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FEBRE – O QUE OS CUIDADORES (NÃO) SABEM<br />
Carla Silva¹; Hugo Rocha¹; Ivete Afonso²; Sílvia Martins¹; Sofia Faria¹; Raquel Braga³<br />
¹Internos de Medicina Geral e Familiar, USF Lagoa; ²Interna de Pediatria, Hospital Pedro Hispano; ³Assistente<br />
Graduada de Medicina Geral e Familiar, USF Lagoa. ULS Matosinhos<br />
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS<br />
METODOLOGIA<br />
• A febre é um dos sintomas mais comuns <strong>em</strong> idade<br />
pediátrica.<br />
• É um desafio para os pais saber quando esta é motivo de<br />
preocupação, tornando-a uma razão frequente de recurso<br />
aos serviços de saúde.<br />
• Pretende-se caracterizar os conhecimentos, preocupações e<br />
atitudes dos pais perante uma criança com febre.<br />
RESULTADOS<br />
• Estudo transversal e descritivo.<br />
• Aplicação telefónica de questionário, construído pelos autores, aos<br />
pais/cuidadores de todas as crianças de uma USF que, <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro de<br />
2015, tivess<strong>em</strong> idades compreendidas entre 29 dias e 36 meses. Foi<br />
solicitado consentimento informado verbal no início de cada contacto<br />
telefónico.<br />
• O questionário foi alvo de estudo piloto.<br />
• Se os pais tivess<strong>em</strong> mais do que uma criança na idade alvo, apenas era<br />
considerada uma participação.<br />
• Dados registados <strong>em</strong> Excel® e analisados pelo SPSS® versão 20,0.<br />
1. Caracterização da amostra n (%)<br />
Cuidadores<br />
Número total 248 (100)<br />
Média de idades<br />
(anos)<br />
Mãe 197 (79,4)<br />
Pai 27 (10,9)<br />
Outros 24 (9,7)<br />
Pais 32,8 [18-46]<br />
Outros cuidadores 60,5 [37-73]<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
2. Local de avaliação t<strong>em</strong>peratura (n)<br />
0<br />
206<br />
96<br />
22<br />
Axilar Retal Auricular Outro<br />
2.1. Avaliação de t<strong>em</strong>peratura retal<br />
<strong>em</strong> idade < 2 anos? (%)<br />
Sim 53<br />
5<br />
4. Medicação <strong>em</strong> casa para a febre? (%)<br />
Sim 98,9<br />
5. Dose n (%)<br />
5.1. Dose correta <strong>em</strong> função nº filhos (%)<br />
Correta 66 (26,7) Filho único 30,2<br />
Infra-terapêutica 72 (29,0) >1 filho 41,3<br />
Supra-terapêutica 47 (18,9)<br />
Não sabe 63 (25,4)<br />
Habilitações<br />
Básico / Primário 50 (20,2)<br />
Secundário 82 (33,1)<br />
Licenciatura 102 (41,1)<br />
Mestrado /<br />
Doutoramento<br />
14 (5,6)<br />
Outros filhos 134 (54)<br />
Crianças<br />
Média idade (meses) 21 [1-36]<br />
8. Medicação antes do SU? (%)<br />
16%<br />
84%<br />
60,0%<br />
50,0%<br />
40,0%<br />
30,0%<br />
20,0%<br />
10,0%<br />
0,0%<br />
Medo mascarar<br />
sintomas<br />
Só com indicação<br />
médica<br />
3. Valor a partir do qual é febre? n (%)<br />
17 (6,9)<br />
8.1 Porquê? n (%)<br />
114 (46)<br />
29 (74,4)<br />
2 (5,1)<br />
Não sabe dose 8 (20,5)<br />
5 (2)<br />
93 (37,5)<br />
19 (7,7)<br />
36,5-37,4 37,5 37,6-37,9 38 38,2-39<br />
5,6%<br />
6. Medicação que t<strong>em</strong> <strong>em</strong> casa? n (%) 7. Que fármaco dá <strong>em</strong> 1º lugar? (%)<br />
Paracetamol 134 (54,7)<br />
Paracetamol +<br />
Ibuprofeno<br />
10. Onde recorre <strong>em</strong> 1º lugar? (%)<br />
50%<br />
21,8% 21,8%<br />
Linha 24 C.Saúde H.Privado H.Público<br />
0,2%<br />
Farmácia<br />
111 (45,3)<br />
Paracetamol 98,2<br />
11. Principal perigo da febre?<br />
Não preocupa<br />
Meningite<br />
Morte<br />
Desidratação<br />
Não sabe<br />
Lesão cerebral<br />
Convulsões<br />
(1,2%)<br />
(1,6%)<br />
(1,6%)<br />
(2,8%)<br />
(8,9%)<br />
(21,8%)<br />
(62,1%)<br />
Sim<br />
Não<br />
9. Quando recorre ao médico? n (%)<br />
12. Abordag<strong>em</strong> prévia do t<strong>em</strong>a? (%)<br />
12.1 Qu<strong>em</strong>? n (%)<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
(17,7%)<br />
(28,2%)<br />
(21,4%)<br />
(23%)<br />
41%<br />
Médico família 71 (48,3)<br />
Pediatra 39 (26,5)<br />
Preparação parto 17 (11,6)<br />
30<br />
20<br />
10<br />
(9,7%)<br />
59%<br />
Formação pessoal 9 (6,1)<br />
Família 6 (4,1)<br />
0<br />
Início febre Febre>1d Febre>2d Febre>3d +sintomas<br />
DISCUSSÃO<br />
Sim<br />
Não<br />
Enfermeiro 5 (3,4)<br />
• Este estudo d<strong>em</strong>onstra que persist<strong>em</strong> conceções e atitudes erradas <strong>em</strong> relação à febre. Apesar do nível elevado de literacia da amostra<br />
estudada, verificaram-se conceitos errados sobre a medição e terapêutica da criança febril, não sendo, no entanto, representativa da população<br />
geral. O Médico de Família (MF) parece ser o profissional que mais aborda este t<strong>em</strong>a, ainda assim, <strong>em</strong> apenas 48,3% dos casos.<br />
• É essencial sensibilizar os MF para a abordag<strong>em</strong> desta t<strong>em</strong>ática nas consultas de saúde infantil, e de forma oportunista, de forma a aumentar os<br />
conhecimentos dos pais e cuidadores relativamente à etiologia da febre, aos seus potenciais benefícios <strong>em</strong> contexto infecioso, e acerca da<br />
administração correta de antipiréticos. Esta informação pode contribuir para diminuir a ansiedade parental e melhorar a prestação de cuidados à<br />
criança febril. Mais estudos poderão ser realizados neste âmbito, envolvendo uma população mais representativa.<br />
Bibliografia: Rodrigues L, Tojal M et al. Conhecimentos e atitudes dos pais perante a febre, Saúde Infantil, 2010;32(1): 17-21; Sakai R, Niijima S et al. Parental knowledge and perceptions of fever in children and fever manag<strong>em</strong>ent<br />
practices: differences between parents of children with and without a history of febrile seizures, Pediatr Emerg Care. 2009 Apr;25(4):231-37; Kelly M, Saham L, Parental knowledge, attitudes and beliefs regarding fever in children: an<br />
interview study, BMC Public Health. 2016; 16: 540; Enarson M, Samina MD et al; Beliefs and Expectations of Canadian Parents Who Bring Febrile Children for Medical Care, Pediatrics 2012 Oct;130(4):e905-12