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HTA grau 2<br />
Dados insuficientes<br />
Pré-HTA<br />
HTA grau 1<br />
Normal<br />
HTA grau 2<br />
Dados insuficientes<br />
Pré-HTA<br />
HTA grau 1<br />
Normal<br />
Normal<br />
HTA grau 1<br />
HTA grau 2<br />
Pré-HTA<br />
Dados insuficientes<br />
Normal<br />
Pré-HTA<br />
Normal<br />
Normal<br />
Uso de MAPA na USF Cova da Piedade:<br />
Experiência de três anos<br />
Lima, Marina 1 | Coelho, Cecília 1 | Rocha, Luísa 2<br />
1<br />
Interna de Formação Específica de MGF, USF Cova da Piedade - ACES Almada-Seixal | 2 Assistente de MGF, USF Cova da Piedade - ACES Almada-Seixal<br />
<strong>Update</strong> <strong>em</strong> Medicina <strong>2017</strong><br />
Contacto: marina_aml@hotmail.com<br />
Introdução e Objetivos<br />
A monitorização ambulatória de pressão arterial (MAPA) é uma ferramenta diagnóstica e terapêutica útil <strong>em</strong> doentes com hipertensão<br />
arterial (HTA). Encontra-se estabelecida como sendo mais preditiva de eventos cardiovasculares adversos do que a medição de pressão<br />
arterial (PA) convencional 1,2,3 . Pretendeu-se caracterizar a experiência no manejo de MAPA numa Unidade de Saúde Familiar, no que<br />
concerne às indicações para a sua realização, resultados obtidos e mudança de atitude terapêutica subsequente, de forma a compreender<br />
as repercussões do seu uso.<br />
Métodos<br />
Como? Estudo observacional, descritivo e retrospetivo. Onde? USF Cova da Piedade. Quando? Avaliação entre 1 de Janeiro de 2013 e 30<br />
de Nov<strong>em</strong>bro de 2016. Qu<strong>em</strong>? Todos os utentes que realizaram MAPA na USF no período compreendido, identificados por meio de base<br />
de dados informática de MAPA, consentimentos informados escritos e ficheiro de agendamento de colocação do dispositivo. O quê?<br />
Analisados os relatórios de todos os exames realizados e identificados os utentes a qu<strong>em</strong> estes pertenciam. Consulta dos processos<br />
clínicos (SClínico © ), obtendo informação sobre a indicação para a sua realização e encaminhamento terapêutico posterior. A informação<br />
impossível de obter pelos registos foi codificada como desconhecida. Para processamento estatístico dos dados foi utilizado o Microsoft<br />
Excel 2013 © .<br />
Resultados<br />
Avaliadas 154 MAPA. As idades encontravam-se entre os 19 e os 90 anos (média = 54.2 anos), com distribuição<br />
equivalente entre géneros (51.9% 48.1% ). Em 8% dos estudos obtiveram-se dados insuficientes para<br />
interpretação, principalmente devido a fuga na braçadeira.<br />
Gráfico 1 – Indicação de realização de<br />
MAPA<br />
Suspeita HTA<br />
mascarada<br />
Suspeita hipoTA<br />
ortostática<br />
Desconhecida<br />
Suspeita HTA<br />
bata branca<br />
Avaliação de<br />
controlo<br />
Diagnóstico<br />
48,7%<br />
1,3% 2,6% 3,2%<br />
3,9%<br />
40,3%<br />
As principais indicações<br />
de realização de MAPA<br />
foram: diagnóstico de<br />
HTA (48.7%), avaliação do<br />
controlo sob terapêutica<br />
(40.3%) e exclusão de<br />
suspeita de HTA de bata<br />
branca (3.9%). Em 3.2%<br />
dos casos não foi possível<br />
apurar o motivo de<br />
realização (Gráfico 1).<br />
Gráfico 2 - Padrão noturno de PA<br />
8%<br />
Dipper<br />
9%<br />
Não dipper<br />
38%<br />
11%<br />
Extr<strong>em</strong>e dipper<br />
Dados insuficientes<br />
Reverse Dipper<br />
34%<br />
Quanto ao padrão<br />
noturno de PA, 37.7%<br />
eram dipper e 33.8%<br />
não-dipper, com 7.8% a<br />
corresponder<strong>em</strong> a<br />
dipper invertidos.<br />
(Gráfico 2). Dos doentes<br />
com perfil não-dipper,<br />
42.3% tinham critérios<br />
de HTA grau 1 ou 2.<br />
5% 9% 16% 21% 48%<br />
A<br />
Gráfico 3 – Interpretação de resultado de MAPA por indicação de realização<br />
3% 10% 11%<br />
B<br />
35% 40% 17%<br />
83%<br />
Diagnóstico Av. de controlo Susp. HTA<br />
BB<br />
20% 20% 20%<br />
Desc.<br />
40%<br />
25%<br />
75%<br />
Susp.<br />
hipoTA<br />
orto<br />
100%<br />
Susp.<br />
HTA<br />
masc.<br />
Dos exames para diagnóstico, 48% apresentava valores normais de PA, enquanto 26.7%<br />
tinha critérios de HTA e 16% de pré-HTA. Na avaliação de controlo, 38% dos doentes não<br />
apresentava perfil tensional controlado. Na suspeita de HTA de bata branca, o<br />
diagnóstico foi confirmado apenas numa ocasião. Quanto à HTA mascarada, não foi<br />
confirmada <strong>em</strong> nenhum dos casos que motivaram suspeição (Gráfico 3).<br />
Gráfico 4 - Medidas aplicadas a doentes com HTA<br />
grau 1 ou 2 <strong>em</strong> MAPA<br />
Iniciou medicação<br />
Ajuste dose ou fármaco<br />
Manteve medicação prévia<br />
Cronoterapia<br />
Desconhecido<br />
Não voltou à consulta<br />
Alteração do estilo de vida<br />
Faleceu<br />
S<strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entação de medidas<br />
Ajuste terap. + Crono<br />
3<br />
2<br />
2<br />
1<br />
1<br />
1<br />
5<br />
8<br />
7<br />
20<br />
0 5 10 15 20 25<br />
Do total de 50 doentes com HTA grau 1 ou 2, 20 iniciaram<br />
terapêutica antihipertensora, 14 receberam ajustes na<br />
dose, fármaco e/ou no horário de toma (cronoterapia) e 7<br />
mantiveram o tratamento (Gráfico 4).<br />
Conclusões<br />
Quase metade dos doentes com critérios de HTA no consultório obtiveram valores normais de PA na MAPA. Mais de um terço dos casos<br />
apresentou um padrão de PA não-dipper, associado a pior prognóstico cardiovascular. Uma percentag<strong>em</strong> significativa dos hipertensos<br />
previamente diagnosticada, não apresentava perfil tensional controlado, mesmo sob terapêutica antihipertensora. A maioria dos doentes<br />
com HTA são seguidos <strong>em</strong> cuidados de saúde primários, pelo que a utilização de MAPA pode ser extraordinariamente importante para<br />
melhorar a qualidade e precisão do diagnóstico e seguimento.<br />
Referências Bibliográficas: 1) Sierra C, De la Sierra A, Sobrino J, et al.. Monitorización ambulatoria de la presión arterial (MAPA): características clínicas de 31,530 pacientes. Med Clin (Barc) 2007; 129(1):1-5 2)<br />
O’Brien E, Coats A, Owens P, et al. Use and interpretation of ambulatory blood pressure monitoring: recommendations of the British Hypertension Society. BMJ 2000;Vol. 320: 1128-1133. 3) O’Brien E, Parati G,<br />
Stergiou G. Ambulatory Blood Pressure Measur<strong>em</strong>ent – What is the International Consensus? Hypertension 2013; 62:988-994.