disponíveis, a presença<br />

na loja física deixou de ser essencial<br />

para a decisão de compra, mas<br />

ainda se mantém na experiência do<br />

cliente, que busca se relacionar com a<br />

marca da forma mais conveniente, seja<br />

ela on-line ou off-line.<br />

“Um estudo da IBM mapeou<br />

o comportamento de consumidores<br />

em 25 países e<br />

mostrou que mais da metade<br />

das compras realizadas nas<br />

lojas físicas se iniciam por um<br />

contato do cliente pelo digital,<br />

seja para buscar informações<br />

ou pesquisar preços. O digital<br />

deixa de ser uma ameaça e<br />

passa a ser uma solução”<br />

Adriana Ferrari Pereira<br />

Proprietária Lua Nua<br />

Atuante no segmento de moda íntima<br />

em Cruz Alta, a empreendedora Adriana<br />

Ferrari Pereira, proprietária da Lua Nua,<br />

está atenta às vantagens de explorar a<br />

jornada integrada entre o físico e o digital.<br />

“Neste ano, a loja completa oito<br />

anos e estamos sempre buscando nos<br />

aprimorar dentro deste segmento. No<br />

futuro, pensamos em criar um e-commerce”,<br />

adianta. Da mesma forma, a<br />

integração de canais é uma das apostas<br />

da Bendita Horta. “Queremos gerar<br />

conteúdos e ações on-line que irão refletir<br />

na loja física. Será mais um recurso<br />

para experimentar a Bendita Horta”,<br />

planeja Camila Hauck.<br />

11


COMÉRCIO E SERVIÇOS<br />

CUSTOMIZAÇÃO<br />

A colaboração e o feedback do cliente<br />

ganham ainda mais valor no varejo,<br />

na medida em que passam a ser cada<br />

vez mais utilizados para a melhoria de<br />

produto. De acordo com o técnico do<br />

<strong>SEBRAE</strong>, uma tendência está no conceito de<br />

cocriação, pelo qual a empresa busca conhecer<br />

as preferências do consumidor<br />

para adequar, de forma genuína, seus<br />

produtos, serviços e atendimento. “A<br />

customização passa a ser uma obrigação<br />

das marcas”, afirma Zortéa.<br />

Escutar as demandas do cliente<br />

e buscar soluções de forma conjunta<br />

são práticas já adotadas pela<br />

Bendita Horta. “Quando abrimos a<br />

empresa, éramos um mercadinho<br />

mais focado em produtos orgânicos<br />

e um pequeno café. Ouvindo o cliente,<br />

começamos a crescer. Hoje, a gente serve<br />

almoço, nosso mix de produtos cresceu<br />

bastante e o nosso cliente sente que está<br />

crescendo junto com a Bendita Horta”, conta<br />

Camila. Na Lua Nua, Adriana tem o entendimento<br />

de que o consumidor está mais exigente,<br />

sabe a marca e o produto que quer.<br />

“Procuramos nos sensibilizar,<br />

escutar e entender o que ele está<br />

buscando, para manter na loja<br />

exatamente o que o cliente quer”<br />

Adriana Ferrari Pereira<br />

Proprietária Lua Nua<br />

12


COMÉRCIO E SERVIÇOS<br />

LOJAS COMO<br />

HUBS<br />

Tornar as lojas físicas pontos de encontro da<br />

comunidade torna-se uma estratégia para<br />

fortalecer o relacionamento com o público<br />

e com alto potencial de reflexo nas vendas.<br />

Para isso, a realização de eventos - seja de<br />

informação, entretenimento, cultura ou esportes<br />

- é um dos principais trunfos. Em<br />

adaptação nesse quesito, a Lua Nua planeja<br />

eventos e coquetéis semanais,<br />

com a expectativa de potencializar o<br />

relacionamento.<br />

Na Bendita Horta, essa é uma realidade.<br />

A empresa dispõe de um<br />

calendário de eventos, que trata<br />

de temas como alimentação saudável,<br />

meditação, paz de espírito,<br />

felicidade, esportes, entre outros.<br />

“A gente reúne chef de cozinha,<br />

nutricionista, estudantes, educadores<br />

físicos, a galera da ioga,<br />

pessoas que estão na mesma<br />

vibe. São ações que não necessariamente<br />

darão um retorno<br />

financeiro, a gente faz porque<br />

quer encontrar as pessoas e ser<br />

um ponto de encontro”<br />

Camila Wait Hauck<br />

Proprietária Bendita Horta<br />

13


AGRONEGÓCIOS<br />

EFICIÊNCIA PARA<br />

O PRODUTOR,<br />

QUALIDADE PARA<br />

O CONSUMIDOR<br />

Foto: Gustavo Vara<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

Boas práticas no cultivo de frutas melhoram<br />

produtividade nas propriedades e fortalecem<br />

a relação com o consumidor<br />

Em um mercado cada vez mais<br />

competitivo, cresce também o<br />

grau de exigência e quando se<br />

trata do segmento da fruticultura não é<br />

diferente. A procura por alimentos que<br />

sigam os termos de segurança não é só<br />

uma tendência como uma exigência legal.<br />

Nesse contexto, a atenção às boas<br />

práticas agrícolas e de gestão pode se<br />

revelar uma vantagem na aproximação<br />

com o consumidor.<br />

Produtor de uva e tomates na Serra Gaúcha,<br />

Jair José Caberlon tem convicção<br />

de que as oportunidades não seriam as<br />

mesmas se não fosse a capacitação em<br />

14


AGRONEGÓCIOS<br />

boas práticas. A formação obtida através<br />

do programa Juntos para Competir possibilitou<br />

manter uma parceria que já dura<br />

30 anos. Os produtos originários da propriedade<br />

em Flores da Cunha são fornecidos<br />

a uma rede de supermercados de<br />

Porto Alegre. No último ano, a companhia<br />

exigiu a certificação dos produtos, o<br />

que só foi possível devido à capacitação<br />

na área.<br />

O registro no caderno de campo, a<br />

atenção às normas para uso e o armazenamento<br />

de agrotóxico, e o tratamento<br />

adequado da produção são<br />

alguns dos cuidados que se tornaram<br />

essenciais no trabalho diário. “Toda<br />

a nossa produção é coberta – parreiral,<br />

tomate e pimentão – e isso diminui<br />

muito o uso de agroquímico. É um<br />

investimento grande, mas o alimento<br />

saudável e com qualidade sempre tem<br />

retorno”, justifica.<br />

EM SINTONIA COM O MERCADO<br />

“O alimento é o que move a<br />

vida. É uma corrente e a responsabilidade<br />

é grande. O<br />

mercado está cada vez mais<br />

exigente por qualidade e, hoje,<br />

nós temos a rastreabilidade do<br />

produto, desde a origem.<br />

A questão das boas práticas<br />

tem sido fundamental. Quem<br />

quer se manter no mercado<br />

precisa estar atualizado”<br />

Jair José Caberlon<br />

Produtor<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

Além da adequação à legislação, as boas<br />

práticas qualificam o empreendedor<br />

rural para a entrega de um produto de<br />

maior qualidade, atendendo à necessidade<br />

de consumo, ressalta o gestor estadual<br />

da Fruticultura do <strong>SEBRAE</strong>/RS, André<br />

Bordignon. Trata-se de um conjunto<br />

de ações que envolve desde a segurança<br />

de quem aplica os defensivos agrícolas<br />

até a garantia de qualidade do produto<br />

em si, trabalhando o monitoramento e<br />

controle de uso de agrotóxicos e registrando<br />

o caminho do fruto através da<br />

rastreabilidade.<br />

No Rio Grande do Sul, cerca de 100 famílias<br />

já foram capacitadas em boas<br />

práticas agrícolas, dentro do segmento<br />

voltado aos produtores de frutas e hortaliças,<br />

do programa Juntos para Competir,<br />

promovido pela FARSUL, SENAR-RS e SE-<br />

BRAE/RS. A iniciativa tem como base três<br />

pilares: gestão, tecnologia e mercado. O<br />

primeiro deles tem foco na capacitação<br />

do produtor, melhoria da qualidade e<br />

15


AGRONEGÓCIOS<br />

padronização da fruta. O segundo trata<br />

do apoio e da orientação para adoção e<br />

desenvolvimento de tecnologias para a<br />

fruticultura. Já o terceiro consiste no estímulo<br />

de canais para a comercialização.<br />

“Seguimos a estratégia de<br />

trabalhar gestão, buscando<br />

a profissionalização do setor,<br />

de acordo com a exigência<br />

de mercado e a exigência de<br />

consumo”<br />

André Bordignon<br />

Gestor estadual da Fruticultura do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Os resultados se revelam em vantagens<br />

tanto para o empreendedor rural quanto<br />

para o consumidor. “Há a preocupação<br />

de melhorar a capacidade instalada da<br />

propriedade, entender os gargalos na cadeia<br />

e abrir canais de comercialização. O<br />

consumidor está se beneficiando de um<br />

produto de maior qualidade e confiabilidade,<br />

cujo cultivo respeita carências,<br />

orientações técnicas para o uso mínimo<br />

do agroquímico e para evitar problemas<br />

de contaminação”, explica o técnico do<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS na região Norte Ronaldo Kloeckner.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

<strong>MAIS</strong> PERTO DO CONSUMIDOR<br />

Também participante das ações do Juntos<br />

para Competir, o produtor de figo<br />

Irineu Oroski, do município de Planalto,<br />

otimizou a padronização da fruta e abriu<br />

novos canais de escoamento da produção<br />

por intermédio do programa, que,<br />

ao aproximar indústria e produtores, garantiu<br />

a primeira venda de um grupo de<br />

20 produtores para uma empresa de Pelotas.<br />

“No momento que fomos a Pelotas,<br />

identificamos quais os problemas do figo<br />

de Planalto. Com isso, já conseguimos<br />

solucionar grande parte deles. Hoje, estamos<br />

reerguendo e recuperando a credibilidade<br />

do nosso produto”, enfatiza.<br />

16


AGRONEGÓCIOS<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

O que se traduz em uma experiência de<br />

compra remodelada para o consumidor,<br />

para o produtor, também pode representar<br />

um modelo de impacto na gestão<br />

da propriedade rural e na comercialização,<br />

ao promover a aproximação com o<br />

cliente. Escolher as frutas para levar para<br />

casa no mesmo ambiente em que são<br />

produzidas e poder colher com as próprias<br />

mãos cachos de uva, maçãs e pêssegos.<br />

Assim funciona o sistema Colha<br />

e pague, implantado há cerca de cinco<br />

anos pelo empreendedor Miguel Trentin,<br />

na propriedade que mantém no município<br />

de Aratiba, na região Norte do Estado.<br />

O sistema adotado por ele tem a uva<br />

como principal cultura, mas o consumidor<br />

também pode colher morangos,<br />

caquis, pêssegos e maçãs. “A gente percebe<br />

que o cliente se sente à vontade<br />

e, para nós, é viável”, comenta, ao lembrar<br />

do crescimento em faturamento e da<br />

redução de gastos. A propriedade ainda<br />

produz laranja e vinhos artesanais e tem<br />

planos de introduzir o cultivo de frutas<br />

exóticas, como a pitaya. A diversificação<br />

de culturas é uma das formas de melhorar<br />

a produtividade da propriedade, o que se<br />

reverte em números positivos. “Tivemos<br />

uma excelente safra. O parreiral novo teve<br />

produção acima do esperado”, afirma, ao<br />

revelar a estimativa de que o mesmo ocorra<br />

com as demais culturas produzidas.<br />

17


INDÚSTRIA<br />

A REVOLUÇÃO<br />

DAS FINTECHS<br />

Elas levam inovação tecnológica para o setor<br />

financeiro. Conheça o universo das fintechs<br />

Se o setor financeiro tem passado<br />

por profundas transformações nos<br />

últimos anos, pode-se dizer que<br />

grande parte delas se deve às fintechs,<br />

startups que levam a inovação tecnológica<br />

para o segmento. Enfrentando<br />

o desafio de quebrar paradigmas, elas<br />

revolucionam processos, mudam a maneira<br />

como o consumidor se relaciona<br />

com o meio financeiro e estimulam<br />

companhias tradicionais a repensar suas<br />

estratégias. Trata-se de um ecossistema<br />

que ganha força a cada dia e já garante<br />

ao Brasil uma posição de destaque no<br />

cenário da América Latina.<br />

18


INDÚSTRIA<br />

O País reúne o maior número de iniciativas,<br />

segundo o Report Brasil <strong>2017</strong>,<br />

desenvolvido pela FintechLab e divulgado<br />

em fevereiro. Enquanto o segundo<br />

colocado, o México, conta com 158<br />

startups financeiras, o mercado nacional<br />

concentra 244 fintechs, entre elas,<br />

a Warren, de Porto Alegre. Destaque<br />

na quarta turma do programa Startup<br />

RS, do <strong>SEBRAE</strong>/RS, a empresa lançou<br />

em dezembro uma plataforma on-line<br />

de investimentos, que pretende ajudar<br />

as novas gerações a investir, através da<br />

ajuda de um mentor virtual, o Warren.<br />

A solução, que em poucos meses de<br />

operação alcançou uma lista de espera<br />

de 30 mil interessados, rendeu à startup<br />

descrição de “o Nubank dos investimentos”<br />

em reportagem do jornal O Estado<br />

de S. Paulo, em uma comparação à<br />

startup de cartão de crédito.<br />

“Nossa proposta é levar o mundo<br />

de investimentos sem conflito<br />

de interesses, 100% alinhado<br />

com o cliente, criando uma<br />

plataforma agradável”<br />

Tito Gusmão<br />

Fundador Warren<br />

O projeto da Warren surgiu nos Estados<br />

Unidos, em uma temporada de Gusmão<br />

em Nova Iorque. Apresentada em uma<br />

feira, a ideia chamou a atenção de um<br />

investidor, que propôs começar a operação<br />

no Brasil. Porto Alegre foi a cidade<br />

escolhida como sede devido aos custos<br />

mais acessíveis no comparativo com<br />

São Paulo e Rio de Janeiro. Após um<br />

ano para desenvolvimento e obtenção<br />

de licenças legais, a startup lançou as<br />

primeiras versões da ferramenta e, em<br />

janeiro, abriu a plataforma ao público.<br />

ROMPENDO PADRÕES<br />

Tito Gusmão<br />

Foi justamente a insatisfação com o<br />

mercado financeiro em seu modo tradicional,<br />

junto ao qual trabalhou por 15<br />

anos, que levou Gusmão a desenvolver<br />

a plataforma. Ele identificava um conflito<br />

de interesses nas relações – uma vez<br />

que em seus investimentos o cliente é<br />

geralmente orientado por um profissional<br />

comissionado – e percebia a dificuldade<br />

das pessoas em encontrar o<br />

modelo compatível com o seu perfil e<br />

objetivos. “Investir é muito difícil. As plataformas<br />

não resolvem o problema de<br />

uma forma simples e as pessoas lidam<br />

com isso como se fosse uma ‘batata<br />

quente’”, compara.<br />

Percepção semelhante teve o desenvolvedor<br />

Pablo Bizzi, de Santa Maria,<br />

quando criou o Capitalize, aplicativo<br />

que busca auxiliar, sem complicações,<br />

os novos investidores. Ele admite que,<br />

antes, não tinha nenhum conhecimento<br />

sobre o tema. “Eu não sabia ver se<br />

estava ganhando ou perdendo. Comecei<br />

a estudar, comprei livros, li artigos na<br />

internet. O planejamento financeiro era<br />

para os meus investimentos e o Capitalize<br />

surgiu em uma dessas brincadeiras<br />

minhas. Percebi que poderia fazer um<br />

aplicativo para melhorar minha performance<br />

e de outras pessoas”, revela.<br />

19


20<br />

INDÚSTRIA<br />

A ausência da cultura do investimento<br />

na vida do brasileiro é, para o fundador<br />

da Warren, uma realidade a ser transformada.<br />

Na avaliação de Gusmão, o conhecimento<br />

da população está restrito<br />

a aspectos como cálculo de taxa de<br />

juro, poupança e plano de previdência.<br />

“Existe um mundo muito mais amplo e.<br />

se as pessoas tomassem mais consciência,<br />

o resultado seria muito mais legal.<br />

O nosso desafio maior é mostrar para<br />

as pessoas que existe um problema que<br />

elas talvez não estejam enxergando<br />

agora, mas que fará diferença no futuro.”<br />

Da mesma forma, o criador do Capitalize<br />

enfatiza que as fintechs ainda precisarão<br />

romper muitos padrões. “Esse é<br />

um mercado muito novo, que ainda engatinha<br />

para as startups como um todo.<br />

No Brasil, existe o tabu de não falar sobre<br />

o próprio dinheiro. Muitas vezes, as<br />

pessoas mantêm dinheiro na poupança<br />

e não se dão conta que está rendendo<br />

menos que a inflação e, talvez, poderiam<br />

fazer render o dobro. Só a troca<br />

e o acesso à informação podem mudar<br />

isso”, acredita e acrescenta: “Para empreender<br />

no segmento de fintechs, a<br />

empresa tem que estar consciente que<br />

são muitos paradigmas que terá que<br />

ajudar a quebrar”.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

MUITO ALÉM DE TECNOLOGIA<br />

O relatório da FintechLab ainda destaca<br />

o potencial do mercado nacional na<br />

atração de empresas internacionais que<br />

estão procurando oportunidades para<br />

escalar as suas soluções e revela que, no<br />

último ano, mais de R$ 1 bilhão foi investido<br />

em fintechs no Brasil. Coordenadora<br />

dos projetos de TI e Startups do <strong>SEBRAE</strong>/<br />

RS, Debora Chagas diz que o desenvolvimento<br />

desse setor tem se tornado cada<br />

vez mais perceptível, inclusive através das<br />

participações no programa de startups da<br />

entidade.<br />

“Estão sendo criadas novas<br />

formas de as pessoas acessarem<br />

os serviços financeiros e<br />

investir. Isso está provocando<br />

mudanças significativas, trazendo<br />

inovação para essa área, que<br />

já era bem consolidada no País,<br />

mudando esse segmento e<br />

fazendo com que os bancos se<br />

remodelem”<br />

Debora Chagas<br />

Coordenadora dos projetos de TI e Startups<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Assim como nos principais mercados da<br />

América Latina, no Brasil, predominam as<br />

fintechs do setor de pagamentos, que representam<br />

32% do total. Nesse setor, o destaque<br />

é o Nubank, que já recebeu US$178,5<br />

milhões em investimentos. Mas também há<br />

startups financeiras atuando com gestão financeira,<br />

empréstimos, funding, seguros,<br />

negociação de dívidas, cryptocurrencies<br />

(meio de troca que se utiliza de criptografia<br />

para assegurar transações e para controlar<br />

a criação de novas unidades da moeda) e<br />

DLT (fita magnética para armazenar arquivos),<br />

câmbio e multisserviços, além de investimentos<br />

– como é o caso da Capitalize<br />

e da Warren. A maior parte desse segmento<br />

é formada por pequenos negócios – apenas<br />

10% têm mais de 50 funcionários e 7%<br />

mais de 100 funcionários.


INDÚSTRIA<br />

Mas nem só de tecnologia se faz esse<br />

mercado. Para o sócio da Semente Negócios,<br />

Igor Oliveira, as fintechs são<br />

parte de um movimento mais amplo de<br />

descentralização e distribuição das relações<br />

de consumo e de financiamento.<br />

“Não se trata apenas de tecnologia, mas<br />

também de novos modelos de negócio<br />

e de relacionamento, onde nem sempre<br />

precisamos de uma grande instituição<br />

financeira para mediar nossa relação<br />

com o dinheiro.”<br />

“A tendência é que alguns serviços<br />

financeiros que hoje são<br />

controlados por oligopólios<br />

passem a ser oferecidos por<br />

muitas empresas de menor porte,<br />

beneficiando o consumidor e o<br />

pequeno empreendedor”<br />

MERCADO NACIONAL<br />

244<br />

INICIATIVAS<br />

DIVISÃO POR CATEGORIAS:<br />

PAGAMENTOS 32%<br />

Igor Oliveira<br />

Sócio Semente Negócios<br />

Oliveira também chama a atenção para<br />

a qualidade dos empregos gerados. “Um<br />

segmento de vanguarda. E, nesse aspecto,<br />

o que se pode afirmar é que trabalhar<br />

em uma fintech no Brasil é uma<br />

oportunidade de ouro para centenas de<br />

jovens profissionais, que antes teriam<br />

de ir ao exterior para ter um emprego<br />

tão interessante no setor financeiro”, reflete.<br />

Ele ainda lembra que, embora cidades<br />

mais globalizadas se destaquem<br />

no segmento, a localidade pode não<br />

ser tão importante por serem empresas<br />

digitais. “Para empreender um negócio<br />

desse tipo, você precisa estar perto de<br />

talentos e perto do seu cliente, na medida<br />

do possível. O fator territorial pesa<br />

um pouco menos.”<br />

Na avaliação dele, quem empreende na<br />

área também deve estar preparado para<br />

uma reação do setor financeiro tradicional,<br />

que deve “ganhar algumas brigas<br />

também”. No entanto, acredita ele, até<br />

que isso ocorra, muitas transformações<br />

devem acontecer.<br />

GESTÃO FINANCEIRA 18%<br />

EMPRÉSTIMOS 13%<br />

INVESTIMENTOS 8%<br />

FUNDING 7%<br />

SEGUROS 6%<br />

NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS 5%<br />

CRYPTOCURRENCIES E DLTS 5%<br />

CÂMBIO 4%<br />

MULTISSERVIÇOS 2%<br />

21


INDÚSTRIA<br />

NO INDÚSTRIA4.0<br />

RITMO<br />

DA<br />

Implantação das chamadas fábricas inteligentes revoluciona o futuro<br />

das empresas e gera oportunidades para os pequenos negócios<br />

Uma fábrica em que prevalece a<br />

interconectividade no controle<br />

de processos ao longo de toda<br />

a cadeia de produção e logística, onde<br />

os equipamentos são capazes de tomar<br />

decisões sem que dependam da ação<br />

humana. Esse é o ambiente da Indústria<br />

4.0, também definida como a quarta<br />

revolução industrial e caracterizada<br />

pela integração e controle da produção<br />

a partir de sensores, equipamentos em<br />

rede, sistemas de automação e inteligência<br />

artificial. Realidade nos mercados<br />

norte-americano, europeu e japonês, o<br />

conceito ganha, aos poucos, espaço no<br />

cenário brasileiro, ainda assim, já é capaz<br />

de gerar muitas oportunidades.<br />

O termo Indústria 4.0 ganhou força através<br />

da Feira de Hannover, na Alemanha,<br />

quando o governo tornou público o projeto<br />

para modernizar a já avançada indústria<br />

local. O modelo de autogestão das<br />

chamadas fábricas inteligentes baseia-se<br />

na tecnologia para tornar os processos<br />

mais ágeis, eficientes e transparentes, o<br />

que reflete no aumento de produtividade<br />

das empresas. “Pode-se prever falhas<br />

de sistemas, avaliar onde há gargalos,<br />

adequar a compra de matéria-prima de<br />

22


INDÚSTRIA<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

acordo com a demanda, acelerar ou reduzir<br />

a velocidade de produção”, explica<br />

o coordenador estadual de projetos de<br />

Energia e Metalmecânico do <strong>SEBRAE</strong>/RS,<br />

Fabiano Cislaghi Dallacorte.<br />

Para o especialista, embora, nacionalmente,<br />

o setor ainda se encontre na<br />

era da Indústria 3.0, com a adoção de<br />

processos de automação, a Indústria<br />

4.0 representa para o Brasil uma quebra<br />

de paradigmas, um salto tecnológico e<br />

um investimento que precisa ser feito.<br />

“Na medida em que as grandes<br />

empresas sentirem necessidade<br />

de monitorar e gerenciar<br />

melhor os seus processos, as<br />

pequenas empresas podem<br />

oferecer soluções para isso. É<br />

importante identificar oportunidades,<br />

desenvolver produtos,<br />

vendê-los no mercado e até<br />

internacionalizar isso.”<br />

Fabiano Cislaghi Dallacorte<br />

Coordenador estadual de projetos<br />

de Energia e Metalmecânico do <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

23


INDÚSTRIA<br />

Para Dallacorte, a necessidade de padronização<br />

de processos trará muitas<br />

oportunidades para as pequenas empresas,<br />

especialmente àquelas que atuam<br />

como fornecedoras de serviço de<br />

tecnologia da informação, automação<br />

e sensores de rastreamento para processos<br />

produtivos. “Além da indústria,<br />

pode-se estender o foco para outros<br />

setores, como o agronegócio, com um<br />

sistema de produção com tecnologia<br />

embarcada que informe o quanto está<br />

colhendo, que ajude a definir o preço<br />

do produto até a quantidade de sementes<br />

utilizadas e de herbicida. A possibilidade<br />

de crescimento é muito grande”,<br />

conclui.<br />

DE OLHO NO FUTURO<br />

Atenta ao potencial de mercado, a Vibmaster,<br />

com sede em Campo Bom, trabalha<br />

com monitoramento de condição<br />

de máquinas e equipamentos, também<br />

conhecido como manutenção preditiva.<br />

Isso pode ser feito por meio de uma<br />

série de métodos ou tecnologias, como<br />

inspeção visual, análise de lubrificantes,<br />

ultrassom, análise termográfica e análise<br />

de vibração. Além disso, a empresa opera<br />

tanto na prestação de serviço de monitoramento<br />

também no fornecimento<br />

da solução para que o cliente opere.<br />

A principal vantagem, aponta o sócio da<br />

empresa, Victor Hugo Boniatti, está na<br />

obtenção de uma provisão de futuro,<br />

baseada nos sinais que os equipamentos<br />

nos fornecem. Em uma analogia com a<br />

Medicina, ele compara o trabalho a um<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

exame de sangue capaz de prever anomalias.<br />

“Muitos custos se justificam<br />

não pela manutenção, mas<br />

pela hora não produtiva do<br />

equipamento. Nosso grande<br />

cluster é de papel e celulose,<br />

onde os equipamentos trabalham<br />

365 dias por ano e 24<br />

horas por dia. Com isso, eu<br />

consigo me programar para fazer<br />

uma medida paliativa para<br />

melhorar o funcionamento”<br />

Victor Hugo Boniatti<br />

Sócio da empresa Vibmaster<br />

A manutenção preditiva, acrescenta Boniatti,<br />

ainda assegura o máximo aproveitamento<br />

da vida útil do equipamento, o<br />

que, por consequência, reduz o custo<br />

por peça para a indústria. “A manutenção<br />

dos automóveis é dada por distância percorrida.<br />

Não se aproveita 100% da vida<br />

útil da peça, porque não se sabe o quanto<br />

ela ainda pode trabalhar e então se<br />

troca antes. Com a manutenção preditiva,<br />

podemos prever quando a peça vai<br />

falhar. Isso dá à empresa uma margem<br />

de segurança para aproveitar ao máximo<br />

a produção”, pontua.<br />

DA PRODUÇÃO AO CONSUMIDOR,<br />

SEM FALHAS<br />

Já imaginou gerenciar itens, pessoas,<br />

objetos e produtos de forma integralmente<br />

onl-ine? É o que permite o sistema<br />

de controle de rastreabilidade de<br />

processos oferecido pela Sowx, de Novo<br />

Hamburgo. A empresa de tecnologia da<br />

informação trabalha com o sistema RFID<br />

(do inglês radio frequency identification),<br />

que utiliza ondas de rádio para identificar<br />

e rastrear o que se deseja manter o<br />

controle. “Em uma indústria de calçados,<br />

conseguimos colocar um chip ele-<br />

24


INDÚSTRIA<br />

trônico no produto, através do qual se<br />

acompanha todo o processo produtivo,<br />

sabe-se quando o produto entrou em<br />

cada etapa, quem ou qual máquina está<br />

fazendo o processo. Temos o controle e<br />

gestão de estoque e expedição de forma<br />

precisa”, revela o sócio da Sowx, Cleveland<br />

Soares.<br />

Como aliado no controle de qualidade,<br />

o sistema garante que cores, numeração<br />

e quantidade de peças estejam adequadas<br />

à demanda, tudo isso sem que seja<br />

necessária a verificação visual do produto,<br />

sem falhas de estoque ou expedição.<br />

Além de maior eficiência operacional, o<br />

sistema permite controle de embarque e<br />

desembarque, possibilita a localização e<br />

identificação de itens, inibe fraudes, roubos<br />

e falsificações e otimiza o controle<br />

de garantia e qualidade, entre outros<br />

benefícios. “A rastreabilidade é controlada<br />

de maneira íntegra até o consumidor,<br />

conseguimos otimizar processos e<br />

quadro de funcionários, e o controle de<br />

tempo é 100% produtivo”, afirma Soares.<br />

As possibilidades de aplicação da tecnologia<br />

são ainda mais diversas e podem<br />

incluir a indústria moveleira, o controle<br />

de processos na área hospitalar até o<br />

acompanhamento da rota do consumidor<br />

dentro de um supermercado e a<br />

segurança de estudantes em escolas. “O<br />

Brasil ainda discute timidamente a implantação<br />

da Indústria 4.0, mas os fornecedores<br />

estão entregando toda a parte<br />

de equipamentos e tecnologia necessários.<br />

Esse é um grande investimento para<br />

os empresários que querem melhorar<br />

processos e maximizar resultados”, avalia<br />

o sócio da Sowx.<br />

PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA 4.0<br />

PRODUÇÃO EM<br />

TEMPO REAL<br />

Permite acompanhar<br />

todo o processo de<br />

produção do produto, da<br />

compra da matéria-prima<br />

à entrega e ao pósvenda,<br />

através de sistema<br />

interligado e autogerido.<br />

DESCENTRALIZAÇÃO<br />

Sistema pode tomar<br />

decisões com base no<br />

andamento do processo<br />

produtivo, adequando-se<br />

à demanda.<br />

OS PILARES<br />

VIRTUALIZAÇÃO<br />

Propõe uma cópia<br />

virtualizada da fábrica,<br />

com os mesmos postos<br />

de trabalho, o que<br />

permite monitoramento<br />

e simulações ainda mais<br />

avançadas.<br />

INTERNET DAS COISAS<br />

As máquinas se<br />

conectam, comunicam e<br />

enviam informações para<br />

um sistema central.<br />

SEGURANÇA<br />

Assegura que as conexões<br />

entre equipamentos<br />

ocorram sem falhas.<br />

ANÁLISE DE BIG DATA<br />

Representa o uso de<br />

um grande volume de<br />

informações para tomada<br />

de decisões.<br />

25


NOVIDADES FEIRAS E OPORTUNIDADES<br />

E VENDER:<br />

OBJETIVO ATINGIDO!<br />

26


FEIRAS E OPORTUNIDADES<br />

“<br />

O<br />

cliente me encontrou muito fácil.<br />

Conversei, expliquei processos<br />

de produção e acredito que<br />

terei um aumento de 25% de faturamento<br />

ao longo de <strong>2017</strong>. Para uma estreia, está<br />

muito bom, hein?”. A indagação otimista<br />

é de Carlos Alberto Andreia, diretor-proprietário<br />

da empresa Roda Forte, de Carazinho,<br />

que participou pela primeira vez<br />

como expositor na feira Expodireto Cotrijal<br />

<strong>2017</strong>. Andreia compôs o grupo de 31<br />

representantes de micro e pequenas empresas<br />

do setor metalmecânico que ocupou<br />

o estande coletivo do <strong>SEBRAE</strong>/RS na<br />

feira. Juntas, todas elas somaram vendas<br />

de R$ 7 milhões nos cinco dias do evento,<br />

valor bem acima dos R$ 4,5 milhões conquistados<br />

no ano passado.<br />

Foto: Fagner Almeida<br />

Pequenas empresas participantes do estande coletivo do<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS na Expodireto Cotrijal venderam o equivalente<br />

a R$ 7 milhões nos cinco dias do evento. Já as Rodadas<br />

Internacional e Nacional registraram mais de R$ 5 milhões<br />

em expectativa de negócios para os próximos 12 meses<br />

Além disso, a expectativa de negócios para<br />

os próximos meses chega a R$ 20 milhões,<br />

uma vez que a projeção de encomendas<br />

deve se concretizar não apenas para a<br />

Roda Forte, mas para todos os empreendimentos<br />

apoiados pelo <strong>SEBRAE</strong>/RS.<br />

Um exemplo é a Ricar Cabines, de São Pedro<br />

do Butiá, que comercializou 38 cabines<br />

na feira. Seu representante comercial,<br />

Celso Polanczyk, comenta que devido aos<br />

contatos realizados na Expodireto irão realizar<br />

vendas em torno de R$ 1,8 milhão<br />

até o final do ano.<br />

De acordo com o diretor-superintendente<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Derly Fialho, participar<br />

de uma feira profissional como a Expo-<br />

27


FEIRAS E OPORTUNIDADES<br />

direto aumenta muito as chances de sucesso<br />

nas negociações. “Os números nos<br />

mostram a retomada do setor agrícola e<br />

a Expodireto traduz-se por um ambiente<br />

próprio para agrupar pequenos negócios,<br />

qualificados, e aproximá-los do comprador,<br />

além de estabelecer novas parcerias<br />

e oportunidades de negócios no decorrer<br />

de todo um ano”, reconhece.<br />

O gestor de projetos da Gerência Setorial<br />

da Indústria, Comércio e Serviços do SE-<br />

BRAE/RS, Fabiano Cislaghi Dallacorte, explica<br />

que o cenário de uma agroindústria<br />

forte faz diferença, contudo, pequenos<br />

negócios bem preparados se superam.<br />

“Empreendedores que investem em boa<br />

gestão se mostram mais seguros e os resultados<br />

estão aí para provar”, parabeniza<br />

o técnico.<br />

FRENTE A FRENTE<br />

As Rodadas de Negócios, nacional e internacional,<br />

registraram estimativa de R$ 5<br />

milhões para os próximos 12 meses. Participaram<br />

das agendas 106 micro e pequenas<br />

empresas e 19 grandes companhias<br />

de dentro e fora do País.<br />

Foto: Fagner Almeida<br />

28


INOVAÇÃO<br />

Quer voar<br />

mais alto com<br />

sua ideia de<br />

negócio?<br />

Programa InovAtiva Brasil é gratuito<br />

e destinado a empresas inovadoras<br />

de qualquer setor e lugar do País<br />

Captar recursos financeiros e conquistar<br />

clientes. Qual empreendedor<br />

não quer atingir estes dois<br />

objetivos? Pois é, o Ministério da Indústria,<br />

Comércio Exterior e Serviços (MDIC),<br />

o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e<br />

Pequenas Empresas (<strong>SEBRAE</strong>) e a Centros<br />

de Referência em Tecnologias Inovadoras<br />

(CERTI) estão unidos para oferecer capacitação,<br />

mentoria e conexão para negócios<br />

inovadores de qualquer setor (indústria,<br />

comércio, serviços e agronegócio) e<br />

lugar do País. Trata-se do programa InovAtiva<br />

Brasil, uma ação gratuita, prática, com<br />

qualidade de nível mundial e acessada a<br />

qualquer hora e em qualquer lugar.<br />

29


INOVAÇÃO<br />

A iniciativa surgiu devido ao grande número<br />

de potenciais empreendedores<br />

com boas tecnologias, porém sem perfil<br />

empreendedor, com modelagem de negócios<br />

errada, além de programas de capacitação<br />

inadequados para negócios de<br />

alta tecnologia e metodologias de apoio<br />

mais avançadas disponíveis apenas nos<br />

grandes centros. Agora, o desafio é ajudar<br />

empreendedores iniciantes a transformar<br />

tecnologias promissoras em empresas de<br />

rápido crescimento, promover a inovação<br />

aberta, integrando startups inovadoras à<br />

cadeia de valor de grandes empresas.<br />

funciona?<br />

Como<br />

O InovAtiva Brasil possui dois ciclos anuais<br />

de aceleração de empresas. Este ano, por<br />

exemplo, as inscrições para o primeiro<br />

ciclo iniciaram em janeiro e encerraram<br />

em 20 de fevereiro com 1.793 negócios<br />

inovadores candidatos a concorrer a 300<br />

vagas. Os selecionados receberão capacitação<br />

on-line e presencial, além de mentorias,<br />

entre março e junho. Nesta etapa,<br />

as 121 empresas que mais se destacarem<br />

passam para a etapa seguinte, que irá preparar<br />

e dar visibilidade a elas através de capacitações,<br />

mentorias e conexão (investidores,<br />

grandes empresas, financiamento,<br />

subvenção e internacionalização), até<br />

julho. Entre as atividades promovidas nesta<br />

etapa, destaca-se o bootcamp de encerramento<br />

do ciclo, um final de semana<br />

inteiro de imersão, no qual os representantes<br />

das empresas aceleradas participam<br />

de palestras, treinamento, dinâmicas<br />

e simulações de pitch. No último dia do<br />

evento, o demoday, eles têm a oportunidade<br />

de apresentar seus projetos a uma<br />

banca especializada de potenciais clientes,<br />

investidores e parceiros.<br />

A região Sul teve 424 inscrições e somente<br />

no Rio Grande do Sul 171 projetos (recorde<br />

do Estado) se candidataram para participar<br />

do InovAtiva Brasil. Segundo o gestor<br />

de Projetos de Inovação no <strong>SEBRAE</strong>/RS,<br />

Gustavo Schneck Moreira, os benefícios<br />

em fazer parte desta ação são inúmeros<br />

e ele cita alguns: capacitações especializadas,<br />

mentorias de altíssimo nível, conexão<br />

com investidores, além de vantagens<br />

em editais de subvenção do <strong>SEBRAE</strong> e do<br />

SENAI, financiamentos oferecidos pelo<br />

BNDES, participação em programas de internacionalização<br />

e benefícios por empresas<br />

parceiras (contentools e exact sales).<br />

Participe<br />

do próximo<br />

ciclo<br />

Os empreendedores que perderam a oportunidade<br />

em janeiro podem concorrer a<br />

uma vaga no InovAtiva Brasil a partir de junho,<br />

quando as inscrições do programa<br />

abrem novamente. Neste caso, as atividades<br />

serão realizadas de agosto a dezembro.<br />

30


INOVAÇÃO<br />

Podem submeter projetos startups que tenham<br />

negócios inovadores com faturamento anual<br />

máximo de R$ 3,6 milhões e que não tenham<br />

recebido investimentos de terceiros (investidor-anjo,<br />

fundo de investimento, etc.) acima de<br />

R$ 500 mil.<br />

Os interessados podem buscar<br />

mais informações no site:<br />

www.inovativabrasil.com.br<br />

Algumas das empresas<br />

de mentores que fazem<br />

parte da rede<br />

InovAtiva<br />

31


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

PATRÍCIA PALERMO,<br />

ECONOMISTA<br />

“A ECONOMÁGICA<br />

CUSTOU CARO<br />

A TODOS NÓS”<br />

32


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

A forte recessão econômica que o Brasil<br />

atravessou ficou para trás? O que podemos<br />

esperar para este e para o próximo ano?<br />

Buscando respostas para estas e outras<br />

perguntas, a Revista Mais <strong>SEBRAE</strong> entrevistou<br />

a economista-chefe do Sistema Fecomércio,<br />

Patrícia Palermo, que foi escolhida<br />

como a “Economista do Ano de 2016” pelo<br />

Conselho Regional de Economia do Rio<br />

Grande do Sul (Corecon/RS). De acordo<br />

com a especialista, <strong>2017</strong> será marcado por<br />

um processo de recuperação saudável da<br />

economia brasileira: “A economágica do<br />

passado recente custou caro a todos nós”.<br />

Confira a seguir a entrevista completa.<br />

33


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - O desempenho<br />

econômico do<br />

Brasil neste começo de<br />

<strong>2017</strong> tem se mostrado<br />

mais animador e projeções<br />

do PIB já falam em<br />

crescimento, ainda que<br />

tímido, para este ano.<br />

Considerando este cenário,<br />

podemos dizer que a<br />

recessão brasileira ficou<br />

para trás?<br />

Patrícia Palermo - Tudo<br />

indica que estamos ensaiando<br />

uma retomada,<br />

entretanto, há vários riscos<br />

pela frente. As projeções<br />

do Boletim Focus do<br />

Banco Central apostam<br />

em um crescimento pequeno,<br />

em torno de 0,5%<br />

ao ano. Isso significa dizer<br />

que, caso haja qualquer<br />

surpresa, especialmente<br />

no plano político, que<br />

venha atrapalhar o andamento<br />

das reformas, pode-se<br />

ter um resultado<br />

ainda menor.<br />

Sem dúvida, <strong>2017</strong><br />

será um ano de<br />

crescimento fraco,<br />

mas será importante<br />

para estabelecer<br />

um processo de<br />

recuperação saudável<br />

da economia.<br />

A economágica do<br />

passado recente<br />

custou caro a todos<br />

nós.<br />

Ainda que a recuperação<br />

seja lenta, o ano de <strong>2017</strong><br />

guarda uma série de elementos<br />

positivos. A safra<br />

será muito boa no ano<br />

corrente, o que significa<br />

uma grande injeção de<br />

renda no campo que servirá<br />

de estímulo desde a<br />

indústria de máquinas<br />

agrícolas até o varejo, especialmente<br />

nas cidades<br />

do interior. Os preços<br />

das commodities agrícolas,<br />

ainda que mais baixos<br />

do que em períodos<br />

anteriores, devem permanecer<br />

estáveis com<br />

perspectivas de leve alta.<br />

O minério de ferro, item<br />

importante nas exportações<br />

brasileiras, teve<br />

aumento significativo de<br />

preços. Ainda que não se<br />

conheça bem os efeitos<br />

sobre a economia, o saque<br />

das contas inativas<br />

do FGTS deve apresentar<br />

impactos positivos<br />

no consumo das famílias.<br />

Além disso, em 2016, foram<br />

tomadas várias medidas<br />

que terão impacto<br />

em <strong>2017</strong>. Um exemplo<br />

importante é o fim do<br />

monopólio da Petrobras<br />

na exploração do Pré-<br />

Sal. O leilão já foi adiantado<br />

para o primeiro semestre<br />

de <strong>2017</strong> e pode<br />

contribuir para o crescimento<br />

do País, além de<br />

outras boas notícias no<br />

campo da infraestrutura.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - Há risco<br />

de sairmos da recessão<br />

e ficarmos presos a uma<br />

estagnação?<br />

Patrícia Palermo - O Brasil<br />

precisa de reformas. Se<br />

as reformas não acontecerem<br />

logo, estaremos presos<br />

a um longo período de<br />

crescimento fraco, com<br />

graves consequências, especialmente<br />

para os mais<br />

pobres e os mais jovens.<br />

Precisamos urgentemente<br />

aumentar a produtividade<br />

do país. Isso está profundamente<br />

ligado a melhorias<br />

na educação e na infraestrutura,<br />

à redução da<br />

burocracia e à redução e<br />

racionalização da carga tributária.<br />

Por trás de todas essas<br />

melhorias, está o setor<br />

público. Precisamos mudar<br />

uma concepção errônea<br />

de que Estado “que<br />

faz” é o Estado que gasta<br />

mais, porque quanto mais<br />

o Estado gasta, mais ele<br />

precisa arrecadar. Temos<br />

um Estado inchado, com<br />

vários órgãos cumprindo<br />

o mesmo papel, com pessoal<br />

demais em certos lugares<br />

e faltando em outros.<br />

Já chegamos a um limite<br />

na nossa carga tributária,<br />

mas os gastos não param<br />

de aumentar. Não adianta<br />

uma legislação que limita<br />

gastos, se a sociedade não<br />

compreender que reformar<br />

a Previdência é condi-<br />

34


ção fundamental para que<br />

os gastos previdenciários<br />

não esmaguem outros<br />

gastos, como de saúde e<br />

educação. Mas não é só<br />

isso. Precisamos rever a<br />

legislação trabalhista, fazer<br />

adequações, promovendo<br />

segurança jurídica a quem<br />

empreender e dar empregos<br />

no Brasil. A legislação<br />

tributária, por sua vez, não<br />

pode ter apenas finalidade<br />

arrecadatória, precisa promover<br />

a eficiência e a equidade.<br />

Os desafios não são<br />

poucos, mas se superados<br />

poderão conduzir o Brasil<br />

a um outro patamar de desenvolvimento.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - O Banco<br />

Central prevê inflação em<br />

4,5% este ano, que é o<br />

centro da meta. Se confirmar<br />

esta projeção, qual<br />

o impacto para os empresários?<br />

Patrícia Palermo - Nos<br />

últimos sete anos, a inflação<br />

brasileira, medida<br />

pelo IPCA, esteve acima<br />

do centro da meta estabelecida<br />

pela autoridade<br />

monetária. Sendo assim, a<br />

inflação no centro da meta<br />

sinalizará aos empresários<br />

e à população em geral<br />

o compromisso do Banco<br />

Central (Bacen) com<br />

o cumprimento da meta.<br />

Com o restabelecimento<br />

da credibilidade do Bacen,<br />

recupera-se a previsibilidade<br />

e caem as expectativas<br />

de inflação – condição fundamental<br />

para o sucesso do<br />

sistema de metas de inflação.<br />

Num cenário de inflação<br />

em queda e tendendo<br />

à meta, a renda das famílias,<br />

especialmente as de baixa<br />

renda, que sentiram fortemente<br />

a pressão da alta dos<br />

preços dos produtos alimentícios,<br />

será menos impactada,<br />

liberando recursos<br />

para o consumo. Pela perspectiva<br />

das empresas, uma<br />

inflação mais baixa representa<br />

uma menor pressão<br />

sobre os custos, além de<br />

melhorar as condições de<br />

previsibilidade orçamentária.<br />

Há ainda as consequências<br />

sobre o mercado de crédito.<br />

Como já salientado nos<br />

comunicados do Comitê<br />

de Política Monetária, a inflação<br />

no centro da meta<br />

abre espaço para a redução<br />

dos juros, o que impulsiona<br />

esse mercado, fomentando<br />

investimentos por parte dos<br />

empresários e aquisição de<br />

bens pelo lado dos consumidores.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - Qual o<br />

impacto da instabilidade<br />

política na economia do<br />

País?<br />

Patrícia Palermo - A incerteza<br />

é um dos piores elementos<br />

no cenário econômico,<br />

uma vez que reduz a<br />

previsibilidade.<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

A instabilidade política<br />

não só estressa<br />

mercados, alterando<br />

o câmbio e<br />

a bolsa de valores,<br />

como adia investimentos<br />

produtivos.<br />

Além disso, a instabilidade<br />

política pode abrir as portas<br />

para a instabilidade das instituições,<br />

o que pode ter efeitos<br />

nefastos para a produção,<br />

para o emprego, para<br />

a renda e, em especial, para<br />

as liberdades individuais.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - Como<br />

a reforma previdenciária<br />

afetará os empresários,<br />

especialmente de micro<br />

e pequenas empresas,<br />

caso seja aprovada?<br />

35


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Patrícia Palermo - Se a<br />

reforma da previdência<br />

passar pelo Congresso Nacional<br />

preservando seus<br />

pontos principais como a<br />

idade mínima e o aumento<br />

do tempo de contribuição<br />

de 25 anos, por exemplo,<br />

as contas da previdência<br />

vão pressionar menos o<br />

caixa do setor público nos<br />

próximos anos. Isso deverá<br />

ser positivo para aumentar<br />

a disponibilidade de recursos<br />

em outras áreas, como<br />

educação e saúde, com<br />

reflexos na qualidade da<br />

mão de obra. Outra questão<br />

importante é que, com<br />

a exigência de um mínimo<br />

de 25 anos de contribuição<br />

para a previdência, é<br />

razoável se esperar que<br />

haja uma redução dos índices<br />

de informalidade do<br />

trabalho, o que contribui<br />

para condições concorrenciais<br />

mais igualitárias.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - Com a<br />

grave crise, o desemprego<br />

no Brasil atingiu níveis<br />

elevadíssimos no último<br />

ano. Qual a expectativa<br />

de comportamento do<br />

nível de ocupação para<br />

<strong>2017</strong>? Teremos uma retomada<br />

no emprego e<br />

melhoria na renda da população<br />

em <strong>2017</strong> ou ainda<br />

é cedo para que estes<br />

indicadores comecem a<br />

melhorar?<br />

“<br />

Diferente do<br />

que se noticia,<br />

não são as demissões<br />

que têm sido as principais<br />

responsáveis pela<br />

diminuição dos postos<br />

de trabalho formal na<br />

economia, mas sim a forte<br />

redução das contratações.”<br />

Patrícia Palermo<br />

Economista-chefe Sistema Fecomércio<br />

36


Patrícia Palermo - A crise<br />

econômica que o Brasil<br />

vive tem características<br />

diferentes das anteriores.<br />

Ela dura desde meados de<br />

2014, e, pela primeira vez<br />

desde o biênio 1930-31, o<br />

Brasil registrou dois anos<br />

seguidos de queda do PIB.<br />

A crise que se espalhou<br />

por praticamente todos<br />

os setores da economia<br />

foi acompanhada de uma<br />

inflação alta e persistente,<br />

que para ser controlada<br />

exigiu juros altos. Num<br />

cenário de baixa demanda,<br />

custos pressionados e juros<br />

elevados, não apenas as<br />

empresas financeiramente<br />

frágeis e muito expostas a<br />

capitais de terceiros foram<br />

afetadas, mas também empresas<br />

saudáveis.<br />

A notícia ruim é que os<br />

dados apontam que o PIB<br />

caiu mais do que o emprego,<br />

o que demonstra<br />

que há ociosidade na economia,<br />

o que deve ainda<br />

retardar uma recuperação<br />

do mercado de trabalho.<br />

Assim, devemos observar<br />

aumento das taxas de desocupação<br />

ao longo do<br />

ano. Por outro lado, a desinflação<br />

deverá ter impacto<br />

positivo sobre a renda<br />

das famílias, especialmente,<br />

numa economia em<br />

que salários costumam ser<br />

reajustados pela inflação<br />

passada e que as famílias<br />

já fizeram fortes ajustes no<br />

orçamento.<br />

Mais <strong>SEBRAE</strong> - Quais os<br />

efeitos que as políticas<br />

tributárias defendidas<br />

pelo presidente eleito<br />

dos EUA, Donald Trump,<br />

podem ter sobre a economia<br />

mundial e, mais<br />

especificamente, sobre a<br />

economia brasileira?<br />

Patrícia Palermo - Trump<br />

assumiu com um discurso<br />

de um rápido corte de impostos<br />

e um forte aumento<br />

do gasto com infraestrutura.<br />

Entre as primeiras<br />

medidas, não houve nada<br />

de concreto, e o assunto<br />

vem sendo tratado sem<br />

consenso ou urgência. No<br />

tradicional discurso anual<br />

ao Congresso Americano<br />

realizado pelos presidentes,<br />

Trump reafirmou a<br />

necessidade de reduzir a<br />

burocracia, promover uma<br />

reforma tributária e executar<br />

um plano trilhonário de<br />

infraestrutura. Essas medidas,<br />

caso fossem implementadas,<br />

estimulariam<br />

o crescimento no curto<br />

prazo, porém poderiam ter<br />

efeitos inflacionários, com<br />

reflexos na política de juros<br />

americana. Um maior<br />

aperto monetário nos EUA<br />

poderia ter impactos no<br />

câmbio e ainda reduzir o<br />

ritmo de redução da Selic<br />

no Brasil. As medidas<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

mais polêmicas de Trump,<br />

no entanto, estão na área<br />

de comércio exterior, regulação<br />

e imigração. Na<br />

área de comércio exterior,<br />

a política protecionista<br />

de Trump pode ter efeitos<br />

negativos tanto para os<br />

EUA como para o mundo.<br />

Como o comércio do Brasil<br />

com os EUA é altamente<br />

deficitário, o país não está<br />

na mira do novo presidente<br />

americano, que prometeu<br />

revisar acordo por<br />

acordo buscando salvaguardar<br />

interesses dos EUA.<br />

No campo da regulação,<br />

Trump prometeu rediscutir<br />

os regramentos do sistema<br />

financeiro e de energia. O<br />

problema talvez esteja em<br />

desregulamentar demais,<br />

com possibilidade de gerar<br />

espaços para bolhas ou<br />

fraudes no mercado financeiro<br />

e de efeitos negativos<br />

sobre o meio ambiente, no<br />

campo da energia. Por fim,<br />

as restrições migratórias<br />

podem, além de criar um<br />

forte desconforto diplomático,<br />

gerar graves problemas<br />

de funcionamento à<br />

própria economia americana,<br />

notoriamente marcada<br />

da academia ao chão das<br />

fábricas pela presença de<br />

imigrantes.<br />

37


CAPA<br />

FERMENTO<br />

CONTRA A CRISE<br />

Empreendedores de micro e pequenas empresas têm<br />

suas receitas para driblar a instabilidade e consolidarem<br />

seus negócios no setor de alimentação<br />

Foto: Oblíquo Imagens<br />

Dos pequenos detalhes do ambiente<br />

que recebe o consumidor<br />

ao controle de gestão, são<br />

muitos os ingredientes que interferem<br />

no desenvolvimento de um negócio,<br />

especialmente em tempos de instabilidade<br />

econômica. Destaque em mapeamento<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS por seu potencial<br />

de crescimento, o setor de alimentos e<br />

bebidas - composto pela indústria, atacado,<br />

varejo e serviços de alimentos e<br />

bebidas - tem mantido os números positivos<br />

nos últimos anos, apesar do cenário<br />

nebuloso.<br />

38


CAPA<br />

Ainda que em números inferiores aos verificados<br />

na indústria de alimentos – formada,<br />

em geral, por médias e grandes<br />

empresas –, o serviço de alimentação<br />

fora do lar – composto, basicamente,<br />

por micro e pequenas empresas – manteve-se<br />

em crescimento. As MPEs de<br />

bares e lancherias somaram mais de<br />

65 mil em 2015, segundo o IBGE. Ao<br />

todo, são mais de 1,3 milhão de estabelecimentos<br />

de alimentação fora do<br />

lar, entre restaurantes, bares, padarias,<br />

lanchonetes, cafeterias, confeitarias e<br />

assemelhados em todo o País.<br />

“Observa-se a mudança no comportamento<br />

do consumidor, que está reduzindo<br />

a frequência e o consumo de<br />

alimentos ligados ao entretenimento e<br />

lazer e o número de refeições fora de<br />

casa, focando no almoço. Junto a isso,<br />

a tendência de consumo de alimentos<br />

mais saudáveis e de alimentos naturais<br />

e minimamente processados segue<br />

como direcionador na decisão de<br />

compra dos consumidores”, afirma o<br />

coordenador estadual da carteira de alimentos<br />

e bebidas do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Roger<br />

Scherer Klafke.<br />

A época exige adaptações, e cada um<br />

tem suas táticas para conquistar o consumidor.<br />

“Oferecer algo de excelente<br />

qualidade aos clientes: pode ser um<br />

produto, atendimento ou até a atmosfera”,<br />

sugere a empreendedora Raquel<br />

Sonemann, que, ao lado do sócio, Guilherme<br />

Gregianin Testa, conduz o Agridoce<br />

Café. Com sede em Porto Alegre,<br />

o estabelecimento surgiu em 2014, em<br />

meio ao período de instabilidade econômica,<br />

mas não demorou a formar<br />

clientela. Não por coincidência, o café<br />

cumpre um diferencial em cada um<br />

dos fatores indicados pela proprietária.<br />

Produz seus próprios doces, destaca-<br />

-se no atendimento – como provam os<br />

comentários e as avaliações nas redes<br />

sociais – e dispõe de uma decoração<br />

pensada em cada detalhe.<br />

Sócio do restaurante delivery de produtos<br />

saudáveis Natural2You, também<br />

localizado na Capital gaúcha, Claudio<br />

Machado da Rosa acredita que, para lidar<br />

com os momentos de crise, não há<br />

outro caminho senão abusar da criatividade,<br />

da inovação e, principalmente,<br />

da gestão.<br />

Foto: Acervo pessoal<br />

“Temos que oferecer um produto<br />

com valor e não com preço.<br />

Para isso, é preciso estar atento<br />

à concorrência, ao mercado,<br />

às novas tendências e a tudo<br />

que possa influenciar no nosso<br />

negócio”<br />

Claudio Machado da Rosa<br />

Sócio Natural2You<br />

39


CAPA<br />

NEGÓCIOS DE SURPREENDER<br />

seriam e, no fim, a realidade não cansou<br />

de nos surpreender”, relata.<br />

Com dois anos de atividades, a Natural2You<br />

tem se fortalecido na área de<br />

alimentação saudável. Até então sem<br />

experiência no ramo, Claudio e o sócio<br />

Lucas Pasqualim decidiram levar para o<br />

negócio o estilo de vida saudável que já<br />

tinham. “Existem muitas coisas congeladas,<br />

o que limita os ingredientes e o sabor<br />

não é o mesmo. Então, resolvemos ajudar<br />

as pessoas que não dispõem de tempo<br />

para cozinhar, mas querem algo saudável<br />

e fresco. Percebemos que, com isso, poderíamos<br />

mudar a rotina delas através da<br />

alimentação e acreditamos que já contribuímos<br />

muito com a vida de nossos clientes”,<br />

comenta.<br />

O projeto do negócio ganhou forma através<br />

de uma análise de mercado. “Verificamos<br />

que o ramo de alimentação saudável<br />

deve crescer 50% até 2019 (fonte: Euromonitor)<br />

e, com isso, identificamos uma<br />

grande oportunidade. Nosso diferencial<br />

é oferecer uma alimentação saudável e<br />

muito saborosa, com ingredientes frescos.<br />

Poucos concorrentes conseguem<br />

isso, principalmente em delivery.”<br />

Administrar a própria cafeteria era um desejo<br />

que Raquel mantinha desde a faculdade.<br />

A concretização veio há cerca de<br />

três anos, através do café. “Iniciamos com<br />

apenas dois funcionários e hoje temos 20.<br />

Temos uma equipe muito agradável de se<br />

trabalhar, além de serem muito dedicados<br />

e competentes. Somos muito gratos<br />

a eles por todo o empenho. Tínhamos<br />

muitas expectativas sobre como as coisas<br />

GESTÃO É PALAVRA DE ORDEM<br />

Investir na alma do lugar é a dica de Raquel<br />

para quem empreende no setor da<br />

alimentação e também busca um bom<br />

desempenho nos negócios.<br />

“O cliente percebe o afeto e o<br />

cuidado com o ambiente. Isso<br />

constrói uma atmosfera e faz<br />

com que a gente sempre tenha<br />

certeza de que vale a pena<br />

voltar”<br />

Raquel Sonemann<br />

Sócia Agridoce Café<br />

Ela acredita que é preciso entregar algo<br />

que atraia o cliente, que o faça lembrar<br />

do local como uma opção tentadora.<br />

“Quando estamos em um momento de<br />

dúvidas sobre o futuro, as pessoas só<br />

gastam no que têm certeza que valerá a<br />

pena”, pontua.<br />

Claudio acrescenta a persistência como<br />

característica indispensável para quem<br />

pretende consolidar um negócio neste<br />

ramo. “Ainda somos jovens no ramo e<br />

estamos aprendendo muito, mas é preciso<br />

persistir e acreditar no seu sonho,<br />

trabalhar muito e fazer sempre o melhor<br />

que puder”, analisa.<br />

Um desafio para quem empreende no<br />

segmento de alimentação, considera<br />

40


CAPA<br />

a empreendedora, está em manter o<br />

equilíbrio. “A operação de alimentação<br />

lida com inúmeros insumos sempre oscilando<br />

muito de preço, assim como<br />

a rotatividade da mão de obra. É sempre<br />

um enorme desafio manter preços<br />

competitivos oferecendo produtos de<br />

qualidade e, ainda, ter nossos salários<br />

no final do mês. É um estado de vigilância<br />

contínua com custos, qualidade,<br />

consistência, desperdício e mudanças<br />

de consumo dos clientes”, reflete Raquel.<br />

Da mesma forma, a gestão financeira<br />

e a gestão de pessoas também são<br />

reforçadas pelo proprietário da Natural2You.<br />

“Para quem está começando, é<br />

difícil conseguir crédito em um cenário<br />

de crise econômica. A regulamentação<br />

também é uma dificuldade, pois ainda<br />

temos a cultura de punição, quando deveríamos<br />

investir no desenvolvimento<br />

dos empresários”, acredita.<br />

ATENÇÃO AO MERCADO<br />

A complexidade do setor por tratar com<br />

insumos perecíveis é citada pelo coordenador<br />

estadual da carteira de Alimentos<br />

e Bebidas do <strong>SEBRAE</strong>/RS. Ele lembra<br />

que os restaurantes, por exemplo, incluem<br />

em uma operação os processos<br />

de indústria, varejo e serviços de forma<br />

simultânea. “A dificuldade com a mão<br />

de obra e os problemas de logística são<br />

pontos que travam o desenvolvimento<br />

do setor, mas a necessidade de profissionalização<br />

da gestão e de maior integração<br />

entre os elos da cadeia também<br />

impactam no crescimento”, analisa.<br />

Foto: Oblíquo Imagens<br />

41


CAPA<br />

Klafke ressalta a importância de manter<br />

o controle do gerenciamento da empresa<br />

neste momento de transformação.<br />

Para ele, a gestão profissional do<br />

negócio e o monitoramento constante<br />

do mercado são os elementos essenciais<br />

neste cenário.<br />

“<br />

As mudanças no comportamento<br />

do consumidor, junto das novas<br />

tendências de consumo de alimentos<br />

e bebidas, podem trazer oportunidades<br />

interessantes para redirecionar<br />

o foco e mitigar o risco de<br />

estar na contramão das tendências”,<br />

frisa, ao citar também a cooperação e<br />

a troca de informações entre empreendedores,<br />

através da participação nos<br />

projetos do <strong>SEBRAE</strong>, e a aproximação<br />

com entidades representativas do setor<br />

como medidas fundamentais.<br />

Foto: Oblíquo Imagens<br />

Nessa mesma linha, a presidente da Associação<br />

Brasileira de Bares e Restaurantes<br />

(Abrasel), Maria Fernanda Tartoni,<br />

reconhece que os valores qual o cliente<br />

está disposto a gastar estão menores,<br />

ao mesmo tempo em que o consumidor<br />

está mais criterioso na escolha dos<br />

lugares que frequenta. Diante desse<br />

cenário, o empreendedor precisa estar<br />

atento para não perder oportunidades.<br />

“Temos que nos adaptar a essa nova realidade.<br />

Tenho pensamento otimista e<br />

acredito que isso está em vias de melhorar.<br />

As pessoas que fizeram sua lição<br />

de casa, reduzindo seus custos, trabalhando<br />

promoções, pratos com custos<br />

menores, ações para trazer o público<br />

dentro do estabelecimento, serão recompensadas”,<br />

afirma.<br />

42


CAPA<br />

De acordo com Maria Fernanda, o<br />

empreendedor pode buscar maneiras<br />

de eliminar custos, porém,<br />

mantendo um cardápio<br />

atrativo, ambiente agradável<br />

e um quadro de funcionários<br />

forte. “Uma equipe eficiente,<br />

que corresponda às expectativas<br />

e vista a camiseta, faz toda<br />

a diferença em um negócio”, sintetiza.<br />

Para ela, ainda que algumas<br />

instabilidades persistam, é o momento<br />

de analisar o mercado com<br />

um olhar positivo. “A palavra-chave é<br />

criatividade”, finaliza.<br />

CONTE COM O <strong>SEBRAE</strong><br />

Em um cenário de mudanças, obter informações<br />

específicas sobre o setor e<br />

sobre o mercado torna-se ainda mais<br />

importante para as micro e pequenas<br />

empresas. Nesse quesito, o <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

conta com ações para auxiliar o empreendedor,<br />

entre elas, está o programa de<br />

Alimentos & Bebidas. A iniciativa identificou<br />

oportunidades para o desenvolvimento<br />

de micro e pequenas empresas<br />

na cadeia de alimentos e bebidas e as<br />

transformou em projetos. Estes, por sua<br />

vez, reunirão empresas do segmento<br />

para, em conjunto, melhorarem o seu<br />

desempenho. “O programa trará projetos<br />

voltados para a indústria de alimentos<br />

e bebidas com foco em alimentos<br />

premium, orgânicos, bebidas artesanais<br />

e cervejas”, explica Klafke.<br />

No varejo, a atuação se dará junto a pequenos<br />

varejos de alimentos e bebidas<br />

(minimercados e assemelhados) e, em<br />

bares e restaurantes, as ações também<br />

seguirão com força em todo o Estado.<br />

Ainda estão previstas parcerias com o<br />

Sindicato das Indústrias de Panificação<br />

e Confeitaria e de Massas Alimentícias<br />

e Biscoitos do Rio Grande do Sul (Sindipan)<br />

e a Federação das Indústrias do Estado<br />

do Rio Grande do Sul (Fiergs), que<br />

contemplarão padarias e confeitarias.<br />

43


CASOS DE SUCESSO<br />

SIGA O EXEMPLO<br />

A HelpBell (www.helpbell.com.br) possui produtos<br />

simples e inteligentes que facilitam a vida dos<br />

idosos. São dois produtos que foram lançados<br />

em março: uma caixa inteligente de medicamentos<br />

(HelpBell BOX) e um botão de emergência<br />

(HelpBell FIX) que pode ser colocado em qualquer<br />

lugar, inclusive no box do banheiro, onde ocorre a<br />

maioria das quedas e dos acidentes. A participação<br />

no programa <strong>SEBRAE</strong> Makers, através das oficinas<br />

de design thinking, serviu para validar os projetos<br />

e ressaltar os diferenciais da HelpBell em relação<br />

a outros produtos disponíveis no mercado. O programa<br />

do <strong>SEBRAE</strong> também possibilitou a troca de<br />

informações com outras empresas que se dedicam<br />

ao desenvolvimento e à manufatura de hardware.<br />

Roger Bertrand - Porto Alegre<br />

HelpBell<br />

<strong>SEBRAE</strong> MAKERS<br />

Voltado a startups que desenvolvam produtos<br />

inovadores de base tecnológica, desenvolve<br />

o perfil empreendedor e apoia a modelagem<br />

de negócio, desenvolvimento de produto,<br />

finanças, marketing e vendas, captação de<br />

recursos, entre outros.<br />

Duração: 20 meses<br />

Investimento: R$ 800,00 (em 2016)<br />

*valor sofrerá alteração em <strong>2017</strong><br />

44


CASOS DE SUCESSO<br />

Iniciamos as atividades em dezembro de 2013, com<br />

uma pequena loja em Novo Hamburgo. Depois expandimos<br />

para a loja ao lado e aumentamos a produção.<br />

No ano passado, mudamos a produção para um<br />

prédio em Canoas. A expectativa agora é abrir uma<br />

segunda loja, em Porto Alegre. Tivemos uma evolução<br />

muito boa, de progressão contínua, apesar do<br />

cenário da economia. Tive muita confiança no trabalho<br />

do <strong>SEBRAE</strong>, pois comecei o negócio sozinha.<br />

Fiz um ano e meio de Plano de Negócio, o que foi<br />

fundamental para abrir a empresa com confiança, segurança<br />

e, realmente, mostrou-se um sucesso. Talvez<br />

não teríamos chegado nesse patamar sem a parceira<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS. Tivemos também uma consultoria em<br />

finanças, que nos ajudou bastante na construção do<br />

preço final. Estamos seguros a cada passo que damos<br />

e, com certeza, manteremos a parceria por muito<br />

tempo.<br />

Vera Delecolle - Novo Hamburgo<br />

Vanilla e Louro Gastronomia<br />

CONSULTORIA PLANO DE NEGÓCIOS<br />

Auxilia o empreendedor na compreensão da sua ideia<br />

de negócio em relação a mercado, produtos, recursos<br />

necessários, modelo de operação, oportunidades de<br />

crescimento e riscos existentes. Apoia a empresa em<br />

seu desenvolvimento no curto, médio e longo prazos,<br />

com base nos objetivos previamente definidos.<br />

Duração: 20h<br />

Investimento: R$ 1.000,00<br />

Acesse nossa agenda<br />

de cursos e veja quando<br />

eles serão realizados<br />

na sua região:<br />

45


FATOS E FOTOS<br />

O presidente do Conselho Deliberativo do<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS, Carlos Sperotto, o diretor do<br />

Senar-RS, Gilmar Tietböhl, e a diretoria executiva<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS na Coletiva de Imprensa<br />

que a instituição realizou no dia 10 de janeiro<br />

em Porto Alegre. Na ocasião o <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

apresentou sua estratégia de atuação para<br />

<strong>2017</strong> aos principais veículos de comunicação<br />

de Porto Alegre com transmissão ao vivo para<br />

a imprensa do interior do Estado.<br />

A renovação do convênio de cooperação<br />

técnica e financeira entre as instituições foi<br />

formalizada na primeira quinzena de janeiro,<br />

durante reunião com a presença do presidente<br />

do Conselho Deliberativo Estadual do<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS e Sistema FARSUL, Carlos Sperotto,<br />

do superintendente do SENAR-RS, Gilmar<br />

Tietböhl, dos diretores do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Derly<br />

Fialho (Diretor-superintendente) e Ayrton<br />

Pinto Ramos (Técnico), além de outras lideranças<br />

das entidades envolvidas na parceria.<br />

Foto: <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Foto: <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Foto: Tiago Francisco<br />

Foto:Gerson Raugust / Sistema Farsul<br />

O grupo de empresários gaúchos participou<br />

de missão empresarial à Convenção<br />

Anual da NRF, um dos principais eventos<br />

destinados ao varejo do mundo, realizado<br />

entre os dias 15 e 17 de janeiro, em<br />

Nova Iorque. A iniciativa é do <strong>SEBRAE</strong>/RS,<br />

em parceria com a Câmara de Dirigentes<br />

Lojistas de Porto Alegre (CDL), Sindilojas<br />

Porto Alegre, Fecomércio, Senac e Federação<br />

das Câmaras de Dirigentes Lojistas do<br />

Rio Grande do Sul (FCDL-RS).<br />

O reitor prof. da Universidade Católica de<br />

Pelotas, José Carlos Pereira Bachettini<br />

Júnior, e o diretor de Administração e Finanças<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Carlos Schütz, assinaram,<br />

em 10 de fevereiro, convênio de cooperação<br />

técnica. A renovação da parceria entre as<br />

duas instituições prevê a seleção de alunos<br />

de diversas áreas para atuar no programa Negócio<br />

a Negócio como agentes de orientação.<br />

O Negócio a Negócio conta com a parceria<br />

de universidades locais para aplicação<br />

de diagnóstico nas MPEs, análise de dados<br />

e acompanhamento para implantação de<br />

ações e apresentação de resultados.<br />

46


FATOS E FOTOS<br />

Foto: <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

Foto: Fagner Almeida<br />

Representantes das entidades parceiras<br />

do estande coletivo do RS na Couromoda<br />

<strong>2017</strong> (<strong>SEBRAE</strong>/RS, Governo do Estado e<br />

Associação Comercial e Industrial de Novo<br />

Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha)<br />

estiveram na companhia do governador do<br />

Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, no<br />

primeiro dia do evento. O espaço gaúcho na<br />

feira reuniu 43 micro e pequenas empresas<br />

e registrou vendas no valor de R$ 10,8 milhões,<br />

um patamar que superou em 15% as<br />

cifras registradas em <strong>2017</strong>.<br />

Foto: Dudu Leal Foto: Fagner Almeida<br />

Os diretores do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Derly Fialho<br />

(diretor-superintendente) e Ayrton Pinto<br />

Ramos (Técnico), além de gerentes e técnicos<br />

da entidade, participaram da Expodireto<br />

Cotrijal, que ocorreu de 6 a 10 de março,<br />

em Não-Me-Toque. Este ano, o <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

apoiou a participação de 31 pequenas empresas<br />

do setor metalmecânico, através de<br />

estande coletivo, e realizou rodadas de negócio<br />

nacional e internacional<br />

Na noite de 5 de março, do diretor-superintendente<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS, Derly Fialho, representando<br />

o presidente do Conselho Deliberativo<br />

Estadual do <strong>SEBRAE</strong>, Carlos Sperotto, recebeu<br />

o troféu Brasil Expodireto, na categoria Destaque<br />

Associativismo. A homenagem reconhece<br />

personalidades, entidades e empresas que<br />

contribuem para o desenvolvimento do agronegócio<br />

gaúcho. A iniciativa tem a promoção<br />

da Rede Pampa, Jornal O Sul e Cotrijal e ocorreu<br />

no Centro de Eventos, em Carazinho.<br />

A diretoria executiva do <strong>SEBRAE</strong>/RS representou<br />

a instituição na entrega do Prêmio<br />

Marcas de Quem Decide, que ocorreu<br />

em 7 de março. A iniciativa do Jornal do<br />

Comércio e da Qualidata Informações<br />

Estratégicas trouxe, pelo segundo ano consecutivo,<br />

o <strong>SEBRAE</strong>/RS como o mais lembrado<br />

e o preferido entre os gaúchos quando o<br />

assunto é apoio ao empreendedor.<br />

47


FRASES EM DESTAQUE<br />

“Pretendemos aproximar o banco<br />

e o pequeno negócio, tornando<br />

mais fácil o acesso ao crédito.<br />

O pequeno negócio é o motor<br />

da nossa economia e precisa de<br />

oxigênio para permanecer no<br />

mercado.”<br />

GUILHERME AFIF DOMINGOS,<br />

presidente do <strong>SEBRAE</strong> Nacional, na ocasião<br />

da assinatura de convênio com o Banco do<br />

Brasil, ação que integra o programa Empreender<br />

Mais Simples: menos burocracia,<br />

mais crédito.<br />

“Comecei a pensar em franquear<br />

minha empresa há três anos e,<br />

desde então, estudei, fiz oficinas<br />

no <strong>SEBRAE</strong>/RS, viajei e ouvi relatos.<br />

Entendemos que estávamos prontos<br />

para iniciar essa operação.”<br />

JANETE GREGIO, proprietária do espaço Jane<br />

Beauty, em Bento Gonçalves, sobre a experiência<br />

de participar do programa Franquia RS.<br />

“Devemos acrescentar 20<br />

municípios à lista, totalizando<br />

100 cidades gaúchas integradas<br />

à REDESIMPLES, contemplando<br />

então mais de 80% das<br />

empresas do RS.”<br />

DERLY FIALHO, diretor-superintendente<br />

do <strong>SEBRAE</strong>/RS, sobre a atuação da<br />

REDESIMPLES em <strong>2017</strong> no RS.<br />

“Recebemos muitos clientes que<br />

não podem ler o cardápio, assim, era<br />

necessário sempre ajudá-los. Então, essa<br />

foi uma grande oportunidade para atendêlos<br />

melhor,”<br />

DAVID WILLIAN LUBKE JESKE, sócio-proprietário<br />

da Imperatriz Doces Finos, de Pelotas, sobre<br />

ação estimulada pelo Projeto Polo Gastronômico,<br />

que consiste na tradução dos cardápios<br />

para a linguagem braile.<br />

“Como distribuidor, tenho a<br />

responsabilidade de manter meus<br />

clientes bem abastecidos. Conhecia<br />

bem o <strong>SEBRAE</strong>/RS, mas receber o<br />

técnico na empresa me fez estar<br />

mais confortável e mais confiante ao<br />

explicar alguma necessidade.”<br />

EDUARDO MANCINI, dono da Green Pet, de<br />

Pelotas, referindo-se ao novo modelo de<br />

atendimento realizado pelo <strong>SEBRAE</strong>/RS<br />

“Esse movimento das redes é muito<br />

direcionado para termos representatividade<br />

política e, com isso, usufruirmos<br />

de diversos benefícios. Sem<br />

o reconhecimento governamental,<br />

somos quase um barco à deriva.”<br />

ADEMIR GERSON DEITOS, presidente da Redlar,<br />

a respeito da missão técnica ao Encontro<br />

Nacional de Redes de Móveis, ocorrido<br />

em Minas Gerais.<br />

48


SÃO OS<br />

EMPREENDEDORES<br />

QUE GERAM<br />

CRESCIMENTO<br />

E IMPULSIONAM<br />

O DESENVOLVIMENTO<br />

DO ESTADO.<br />

<strong>SEBRAE</strong>/RS.<br />

A marca mais lembrada<br />

e preferida na categoria Apoio<br />

ao Empreendedor no prêmio<br />

Marcas de Quem Decide.<br />

Quando o momento é difícil,<br />

empreender se torna um ato<br />

de coragem, ousadia e determinação.<br />

Investir no próprio negócio contribui<br />

para a sustentabilidade e geração<br />

de riquezas. Por isso, o <strong>SEBRAE</strong> está<br />

sempre ao lado da pequena empresa,<br />

apoiando a gestão e o crescimento<br />

de quem impulsiona o nosso Estado.<br />

Muito obrigado pela sua confiança,<br />

preferência e lembrança pelo<br />

2º ano consecutivo.

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