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POSTERS - Update em medicina 2017 book 1

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Sara Oliveira Nunes, Carla Gouveia<br />

USF LoureSaudável – ACES Loures-Odivelas<br />

A doença arterial periférica t<strong>em</strong> como fatores de risco: idade, diabetes, tabaco, tabagismo, hipertensão, dislipidémia, hiper-homocisteinémia e doença<br />

aterosclerótica prévia: coronária, carotídea ou renal. 1,2 Alguns destes são potencialmente controláveis com medidas farmacológicas e não farmacológicas.<br />

Considera-se a amputação habitualmente <strong>em</strong> situações de: necrose significativa de partes de apoio do pé, contratura incorrigível, paresia da extr<strong>em</strong>idade, dor<br />

isquémica refratária, sepsis e <strong>em</strong> situações de esperança de vida limitada. 1<br />

A d<strong>em</strong>ência corresponde a um declínio da m<strong>em</strong>ória associado a outra alteração na função cognitiva (afasia, apraxia, agnosia ou alteração da função executiva)<br />

com duração superior a 6 meses. Dev<strong>em</strong> ser s<strong>em</strong>pre excluídas outras possíveis causas: médicas, neurológicas e psiquiátricas, fazendo o diagnóstico diferencial<br />

<strong>em</strong> relação a uma situação de delirium. 3<br />

Maio 2014<br />

Renovação da carta<br />

de condução<br />

1ª ida à urgência<br />

31/5/2015<br />

• Febre (38.4ºC)<br />

• Prostração<br />

• Úlceras dos MI com sinais<br />

inflamatórios<br />

• Analiticamente:<br />

leucopénia 3.300/µL e PCR<br />

19,71 mg/dL<br />

• Alta com amoxicilina +<br />

ácido clavulânico 850 mg<br />

+ 125 mg 12/12h durante<br />

8 dias<br />

Identificação<br />

• Sexo f<strong>em</strong>inino<br />

• 82 anos<br />

• Vive sozinha com o apoio dos filhos<br />

• Autónoma nas atividades de vida diária<br />

2ª ida à urgência<br />

3/6/2015<br />

• Por agravamento de sintomas<br />

• Alteração do estado de<br />

consciência (Glasgow Coma<br />

Scale 14 <strong>em</strong> 15)<br />

• T: 39ºC ; PA 99/50 mmHg<br />

• Analíticamente: PCR 19,80<br />

mg/dL, Cr 1,70 mg/dL, Na2+<br />

121 mg/dL<br />

• Internada com sepsis e<br />

insuficiência renal aguda -><br />

ceftriaxone e doxiciclina<br />

• Assumido o diagnóstico<br />

de d<strong>em</strong>ência<br />

Enquadramento<br />

Descrição do caso<br />

• Capacidade cognitiva perfeitamente conservada<br />

Outubro 2014<br />

Úlcera maleolar direita<br />

Realização de pensos no CS<br />

Outubro 2014<br />

Infeção da úlcera<br />

Tratamento com flucloxacilina<br />

Atualmente<br />

• Autónoma, com apoio de uma<br />

<strong>em</strong>pregada doméstica<br />

• S<strong>em</strong> lesões de doença arterial<br />

periférica<br />

• S<strong>em</strong> sinais de d<strong>em</strong>ência<br />

• Muito contente com o aspeto das<br />

pernas<br />

• O filho reflete sobre a decisão,<br />

receava um impacto psicológico<br />

com a amputação<br />

• Refere que gostaria de ter tido mais<br />

informação<br />

Discussão<br />

Outubro-Dez<strong>em</strong>bro<br />

Realização de pensos no CS<br />

Internamento<br />

3 a 25/6/2015<br />

• Diagnóstico presumido de d<strong>em</strong>ência<br />

• Melhoria clínica e laboratorial<br />

• Doppler arterial dos MI: doença<br />

arterial obliterativa multisegmentar<br />

com maior envolvimento no<br />

segmento f<strong>em</strong>oro-popliteu e tíbioperoneal<br />

bilateral.<br />

• Decidida a realização de<br />

amputação bilateral pela<br />

Cirurgia Vascular<br />

Probl<strong>em</strong>as de saúde<br />

• Hipertensão arterial<br />

• Dislipidémia<br />

• Diabetes Mellitus tipo 2<br />

• Insuficiência venosa<br />

• Claudicação intermitente<br />

Dez<strong>em</strong>bro- Maio 2015<br />

Ausência de cicatrização<br />

Abandono do tratamento no CS<br />

Realização de pensos no privado<br />

Pouca troca de informação entre<br />

enfermag<strong>em</strong> e Médico de Família<br />

Recusa familiar<br />

• Recusa da<br />

amputação pela<br />

família<br />

• Alta contra parecer<br />

médico<br />

• Transferência para lar<br />

• Tratamento das feridas<br />

com realização de<br />

pensos<br />

2 meses depois<br />

Convocatória pela Cirurgia Vascular<br />

15/8 a 23/12/2015<br />

• MID- necrose seca do calcanhar e do bordo<br />

externo do pé<br />

• MIE-ulceração extensa do dorso do pé com<br />

infeção e exposição tendinosa, necrose seca<br />

do calcanhar<br />

• Decidida a estratégia de revascularização<br />

• Submetida a Bypass f<strong>em</strong>oro-popliteu<br />

infragenicular com veia safena interna<br />

homolateral invertida bilateralmente<br />

• Cicatrização completa das úlceras <strong>em</strong><br />

3 meses.<br />

Este é um caso com um bom desfecho e que t<strong>em</strong> como objetivo salientar a importância:<br />

• do controle dos fatores de risco da doença arterial periférica<br />

• da articulação entre profissionais nos cuidados de saúde primários, entre a equipa de enfermag<strong>em</strong> e o médico de família com a comunicação do facto que<br />

a úlcera não estava a cicatrizar com os tratamentos realizados no centro de saúde (poderiam ter sido utilizados outros recursos diagnósticos/terapêuticos)<br />

• da articulação entre os profissionais dos cuidados de saúde primários e secundários, uma vez que o médico de família conhece a doente e poderia ter<br />

ajudado na realização do diagnóstico diferencial de d<strong>em</strong>ência vs delirium<br />

• das implicações no prognóstico de um diagnóstico diferencial adequado <strong>em</strong> situações de alterações do estado de consciência.<br />

Referencias bibliográficas<br />

1.Eric H Yang, Peripheral Artery Disease (PAD) Guidelines, Dec 31, 2015<br />

2. Hirsch AT, Haskal ZJ, Hertzer NR, et al. ACC/AHA 2005 Practice Guidelines for the manag<strong>em</strong>ent of patients with peripheral arterial disease (lower extr<strong>em</strong>ity, renal, mesenteric, and abdominal aortic): a collaborative report from the American Association for Vascular Surgery/Society for Vascular Surgery, Society for<br />

Cardiovascular Angiography and Interventions, Society for Vascular Medicine and Biology, Society of Interventional Radiology, and the ACC/AHA Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Develop Guidelines for the... Circulation. 2006 Mar 21. 113 (11):e463-654.<br />

3. http://<strong>em</strong>edicine.medscape.com/article/318521-overview#a7

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