POSTERS - Update em medicina 2017 book 1

15.04.2017 Views

Enquadramento “Quando a HbA1c não é suficiente: um caso de Hemoglobina de Baltimore” Silva Costa A 1 , Ramalho A 2 , Lima M 3 1- USF Monte Caparica, ACES Almada-Seixal 2 - USF Sobreda, ACES Almada-Seixal 3 - USF Cova da Piedade, ACES Almada-Seixal Contato: andrefsc88@gmail.com A redução dos níveis de HbA1c é o principal objetivo do tratamento em doentes diabéticos, e a determinação desta hemoglobina (Hb) é o método regularmente utilizado para monitorizar o controlo metabólico nestes doentes 1 . A HbA1c pode estar falsamente diminuída em certas situações clínicas (hemoglobinopatias, gravidez, hemorragia, anemia hemolítica, terapêutica de reposição com ferro ou vitamina B12). Contudo, os níveis de HbA1c podem também ser alterados em condições silenciosas que, se não detectadas, podem levar a uma abordagem inadequada do doente com diabetes. Descrição do Caso Identificação: 63 Anos Caucasiano Sexo: Masculino Natural de Tomar Profissão: Motorista Lista de Problemas: Ativos: Diabetes Mellitus tipo 2 desde 2012 Hipertensão Arterial desde 2013 Obesidade. Passivos: Pé boto congénito Medicação Crónica: Losartan 100 mg, 1+0+0 Metformina 700 mg, 1+0+0 Data 16-02- 2013 HbA1c (%) Glic Jejum (mg/dL) S O A 26-03- 2013 18-10- 2013 10-08- 2015 01-02- 2016 08-02- 2016 04-08- 2016 22-08- 2016 4,4 4,7 … 5,1 5,2 5,5 5,4 5,8 8,4 140 142 162 … 160 174 192 202 231 240 Traz registos de glicémias dos ultimos 3 dias com valores em JJ entre 188-291 e PP entre 240-297. Faz turnos noturnos até as 04H e dorme até as 14H. Peso=83,5 kg IMC=30,1 TA=138/86 mmHg; FC=76 bpm. HbA1c: 5,4%. ACP sem alterações. Sem edemas periféricos. Pé: Baixo Risco Hipertensão Sem Complicações (K86) Diabetes Não Insulino-Dependente (T90) Obesidade (T82) P Peço análises para despiste de possivel interferencia com a HbA1c. Faz registos das glicémias; ensino sobre a técnica. 12-08-2016 22-08-2016 14-11-2016 S Traz resultado de análises. O Fructosamina - 604 µmol/L (IR

Ana Campos Portela 1 , Ana Carolina Rodrigues 1 , Gabriela Amorim Reis 1 1 IFE de Medicina Geral e Familiar – USF Condestável ENQUADRAMENTO A tosse convulsa é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório, que representa uma causa importante de mortalidade e mobilidade em lactentes. Apesar da existência de vacinação eficaz, a sua incidência aumentou nas ultimas décadas, permanecendo como uma das dez maiores causas de mortalidade em crianças com idade inferior a um ano, sendo a doença prevenLvel mais prevalente nos países desenvolvidos nestas crianças. DESCRIÇÃO DO CASO Lactente do sexo feminino, com 20 dias, internada no serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria por tosse convulsa, sem intercorrências. Antecedentes maternos irrelevantes. A sintomatologia inicial é descrita pela mãe como um síndrome gripal banal, que inesperadamente desencadeou episódio de tosse convulsa que motivou o recurso ao serviço de urgência do Centro Hospitalar de Leiria. Após a alta, mantém-se em seguimento na consulta de pediatria, pneumologia e cardiologia do CHL e mantem também vigilância nas consultas de medicina geral e familiar integrando o programa de saúde infantil. “ 31/05/2016 28/06/2016 01/08/2016 03/10/2016 S Consulta vigilância SI – 1ª consulta de vida Sob Leite Materno exclusivamente. Parto ventosa. Sem intercorrências. Consulta vigilância SI - 1M Internamento de 16 a 24/06/2016 por Tosse Convulsa. Sem intercorrências. Mantém vigilância na Pediatria do CHL: Consulta Cardiologia 21-07-2016 + consulta de Pneumologia 20-07-2016. Consulta vigilância SI - 2M Tem passado bem. Sem intercorrências. Mantém vigilância em consulta de Pediatria (PC em Outubro) Consulta vigilância SI - 4M Tem passado bem. Sem intercorrências. Mantem vigilância na Pediatria do CHL - consulta de Cardiologia por Sopro sistólico - Consulta em 20-10-2016. O Peso(kg)=3,46 EO: sem alterações Desenvolvimento estatoponderal adequado para a idade. Altura(cm)=56,5 Peso(kg)=4,37 IMC=13,7 P.Cefálico(cm)=37,8 EO: sem alterações Desenvolvimento estatoponderal adequado para a idade. Altura(cm)=59 Peso(kg)=5,69 IMC=16,3 P.Cefálico(cm)=39,5 Notas=Pele atópica Restante EO: sem alterações Desenvolvimento estatoponderal adequado para a idade. AC: sopro sistólico conhecido mas aparentemente difícil de identificar. Restante EO: sem alterações Desenvolvimento estatoponderal adequado para a idade. A MEDICINA PREVENTIVA / DE ACOMPANHAMENTO GERAL MEDICINA PREVENTIVA / DE ACOMPANHAMENTO GERAL TOSSE CONVULSA MEDICINA PREVENTIVA / DE ACOMPANHAMENTO GERAL PELE ATÓPICA MEDICINA PREVENTIVA / DE ACOMPANHAMENTO GERAL SOPRO SISTÓLICO P OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE / ACONSELHAMENTO / DIETA OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE / ACONSELHAMENTO / DIETA Explicadas vacinas extra-PNV. Esclarecimento de dúvidas e englobamento familiar na aceitação do episódio de tosse convulsa. OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE / ACONSELHAMENTO / DIETA Vacina viva contra o rotavírus, [Rotarix], 10e6 CCID50 + Vacina contra o meningococo, [Bexsero], Associação. OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE / ACONSELHAMENTO / DIETA ” DISCUSSÃO A tosse convulsa continua a ser uma doença potencialmente fatal, particularmente em grupos vulneráveis, apesar da ampla cobertura vacinal em crianças. É de salientar que neste caso não se trata de um recém nascido com algum tipo de fator de risco associado ou antecedentes relevantes. Com a atual indicação para a vacinação das grávidas no sentido de prevenir esta doença, mantém-se atual e pertinente ajudar os pais ou futuros pais a identificarem os sintomas e sinais de alarme, bem como informar da importância da vacinação. A proteção após vacinação começa a diminuir ao fim de 3 a 5 anos e é imensurável ao fim de 12 anos. Mesmo a imunidade natural diminui com o tempo, pelo que a exposição ao microrganismo (sintomática ou assintomática) e ́ indispensável para manter proteção. Por outro lado, a utilização da vacina nos surtos não é eficaz pois requer múltiplas doses para adquirir proteção, além de que não pode ser administrada a pessoas com mais de 7 anos de idade pelas reações adversas que lhe estão associadas. Contudo, há alguns autores que recomendam o início da vacinação durante os surtos até às 6 semanas de vida. Em conclusão, a tosse convulsa, por ser uma doença que pode causar grande mobilidade e até mortalidade num grupo etário particularmente vulnerável, deve ser sempre considerada na presença de um RN ou lactente pequeno com tosse, com contexto familiar compatível de Modo a iniciar tratamento precocemente com vista a evitar as complicações. Munoz FM,Kei tel WA. Progress in the diag nosis, preventio n and trea tmen t ofper tussis. Curr Infect Dis Rep 2003, 5: 213-219; Be hrm an, Klieg man, Jens on. Nelson Textb ook of Pediat rics. Saunde rs Edition, 18th ed,2007 , 1178 -1182 ; World Heal th organiza tion. Pe rtussis Vaccines . Who position pape r. Wkly Epedimiol Rec. 2010 ; (40 ): 38 5- 40 0; Black RE et al, fo r theChild Heal th Epide miology ReferenceGroupofWHO and UNICEF. Global, regi onal and a na tional causes of bi rth mo rtali ty in 2008: a systematic analysis. Lancet, 201 0, 375: 1969- 1987; Loo I, Mooi FR etal. Bordetellape rtussis strains with increasedtoxinpr oduction associated with per tussis resurgence. Eme rging infectiousdiseases, 2009, 15 (8 ): 120 6-13; World Heal th Organization . Per tussis vacines. Who position pape r. Wkly Epidemiol Rec. 2005; 80:31 -9; Co rr eia P, Tava res M. Linh as de orien tação pa ra o di agnóstico e terap êutic a de tos s e convulsa. Sociedade Po rtug uesa de Pedia tria. 2010; Fishe rD,Snyder J. Pertussis in childhoo d. American Acade my of Pedia trics. 2012 ; 33 (9):412-21 ; Fonseca P, Frei tas J etal. Per tussis keep on killing. Revis ta Portuguesade Pneu mologia 2010; 16(2 ): 31 5- 20 ; Tozzi A et al. Diagnosis and manage ment of per tussis. JAMC 2005; 172 (4):509-15.

Ana Campos Portela 1 , Ana Carolina Rodrigues 1 , Gabriela Amorim Reis 1<br />

1 IFE de Medicina Geral e Familiar – USF Condestável<br />

ENQUADRAMENTO<br />

A tosse convulsa é uma doença infecciosa aguda do trato respiratório, que representa uma causa importante de<br />

mortalidade e mobilidade <strong>em</strong> lactentes. Apesar da existência de vacinação eficaz, a sua incidência aumentou nas<br />

ultimas décadas, permanecendo como uma das dez maiores causas de mortalidade <strong>em</strong> crianças com idade inferior<br />

a um ano, sendo a doença prevenLvel mais prevalente nos países desenvolvidos nestas crianças.<br />

DESCRIÇÃO DO CASO<br />

Lactente do sexo f<strong>em</strong>inino, com 20 dias, internada no serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria por tosse<br />

convulsa, s<strong>em</strong> intercorrências. Antecedentes maternos irrelevantes. A sintomatologia inicial é descrita pela mãe<br />

como um síndrome gripal banal, que inesperadamente desencadeou episódio de tosse convulsa que motivou o<br />

recurso ao serviço de urgência do Centro Hospitalar de Leiria. Após a alta, mantém-se <strong>em</strong> seguimento na consulta<br />

de pediatria, pneumologia e cardiologia do CHL e mant<strong>em</strong> também vigilância nas consultas de <strong>medicina</strong> geral e<br />

familiar integrando o programa de saúde infantil.<br />

“ 31/05/2016 28/06/2016 01/08/2016 03/10/2016<br />

S Consulta vigilância SI –<br />

1ª consulta de vida<br />

Sob Leite Materno<br />

exclusivamente.<br />

Parto ventosa.<br />

S<strong>em</strong> intercorrências.<br />

Consulta vigilância SI - 1M<br />

Internamento de 16 a<br />

24/06/2016 por Tosse<br />

Convulsa. S<strong>em</strong> intercorrências.<br />

Mantém vigilância na Pediatria<br />

do CHL: Consulta Cardiologia<br />

21-07-2016 + consulta de<br />

Pneumologia 20-07-2016.<br />

Consulta vigilância SI - 2M<br />

T<strong>em</strong> passado b<strong>em</strong>. S<strong>em</strong><br />

intercorrências.<br />

Mantém vigilância <strong>em</strong> consulta<br />

de Pediatria (PC <strong>em</strong> Outubro)<br />

Consulta vigilância SI - 4M<br />

T<strong>em</strong> passado b<strong>em</strong>. S<strong>em</strong><br />

intercorrências.<br />

Mant<strong>em</strong> vigilância na Pediatria<br />

do CHL - consulta de<br />

Cardiologia por Sopro sistólico<br />

- Consulta <strong>em</strong> 20-10-2016.<br />

O<br />

Peso(kg)=3,46<br />

EO: s<strong>em</strong> alterações<br />

Desenvolvimento estatoponderal<br />

adequado para a<br />

idade.<br />

Altura(cm)=56,5 Peso(kg)=4,37<br />

IMC=13,7 P.Cefálico(cm)=37,8<br />

EO: s<strong>em</strong> alterações<br />

Desenvolvimento estatoponderal<br />

adequado para a<br />

idade.<br />

Altura(cm)=59 Peso(kg)=5,69<br />

IMC=16,3 P.Cefálico(cm)=39,5<br />

Notas=Pele atópica<br />

Restante EO: s<strong>em</strong> alterações<br />

Desenvolvimento estatoponderal<br />

adequado para a<br />

idade.<br />

AC: sopro sistólico conhecido<br />

mas aparent<strong>em</strong>ente difícil de<br />

identificar.<br />

Restante EO: s<strong>em</strong> alterações<br />

Desenvolvimento estatoponderal<br />

adequado para a<br />

idade.<br />

A<br />

MEDICINA PREVENTIVA / DE<br />

ACOMPANHAMENTO GERAL<br />

MEDICINA PREVENTIVA / DE<br />

ACOMPANHAMENTO GERAL<br />

TOSSE CONVULSA<br />

MEDICINA PREVENTIVA / DE<br />

ACOMPANHAMENTO GERAL<br />

PELE ATÓPICA<br />

MEDICINA PREVENTIVA / DE<br />

ACOMPANHAMENTO GERAL<br />

SOPRO SISTÓLICO<br />

P<br />

OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO<br />

PARA A SAÚDE /<br />

ACONSELHAMENTO / DIETA<br />

OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO<br />

PARA A SAÚDE /<br />

ACONSELHAMENTO / DIETA<br />

Explicadas vacinas extra-PNV.<br />

Esclarecimento de dúvidas e<br />

englobamento familiar na<br />

aceitação do episódio de tosse<br />

convulsa.<br />

OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO<br />

PARA A SAÚDE /<br />

ACONSELHAMENTO / DIETA<br />

Vacina viva contra o rotavírus,<br />

[Rotarix], 10e6 CCID50 +<br />

Vacina contra o meningococo,<br />

[Bexsero], Associação.<br />

OBSERVAÇÃO / EDUCAÇÃO<br />

PARA A SAÚDE /<br />

ACONSELHAMENTO / DIETA<br />

”<br />

DISCUSSÃO<br />

A tosse convulsa continua a ser uma doença potencialmente fatal, particularmente <strong>em</strong> grupos vulneráveis, apesar<br />

da ampla cobertura vacinal <strong>em</strong> crianças. É de salientar que neste caso não se trata de um recém nascido com<br />

algum tipo de fator de risco associado ou antecedentes relevantes. Com a atual indicação para a vacinação das<br />

grávidas no sentido de prevenir esta doença, mantém-se atual e pertinente ajudar os pais ou futuros pais a<br />

identificar<strong>em</strong> os sintomas e sinais de alarme, b<strong>em</strong> como informar da importância da vacinação.<br />

A proteção após vacinação começa a diminuir ao fim de 3 a 5 anos e é imensurável ao fim de 12 anos. Mesmo a<br />

imunidade natural diminui com o t<strong>em</strong>po, pelo que a exposição ao microrganismo (sintomática ou assintomática)<br />

e ́ indispensável para manter proteção. Por outro lado, a utilização da vacina nos surtos não é eficaz pois requer<br />

múltiplas doses para adquirir proteção, além de que não pode ser administrada a pessoas com mais de 7 anos de<br />

idade pelas reações adversas que lhe estão associadas.<br />

Contudo, há alguns autores que recomendam o início da vacinação durante os surtos até às 6 s<strong>em</strong>anas de vida.<br />

Em conclusão, a tosse convulsa, por ser uma doença que pode causar grande mobilidade e<br />

até mortalidade num grupo etário particularmente vulnerável, deve ser s<strong>em</strong>pre considerada<br />

na presença de um RN ou lactente pequeno com tosse, com contexto familiar compatível de<br />

Modo a iniciar tratamento precoc<strong>em</strong>ente com vista a evitar as complicações.<br />

Munoz FM,Kei tel WA. Progress in the diag nosis, preventio n and trea tmen t ofper tussis. Curr Infect Dis Rep 2003, 5: 213-219; Be hrm an, Klieg man, Jens on. Nelson Textb ook of Pediat rics. Saunde rs Edition, 18th ed,2007 , 1178 -1182 ; World Heal th<br />

organiza tion. Pe rtussis Vaccines . Who position pape r. Wkly Epedimiol Rec. 2010 ; (40 ): 38 5- 40 0; Black RE et al, fo r theChild Heal th Epide miology ReferenceGroupofWHO and UNICEF. Global, regi onal and a na tional causes of bi rth mo rtali ty in<br />

2008: a syst<strong>em</strong>atic analysis. Lancet, 201 0, 375: 1969- 1987; Loo I, Mooi FR etal. Bordetellape rtussis strains with increasedtoxinpr oduction associated with per tussis resurgence. Eme rging infectiousdiseases, 2009, 15 (8 ): 120 6-13; World Heal th<br />

Organization . Per tussis vacines. Who position pape r. Wkly Epid<strong>em</strong>iol Rec. 2005; 80:31 -9; Co rr eia P, Tava res M. Linh as de orien tação pa ra o di agnóstico e terap êutic a de tos s e convulsa. Sociedade Po rtug uesa de Pedia tria. 2010; Fishe rD,Snyder J.<br />

Pertussis in childhoo d. American Acade my of Pedia trics. 2012 ; 33 (9):412-21 ; Fonseca P, Frei tas J etal. Per tussis keep on killing. Revis ta Portuguesade Pneu mologia 2010; 16(2 ): 31 5- 20 ; Tozzi A et al. Diagnosis and manage ment of per tussis.<br />

JAMC 2005; 172 (4):509-15.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!