POSTERS - Update em medicina 2017 book 1
Gravidez e vacinação da gripe sazonal - uma vacina esquecida? David Tonelo 1 , Jorge Caetano Pereira 2 , Clarisse Aguiar 3 1 - USF Santiago; 2 - USF D. Sancho I; 3 - USF S. Domingos Introdução As mulheres grávidas quando infetadas pelo vírus influenza têm maior risco de desenvolver complicações e uma maior mortalidade, quando comparadas com a população geral. Esse risco não se deve a uma maior probabilidade de serem infetadas, mas a alterações imunológicas, nomeadamente diminuição da imunidade mediada por linfócitos T, bem como a mudanças no sistema cardiovascular e respiratório durante a gravidez. O risco de doença grave aumenta ao longo da evolução da gravidez, sendo o 3º trimestre comparável ao de indivíduos de elevado risco. Existe também risco para o embrião/feto, particularmente maiores incidências de malformações congénitas, partos prematuros, baixo peso à nascença e nados-mortos. As grávidas são assim consideradas um grupo de risco, com indicação para vacinação da gripe, sendo esta recomendada a nível nacional e internacional. A vacina da gripe é segura nas grávidas, indicada em qualquer trimestre de gestação e deve ser administrada durante todo o Outono/Inverno. Objetivo Determinar a cobertura da vacinação da gripe nas grávidas na Unidade de Saúde Familiar (USF) Santiago, Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Pinhal Litoral, durante os anos 2014 e 2015. Métodos Tipo de estudo: observacional, descritivo, transversal e retrospetivo. Fonte de dados: processo clínico informatizado na plataforma SClinico®. População: utentes do sexo feminino inscritas na USF Santiago. Amostra: todas as utentes com gravidez durante o período em análise, definida pela data da última menstruação (2014 e 2015). Critérios de exclusão: Para a análise da cobertura vacinal foram apenas consideradas as utentes com vigilância em Saúde Materna na USF. Análise estatística: Microsoft Excel® 2016. Resultados 2014 Local de vigilância 34 Hospital 44 grávidas com vigilância Saúde Materna 99 grávidas 23 USF 21 USF + Particular 21 Particular 23 USF 3 Vacinação 1 no 1ºT 1 no 2ºT 1 no 3ºT Taxa de vacinação 2014: 11,4% Idade média: 33 A Idade mínima: 20 A Idade máxima: 47 A 21 USF + Particular 2 1 no 2ºT 1 no 3ºT 2015 Local de vigilância Taxa de cobertura 2 anos: 14,9% 41 Hospital 57 grávidas com vigilância Saúde Materna 117 grávidas 27 USF 30 USF + Particular Vacinação 18 Particular 1 Não vigiada 27 USF 8 6 no 2ºT 2 no 3ºT Taxa de vacinação 2015: 17,5% Idade média: 32 A Idade mínima: 16 A Idade máxima: 45 A 30 USF + Particular 2 1 no 2ºT 1 no 3ºT Discussão/Conclusão Perante os resultados obtidos, observou-se uma baixa cobertura de vacinação da gripe nas grávidas da amostra selecionada. Existe assim uma potencial margem para melhoria, através de intervenções de informação e esclarecimento dos benefícios e riscos junto das utentes e dos Médicos de Família, tendo estes últimos um papel fundamental na vigilância de Saúde Materna e na implementação das recomendações em vigor. Bibliografia -Influenza and pregnancy [cited 28 Feb]. Available from: http://www.uptodate.com/contents/influenza-and-pregnancy -CDC: Influenza (Flu) [cited 19 Mar]. Available from: http://www.cdc.gov/flu/index.htm -Rasmussen SA, Jamieson DJ, Uyeki TM. Effects of influenza on pregnant women and infants. Am J Obstet Gynecol. 2012;207(3 Suppl):S3–8. doi: 10.1016/j.ajog.2012.06.068 -Dodds L, McNeil SA, Fell DB, Allen VM, Coombs A, Scott J, et al. Impact of influenza exposure on rates of hospital admissions and physician visits because of respiratory illness among pregnant women. CMAJ. 2007;176:463–8. doi: 10.1503/cmaj.061435
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Gravidez e vacinação da gripe sazonal<br />
- uma vacina esquecida?<br />
David Tonelo 1 , Jorge Caetano Pereira 2 , Clarisse Aguiar 3<br />
1 - USF Santiago; 2 - USF D. Sancho I; 3 - USF S. Domingos<br />
Introdução<br />
As mulheres grávidas quando infetadas pelo vírus influenza têm<br />
maior risco de desenvolver complicações e uma maior mortalidade,<br />
quando comparadas com a população geral.<br />
Esse risco não se deve a uma maior probabilidade de ser<strong>em</strong><br />
infetadas, mas a alterações imunológicas, nomeadamente<br />
diminuição da imunidade mediada por linfócitos T, b<strong>em</strong> como a<br />
mudanças no sist<strong>em</strong>a cardiovascular e respiratório durante a<br />
gravidez. O risco de doença grave aumenta ao longo da evolução da<br />
gravidez, sendo o 3º trimestre comparável ao de indivíduos de<br />
elevado risco. Existe também risco para o <strong>em</strong>brião/feto,<br />
particularmente maiores incidências de malformações congénitas,<br />
partos pr<strong>em</strong>aturos, baixo peso à nascença e nados-mortos.<br />
As grávidas são assim consideradas um grupo de risco, com<br />
indicação para vacinação da gripe, sendo esta recomendada a nível<br />
nacional e internacional. A vacina da gripe é segura nas grávidas,<br />
indicada <strong>em</strong> qualquer trimestre de gestação e deve ser administrada<br />
durante todo o Outono/Inverno.<br />
Objetivo<br />
Determinar a cobertura da vacinação da gripe nas grávidas na<br />
Unidade de Saúde Familiar (USF) Santiago, Agrupamento de Centros<br />
de Saúde (ACeS) Pinhal Litoral, durante os anos 2014 e 2015.<br />
Métodos<br />
Tipo de estudo: observacional, descritivo, transversal e retrospetivo.<br />
Fonte de dados: processo clínico informatizado na plataforma<br />
SClinico®.<br />
População: utentes do sexo f<strong>em</strong>inino inscritas na USF Santiago.<br />
Amostra: todas as utentes com gravidez durante o período <strong>em</strong><br />
análise, definida pela data da última menstruação (2014 e 2015).<br />
Critérios de exclusão: Para a análise da cobertura vacinal foram<br />
apenas consideradas as utentes com vigilância <strong>em</strong> Saúde Materna na<br />
USF.<br />
Análise estatística: Microsoft Excel® 2016.<br />
Resultados<br />
2014<br />
Local de vigilância<br />
34 Hospital<br />
44 grávidas com vigilância Saúde Materna<br />
99<br />
grávidas<br />
23 USF<br />
21 USF + Particular<br />
21 Particular<br />
23 USF<br />
3<br />
Vacinação<br />
1 no 1ºT<br />
1 no 2ºT<br />
1 no 3ºT<br />
Taxa de vacinação<br />
2014: 11,4%<br />
Idade média: 33 A<br />
Idade mínima: 20 A<br />
Idade máxima: 47 A<br />
21 USF + Particular<br />
2<br />
1 no 2ºT<br />
1 no 3ºT<br />
2015<br />
Local de vigilância<br />
Taxa de cobertura<br />
2 anos: 14,9%<br />
41 Hospital<br />
57 grávidas com vigilância Saúde Materna<br />
117<br />
grávidas<br />
27 USF<br />
30 USF + Particular<br />
Vacinação<br />
18 Particular<br />
1 Não vigiada<br />
27 USF<br />
8<br />
6 no 2ºT<br />
2 no 3ºT<br />
Taxa de vacinação<br />
2015: 17,5%<br />
Idade média: 32 A<br />
Idade mínima: 16 A<br />
Idade máxima: 45 A<br />
30 USF + Particular<br />
2<br />
1 no 2ºT<br />
1 no 3ºT<br />
Discussão/Conclusão<br />
Perante os resultados obtidos, observou-se uma baixa cobertura de vacinação da gripe nas grávidas da amostra selecionada.<br />
Existe assim uma potencial marg<strong>em</strong> para melhoria, através de intervenções de informação e esclarecimento dos benefícios e riscos junto das<br />
utentes e dos Médicos de Família, tendo estes últimos um papel fundamental na vigilância de Saúde Materna e na impl<strong>em</strong>entação das<br />
recomendações <strong>em</strong> vigor.<br />
Bibliografia<br />
-Influenza and pregnancy [cited 28 Feb]. Available from: http://www.uptodate.com/contents/influenza-and-pregnancy<br />
-CDC: Influenza (Flu) [cited 19 Mar]. Available from: http://www.cdc.gov/flu/index.htm<br />
-Rasmussen SA, Jamieson DJ, Uyeki TM. Effects of influenza on pregnant women and infants. Am J Obstet Gynecol. 2012;207(3 Suppl):S3–8. doi:<br />
10.1016/j.ajog.2012.06.068<br />
-Dodds L, McNeil SA, Fell DB, Allen VM, Coombs A, Scott J, et al. Impact of influenza exposure on rates of hospital admissions and physician visits because of respiratory<br />
illness among pregnant women. CMAJ. 2007;176:463–8. doi: 10.1503/cmaj.061435