POSTERS - Update em medicina 2017 book 1

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Profilaxia da ITU recorrente Revisão da Literatura Ana Mafalda Ventura 1 , Carolina Ferreira 2 , Catarina Possidónio 3 Internas de Medicina Geral e Familiar: 1 USF Ramada, 2 USF São Julião, 3 USF Carnide Quer ana.mafalda.pv@hotmail.com Introdução e Objetivos As infeções do trato urinário (ITU) são uma patologia frequente na mulher em idade fértil e estão associadas a morbilidade. As ITU recorrentes definem-se como a presença de duas ou mais infeções em 6 meses ou mais de três episódios por ano. As infecções têm de ser documentados por urocultura. O objetivo desta revisão é definir as estratégias possíveis para estas situações. Metodologia Revisão da literatura realizada em Junho de 2016, com as palavras-chave recurrent urinary tract infection prevention women, nas bases de dados da Pubmed, Medscape e Up-to-Date. Resultados Na abordagem da ITU recorrente, estão disponíveis várias medidas (farmacológicas e não farmacológicas). No tratamento não farmacológico destacam-se as modificações do estilos de vida que, apesar de não terem sido validadas em ensaios clínicos, devem ser utilizadas na tentativa de diminuir a utilização dos antibióticos. Salientam-se o desincentivo do uso de espermicidas e diafragmas, o incentivo da micção pós-coital e o aumento da ingestão hídrica. Relativamente ao tratamento farmacológico com a antibioterapia profilática, foram feitos vários estudos com os antibióticos de toma contínua (Sulfametoxazol+Trimetoprim, Nitrofurantoina, Norfloxacina e Fosfomicina) e com os de toma intermitente (Sulfametoxazol+Trimetoprim/Trimetoprim, Nitrofurantoina, Cefalexina, Quinolonas). Concluiu-se que a utilização de antibioterapia diminuiu a recorrência durante a utilização, mas não parece diminuir as recorrências a longo prazo. Aumentou ainda os efeitos secundários (candidíase oral, vaginal e efeitos secundários gastrintestinais) e não pode ser negligenciado o facto de favorecer a emergência de estirpes resistentes. Como estratégias alternativas, destacam-se: - Arandos – a evidência disponível relativamente a utilização de sumo e produtos contendo arandos, não permite recomendar a sua utilização. Os dados são relativos a estudos pequenos com elevada taxa de resistências. - Probióticos – não parecem reduzir de forma estatisticamente significativa a recorrência de ITUs Discussão Na profilaxia da ITU recorrente não está estabelecida a antibioterapia mais indicada, é necessário considerar o padrão de resistências e a possibilidade de efeitos secundários . Deve ser feita uma anamnese cuidada para identificação de fatores de risco e serem instituídas alterações do estilo de vida numa fase inicial. Na utilização de antibioterapia deve ser considerada a sensibilidade das estirpes e a possibilidade do aparecimento de resistências antimicrobianas. www.up-to-date.com acedido em junho 2016 www.medscape.com acedido em junho/2016 Aydin A et all. Recurrent urinary tract infections in women, Int Urogynecol J. 2015 Jun;26(6):795-804. doi: 10.1007/s00192-014-2569-5. Epub 2014 Nov 20. Geerlings SE et alll, Prevention of recurrent urinary tract infections in women: antimicrobial and nonantimicrobial strategies. Infect Dis Clin North Am. 2014 Mar;28(1):135-47. doi: 10.1016/j.idc.2013.10.001. Epub 2013 Dec 7. Lichtenberger P, Hooton TM, Antimicrobial prophylaxis in women with recurrent urinary tract infections. Int J Bibliografia Antimicrob Agents 2011 Dec;38 Suppl:36-41. doi: 10.1016/j.ijantimicag.2011.09.005. Epub 2011 Nov 4. Schwenger EM, Tejani AM, Loewen PS, Probiotics for preventing urinary tract infections in adults and children. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Dec 23;(12):CD008772. doi: 10.1002/14651858.CD008772.pub2. Jepson RG, Williams G, Craig JC Cranberries for preventing urinary tract infections. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Oct 17;10:CD001321. doi:0.1002/14651858.CD001321.

Ana Mafalda Ventura 1 , Maria Paula Fernandes 2 1 Interna de Medicina Geral e Familiar USF Ramada, 2 Assistente Graduada de Medicina Geral e Familiar USF Ramada ana.mafalda.pv@hotmail.com Introdução e Objetivos A DPOC é atualmente a 4ª causa de morte a nível mundial e estima-se que passará a ser a 3ª em 2020. Nas guidelines GOLD 2017, a definição de DPOC passou a incluir fatores do hospedeiro. Tendo em conta a tendência crescente desta patologia na população atual e a importância dos fatores de risco na evolução da doença, optou-se por desenvolver o presente trabalho, com o objetivo de caracterizar a população de doentes codificados com o problema (R95 - ICPC2) Doença pulmonar obstrutiva crónica da USF. Metodologia Estudo observacional e transversal dos doentes codificados com DPOC de uma USF. Os dados foram recolhidos através do sistema mim@uf e tratados usando o Excel©, foram considerados os dados relativos ao ano de 2016. Amostra - doentes codificados com R95 (ICPC2) Doença pulmonar obstrutiva crónica da USF Ramada. Resultados No ano de 2016 existiam 301 doentes codificados com o problema (R95) Doença pulmonar obstrutiva crónica com uma prevalência de 1.7%. Destes doentes cerca de 60,1% são do género masculino, com idade mínima de 38 anos e máxima 93 anos, a média de idade é 64,5 anos. Quanto a comorbilidades 43 % apresentam HTA, 39 % Dislipidemia, 17% Diabetes Mellitus e 4% Fibrilhação/Flutter auricular. Número de Comorbilidades 10% 0% 40% 20% 30% 0 1 2 3 4 Total doentes DPOC total HTA DM FA/Flt Dislipid. 301 130 (43%) 51 (17%) 13 (4%) 118 (39%) Sexo masc. 181 (60,1%) 80 32 8 64 Sexo fem. 120 (39.9%) 50 19 5 42 Idade Media 64,5 69,6 68,8 71.3 65,9 Desv.Padrão 11,8 10,3 10,1 13.1 10,2 Fig 1. Representação gráfica do numero de comorbilidades associadas Fig .2 Representação gráfica doas caracteristicas da amostra por comorbilidade Discussão De acordo com a bibliografia a prevalência de DPOC é superior à identificada nesta USF, tal poderá a dever-se a codificação inferior à real. No que respeita à distribuição por género, a patologia é mais frequente no sexo masculino. Verifica-se frequentemente a existência de outras comorblidades, sendo que mais de metade dos doentes apresenta duas ou mais patologias concomitantemente. A HTA foi a comorbilidade mais frequentemente encontrada, o que confere com a bibliografia. Relativamente à fibrilhação auricular, de acordo com a bibliografia, é frequente e está diretamente relacionada com o FEV1, contudo a prevalência encontrada na USF é inferior à descrita. Bibliografia Global Strategy for the Diagnosis, Management and Prevention of COPD, Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) 2017. Available from: http://goldcopd.org.

Profilaxia da ITU recorrente<br />

Revisão da Literatura<br />

Ana Mafalda Ventura 1 , Carolina Ferreira 2 , Catarina Possidónio 3<br />

Internas de Medicina Geral e Familiar: 1 USF Ramada, 2 USF São Julião, 3 USF Carnide Quer<br />

ana.mafalda.pv@hotmail.com<br />

Introdução e Objetivos<br />

As infeções do trato urinário (ITU) são uma patologia frequente na mulher <strong>em</strong> idade fértil e estão associadas a morbilidade. As ITU<br />

recorrentes defin<strong>em</strong>-se como a presença de duas ou mais infeções <strong>em</strong> 6 meses ou mais de três episódios por ano. As infecções têm de ser<br />

documentados por urocultura. O objetivo desta revisão é definir as estratégias possíveis para estas situações.<br />

Metodologia<br />

Revisão da literatura realizada <strong>em</strong> Junho de 2016, com as palavras-chave recurrent urinary tract infection prevention women, nas bases de<br />

dados da Pubmed, Medscape e Up-to-Date.<br />

Resultados<br />

Na abordag<strong>em</strong> da ITU recorrente, estão disponíveis várias medidas (farmacológicas e não farmacológicas). No tratamento não farmacológico<br />

destacam-se as modificações do estilos de vida que, apesar de não ter<strong>em</strong> sido validadas <strong>em</strong> ensaios clínicos, dev<strong>em</strong> ser utilizadas na tentativa<br />

de diminuir a utilização dos antibióticos. Salientam-se o desincentivo do uso de espermicidas e diafragmas, o incentivo da micção pós-coital e<br />

o aumento da ingestão hídrica.<br />

Relativamente ao tratamento farmacológico com a antibioterapia profilática, foram feitos vários estudos com os antibióticos de toma<br />

contínua (Sulfametoxazol+Trimetoprim, Nitrofurantoina, Norfloxacina e Fosfomicina) e com os de toma intermitente<br />

(Sulfametoxazol+Trimetoprim/Trimetoprim, Nitrofurantoina, Cefalexina, Quinolonas).<br />

Concluiu-se que a utilização de antibioterapia diminuiu a recorrência durante a utilização, mas não parece diminuir as recorrências a longo<br />

prazo. Aumentou ainda os efeitos secundários (candidíase oral, vaginal e efeitos secundários gastrintestinais) e não pode ser negligenciado o<br />

facto de favorecer a <strong>em</strong>ergência de estirpes resistentes.<br />

Como estratégias alternativas, destacam-se:<br />

- Arandos – a evidência disponível relativamente a utilização de sumo e produtos contendo arandos, não permite recomendar a sua<br />

utilização. Os dados são relativos a estudos pequenos com elevada taxa de resistências.<br />

- Probióticos – não parec<strong>em</strong> reduzir de forma estatisticamente significativa a recorrência de ITUs<br />

Discussão<br />

Na profilaxia da ITU recorrente não está estabelecida a antibioterapia mais indicada, é necessário considerar o padrão de resistências e a<br />

possibilidade de efeitos secundários .<br />

Deve ser feita uma anamnese cuidada para identificação de fatores de risco e ser<strong>em</strong> instituídas alterações do estilo de vida numa fase inicial.<br />

Na utilização de antibioterapia deve ser considerada a sensibilidade das estirpes e a possibilidade do aparecimento de resistências<br />

antimicrobianas.<br />

www.up-to-date.com acedido <strong>em</strong> junho 2016<br />

www.medscape.com acedido <strong>em</strong> junho/2016<br />

Aydin A et all. Recurrent urinary tract infections in women, Int Urogynecol J. 2015 Jun;26(6):795-804. doi:<br />

10.1007/s00192-014-2569-5. Epub 2014 Nov 20.<br />

Geerlings SE et alll, Prevention of recurrent urinary tract infections in women: antimicrobial and nonantimicrobial<br />

strategies. Infect Dis Clin North Am. 2014 Mar;28(1):135-47. doi: 10.1016/j.idc.2013.10.001. Epub 2013 Dec 7.<br />

Lichtenberger P, Hooton TM, Antimicrobial prophylaxis in women with recurrent urinary tract infections. Int J<br />

Bibliografia<br />

Antimicrob Agents 2011 Dec;38 Suppl:36-41. doi: 10.1016/j.ijantimicag.2011.09.005. Epub 2011 Nov 4.<br />

Schwenger EM, Tejani AM, Loewen PS, Probiotics for preventing urinary tract infections in adults and children.<br />

Cochrane Database Syst Rev. 2015 Dec 23;(12):CD008772. doi: 10.1002/14651858.CD008772.pub2.<br />

Jepson RG, Williams G, Craig JC Cranberries for preventing urinary tract infections. Cochrane Database Syst<br />

Rev. 2012 Oct 17;10:CD001321. doi:0.1002/14651858.CD001321.

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