POSTERS - Update em medicina 2017 book 1
AVALIAÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE DE PRESCRIÇÃO DO MÉTODO CONTRACETIVO EM MULHERES FUMADORAS COM MAIS DE 35 ANOS Maria Lúcia Ramos 1 , Ivone Rodrigues 1 , Sofia Santos 1 , Filipa Bagulho 1 , Teresa Tomé 1 , Emília Nina 1 Filiações: 1- USF Celasaúde. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A toma de contracetivo hormonal combinado (CHC) em mulheres com mais de 35 anos aumenta o risco de eventos tromboembólicos, sendo por isso desaconselhada independentemente do grau de consumo tabágico, e contraindicada se consumo ≥ 15 cigarros por dia. Realizou-se este trabalho com o objetivo de determinar a prevalência de mulheres fumadoras com mais de 35 anos a fazer CHC, e aplicar medidas corretoras de forma a diminuir essa mesma prevalência. METODOLOGIA RESULTADOS • Tipo de estudo: Avaliação de qualidade. • Dimensão em estudo: Efetividade. • Tipo de dados: Resultado. • Unidade em estudo: Mulheres inscritas em uma Unidade de Saúde Familiar com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos, entre janeiro de 2014 e janeiro de 2016. • Critérios de inclusão: Mulheres entre os 35 e os 54 anos, com codificação (W11) e (W14), e registo de hábitos tabágicos. • Critérios de exclusão: Mulheres com registo de contracetivo à base de progestativos (W11 ou W12), com registo de esterilização (W13) ou uso de preservativo (incluídas no W14); mulheres sem registo de método contracetivo ou hábitos tabágicos atualizados há mais de 3 anos. • Profissionais abrangidos: Médicos. • Período de avaliação: 1ª avaliação: 5 de Janeiro de 2016; 2ª avaliação: 6 de Setembro de 2016. • Fonte de dados: MedicineOne® • Tipo de avaliação: Interna, interpares retrospetiva. • Critérios de avaliação: Foi definido como padrão/qualidade esperada: mulheres com mais de 35 anos a fazer CHC não fumam. • Primeira observação: Identificaram-se 2713 mulheres com idades entre 35 e 54 anos, sendo 381 fumadoras (14%). Excluiram-se 202 mulheres pelos critérios definidos na metodologia, sendo a amostra final constituída por 179 utentes com idade média de 41,8 anos. Destas, 69 mulheres (38,5%) usavam anel vaginal e 110 (61,4%) usavam CHC oral. • Medidas corretoras: Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2016, as utentes foram convocadas telefonicamente pelos investigadores, e ficaram com Consulta de Planeamento Familiar agendada para o seu Médico de Família (MF), de modo a lhe serem propostos métodos alternativos. As consultas decorreram até à data da segunda avaliação. • Segunda observação: Após a aplicação das medidas corretoras, houve uma diminuição do número de mulheres fumadoras a usar CHC de 179 para 165 (14 mulheres – 8% - alteraram método contracetivo). DISCUSSÃO Houve uma diminuição de 8% no número de mulheres fumadoras a fazer CHC. No entanto, as medidas corretoras adotadas não tiveram a efetividade pretendida. Tal pode ter ocorrido pelo facto de algumas mulheres não terem entendido a mensagem que lhes foi transmitida telefonicamente e, por sua vezes, não o conseguiram transmitir ao seu MF. Reconhece-se a necessidade de novas medidas interventivas potencialmente mais eficazes, nomeadamente a realização de sessão de apresentação dos resultados na reunião da USF, para que a intervenção seja mais assertiva. Não foram contabilizados o número de cigarros diários, e as mulheres que fumam 1 ou 2 cigarros por dia podem desvalorizar esse facto preferindo não mudar de método contracetivo. Outra medida interventiva passa por pela prevenção ao próprio tabagismo. CONCLUSÃO A diminuição conseguida através de intervenção no número de mulheres fumadoras a fazer CHC de 8% não deve ser menosprezada, conseguindo-se efectivamente diminuir o risco tromboembólico em 14 mulheres. Reconhece-se no entanto a necessidade de continuar a intervir.
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AVALIAÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE DE PRESCRIÇÃO DO<br />
MÉTODO CONTRACETIVO EM MULHERES FUMADORAS COM<br />
MAIS DE 35 ANOS<br />
Maria Lúcia Ramos 1 , Ivone Rodrigues 1 , Sofia Santos 1 , Filipa Bagulho 1 , Teresa Tomé 1 , Emília Nina 1<br />
Filiações: 1- USF Celasaúde.<br />
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS<br />
A toma de contracetivo hormonal combinado (CHC) <strong>em</strong> mulheres com mais de 35 anos aumenta o risco de eventos trombo<strong>em</strong>bólicos, sendo por isso<br />
desaconselhada independent<strong>em</strong>ente do grau de consumo tabágico, e contraindicada se consumo ≥ 15 cigarros por dia. Realizou-se este trabalho com o<br />
objetivo de determinar a prevalência de mulheres fumadoras com mais de 35 anos a fazer CHC, e aplicar medidas corretoras de forma a diminuir essa<br />
mesma prevalência.<br />
METODOLOGIA<br />
RESULTADOS<br />
• Tipo de estudo: Avaliação de qualidade.<br />
• Dimensão <strong>em</strong> estudo: Efetividade.<br />
• Tipo de dados: Resultado.<br />
• Unidade <strong>em</strong> estudo: Mulheres inscritas <strong>em</strong> uma Unidade de Saúde<br />
Familiar com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos, entre<br />
janeiro de 2014 e janeiro de 2016.<br />
• Critérios de inclusão: Mulheres entre os 35 e os 54 anos, com<br />
codificação (W11) e (W14), e registo de hábitos tabágicos.<br />
• Critérios de exclusão: Mulheres com registo de contracetivo à base<br />
de progestativos (W11 ou W12), com registo de esterilização (W13)<br />
ou uso de preservativo (incluídas no W14); mulheres s<strong>em</strong> registo de<br />
método contracetivo ou hábitos tabágicos atualizados há mais de 3<br />
anos.<br />
• Profissionais abrangidos: Médicos.<br />
• Período de avaliação: 1ª avaliação: 5 de Janeiro de 2016; 2ª<br />
avaliação: 6 de Set<strong>em</strong>bro de 2016.<br />
• Fonte de dados: MedicineOne®<br />
• Tipo de avaliação: Interna, interpares retrospetiva.<br />
• Critérios de avaliação: Foi definido como padrão/qualidade<br />
esperada: mulheres com mais de 35 anos a fazer CHC não fumam.<br />
• Primeira observação: Identificaram-se 2713 mulheres com idades<br />
entre 35 e 54 anos, sendo 381 fumadoras (14%). Excluiram-se 202<br />
mulheres pelos critérios definidos na metodologia, sendo a amostra<br />
final constituída por 179 utentes com idade média de 41,8 anos.<br />
Destas, 69 mulheres (38,5%) usavam anel vaginal e 110 (61,4%)<br />
usavam CHC oral.<br />
• Medidas corretoras: Durante os meses de janeiro e fevereiro de<br />
2016, as utentes foram convocadas telefonicamente pelos<br />
investigadores, e ficaram com Consulta de Planeamento Familiar<br />
agendada para o seu Médico de Família (MF), de modo a lhe ser<strong>em</strong><br />
propostos métodos alternativos. As consultas decorreram até à data<br />
da segunda avaliação.<br />
• Segunda observação: Após a aplicação das medidas corretoras,<br />
houve uma diminuição do número de mulheres fumadoras a usar<br />
CHC de 179 para 165 (14 mulheres – 8% - alteraram método<br />
contracetivo).<br />
DISCUSSÃO<br />
Houve uma diminuição de 8% no número de mulheres fumadoras a fazer CHC. No entanto, as medidas corretoras adotadas não tiveram a efetividade<br />
pretendida. Tal pode ter ocorrido pelo facto de algumas mulheres não ter<strong>em</strong> entendido a mensag<strong>em</strong> que lhes foi transmitida telefonicamente e, por sua<br />
vezes, não o conseguiram transmitir ao seu MF. Reconhece-se a necessidade de novas medidas interventivas potencialmente mais eficazes,<br />
nomeadamente a realização de sessão de apresentação dos resultados na reunião da USF, para que a intervenção seja mais assertiva. Não foram<br />
contabilizados o número de cigarros diários, e as mulheres que fumam 1 ou 2 cigarros por dia pod<strong>em</strong> desvalorizar esse facto preferindo não mudar de<br />
método contracetivo. Outra medida interventiva passa por pela prevenção ao próprio tabagismo.<br />
CONCLUSÃO<br />
A diminuição conseguida através de intervenção no número de mulheres fumadoras a fazer CHC de 8% não deve ser menosprezada, conseguindo-se<br />
efectivamente diminuir o risco trombo<strong>em</strong>bólico <strong>em</strong> 14 mulheres. Reconhece-se no entanto a necessidade de continuar a intervir.