POSTERS - Update em medicina 2017 book 1

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ENQUADRAMENTO Na osulta pogaada de Diaetes, A. efee ue eoeu à Cosulta de Cadiologia po do tóia, ealizou itigafia ad́aa ue evelou alteã̧es opáveis o Bloueio Copleto do Rao Esuedo BCRE e foi ediada o ãido Aetilsalílio g. Dor psiossoátia ou dor toráia? A propósito de u aso líio Maria Inês Oliveira (IFE MGF - USF Lagoa) Maria Antónia Araújo (Assistente MGF – USF Lagoa) A dor torácica é um sintoma muito comum, sendo um motivo frequente de consulta médica. No entanto, aproximadamente 10-15% dos doentes com dor torácica, clinicamente semelhante à dor anginosa e suficientemente grave para ser investigada, não apresentam etiologia cardíaca 1 . As causas mais frequentes de dor torácica não cardíaca englobam as patologias do foro gastrointestinal, pulmonar, músculo-esquelético, infecioso e psicológico 2 . De facto, a ansiedade constitui um diagnóstico diferencial importante, estimando-se que uma em cada 4 pessoas durante um ataque de pânico apresente dor torácica 3 . O objetivo inicial do Médico de Família é determinar se o paciente necessita de ser encaminhado para realizar exames complementares de diagnóstico. Contudo, diferenciar causas isquémicas de não isquémicas por vezes é um desafio, visto a dor torácica com etiologia isquémica muitas vezes corresponder a um exame objetivo aparentemente normal. Assim, é fundamental que na abordagem diagnóstica inicial de uma dor torácica a etiologia cardíaca seja sempre considerada 4 . DESCRIÇÃO DO CASO DISCUSSÃO • A., géeo feiio, aos, ogitivaete ́tega, efoada, viúva e filho faleido po aidete. • Iseida ua fália uit́ia. • Ateedetes Pessoais: DM o isuliotatada, HTA, Dislipideia, Hipotioidiso, Depesso luto patológio; seguida apeas a Cosulta Extea de Cadiologia. • Ateedetes iúgios e failiaes ielevates. • Media̧o Haitual: Atovastatia g, Lisiopil g, Esitalopa g, Levotioxia .g, )olpide g, Lasopazol g. Julho Agosto 2016 “eteo Novembro 2016 Na consulta aberta da USF, A. refere ter estado com a TA elevada, tendo sido observada pelo seu Cardiologista, mas não fez nenhum exame complementar. Na Consulta de Cardiologia, A. mantinha as queixas de dor torácica. Fez ECG, cintigrafia com prova farmacológica e cateterismo cardíaco que concluíram que todas as alterações poderiam estar relacionadas com o BCRE, sem evidência de isquemia significativa. Na osulta aeta da U“F, A. apesetava do etoesteal e asteia. “e fee, dispeia ou siilia. Refeiu te tido osulta pivada o doílio po estas ueixas e foa osideadas psiossótias. Embora o exame objectivo estivesse normal, a Médica de Família enviou a utente ao Serviço de Urgência para fazer uma Radiografia ao Tórax e averiguar a situação clínica Fig. : RX tóax SERVIÇO DE URGÊNCIA – 14.11.2016 Fig. 2: AngioTC Tórax - Radiografia tórax: aueto do ́die adiotóio, lia de derrae ilateral? - AgioTC Tórax: Pesȩa de derrae pleural ilateral. Visualiza-se ateletasia e aos os loos ifeioes, po pov́vel efeito opessivo do deae pleual. Pesȩa de disetas desifiã̧es supleuais o loo édio, povavelete taé atelet́sias. Após ivestiga̧o, foi assuido uado de Isufiiêia Cardíaa ão ediada, de etiologia o eslaeida, o derrae pleural ilateral. DM2 – diabetes mellitus tipo 2; HTA – hipertensão arterial; USF – unidade de saúde familiar; TA – tensão arterial; ECG – eletrocardiograma; RX – radiografia; TC – tomografia computorizada; MF – médico de família A psicossomatização pode ser responsável pela etiologia de uma dor torácica. Embora o MF estabeleça um acompanhamento longitudinal e biopsicossocial com os seus utentes, por vezes pode ser difícil determinar se uma dor torácica corresponde a um quadro de ansiedade ou se deriva de patologia orgânica. Assim, este caso clínico pretende realçar que a Medicina não é linear, sendo fundamental que o clínico valorize sempre todas as queixas dos seus pacientes. 1.McConaghy JR, Outpatient Diagnosis of Acute Chest Pain in Adults. Am Fam Physician. 2013 Feb 1;87(3):177-182; 2. Bösner S, Becker A, Hani MA, et al. Chest wall syndrome in primary care patients with chest pain: presentation, associated features and diagno- sis. Fam Pract. 2010;27(4):363-369; 3. Huffman JC, Pollack MH, Stern TA. Panic disorder and chest pain: mechanisms, morbidity, and management. Prim Care Companion J Clin Psychiatry. 2002;4(2):54-62; 4. Kontos MC, Diercks DB, Kirk JD. Emergency department and office- based evaluation of patients with chest pain. Mayo Clin Proc. 2010; 85(3):284-299.

Priscila Araújo; Raquel Parreira; Paula Atalaia | USF do Parque, ACES Lisboa Norte | apasa2@gmail.com E n q u a d r a m e n t o As adenopatias são achados frequentes do exame objetivo. A etiologia pode ser devida a situações benignas, bem como a doenças linfoproliferativas, infeções sistémicas ou metástases. Apenas 1% das adenopatias nos cuidados de saúde primários são de etiologia neoplásica maligna. Com este caso pretende-se mostrar a imprevisível manifestação intermitente de adenopatias ao longo de anos, e a necessidade de as valorizar perante a suspeita. Identificação: - ♀, 69 anos, Caucasiana; - Reformada, ex-contabilista; - Hobby: toca cavaquinho; - Casada, 2 filhos, Fase VIII Ciclo de Duvall. D e s c r i ç ã o d o c a s o Antecedentes Pessoais: - Perturbação Depressiva. Medicação habitual: Sertralina 100mg/dia. - Tuberculose ganglionar cervical direita em 2008 9 meses de tuberculostáticos. Antecedentes Familiares: Irmão gémeo falecido aos 46 anos por “cancro na medula óssea” (sic). Nódulos na base do pescoço à direita, sem outra sintomatologia. 2 0 1 4 Adenomegálias cervicais e supra-claviculares direitas, duras, 1x1cm, imóveis, não dolorosas. Sem outras adenomegálias. Sem alterações da cabeça e pescoço, tórax ou abdómen. Mamografia recente sem alterações. Tuberculose ganglionar? / Doença linfoproliferativa? / Metástases? Análises (hemograma, PCR, VS, provas hepáticas, renais, proteinograma, LDH): normais. Ecografia abdominal: normal. Rx Tórax: normal. Citologia aspirativa do gânglio: Linfócitos em vários estadios de maturação com grande sobreposição de células dificultando a interpretação, sugerindo-se a excisão do gânglio para exame histológico. Regressão Espontânea das Adenomegálias Adenomegálias não palpáveis TAC: “gânglios sem critérios de suspeição” 2 0 1 6 Edema do membro superior esquerdo. Adenomegálias supraclaviculares esquerdas, 2cmx3cm, duras, imóveis, não dolorosas. Sem outras adenomegálias. Palpação mamária e abdominal sem alterações. Mamografia recente normal. Tuberculose ganglionar? / Doença linfoproliferativa? / Metástases mama, pulmão ou abdómen? Análises (hemograma, PCR, VS, provas hepáticas, renais, proteinograma, LDH) : normais. TAC toraco-abdomino-pélvica: Adenomegália supra-clavicular esquerda 35x23mm e axilar esquerda de 37x26mm com compressão da veia subclávia esquerda. Citologia aspirativa do gânglio: positiva para células neoplásicas. Biópsia excisional do gânglio: LINFOMA NÃO-HODGKIN FOLICULAR Consulta hematologia C o n c l u s ã o O linfoma folicular é indolente, podendo apresentar-se com adenopatias que aparecem e regridem espontaneamente durante anos, o que se verificou neste caso. Portanto, perante a suspeita devemos investigar, sendo a biópsia excisional do gânglio o exame de eleição. B i b l i o g r a f i a UpToDate: “Clinical manifestations, pathologic features, diagnosis, and prognosis of folicular lymphoma”; Dennis L. Kasper, Eugene Braunwald, Anthony S. Fauci, Stephen L. Hauser, et al. Harrison's Principles of Internal Medicine. Ed. Mcgraw-hill. 17th Edition, 2008

ENQUADRAMENTO<br />

Na osulta pogaada de<br />

Diaetes, A. efee ue<br />

eoeu à Cosulta de<br />

Cadiologia po do tóia,<br />

ealizou itigafia ad́aa<br />

ue evelou alteã̧es<br />

opáveis o Bloueio<br />

Copleto do Rao Esuedo<br />

BCRE e foi ediada o<br />

ãido Aetilsalílio g.<br />

Dor psiossoátia ou dor toráia?<br />

A propósito de u aso líio<br />

Maria Inês Oliveira (IFE MGF - USF Lagoa)<br />

Maria Antónia Araújo (Assistente MGF – USF Lagoa)<br />

A dor torácica é um sintoma muito comum, sendo um motivo frequente de consulta médica. No entanto, aproximadamente<br />

10-15% dos doentes com dor torácica, clinicamente s<strong>em</strong>elhante à dor anginosa e suficient<strong>em</strong>ente grave para ser investigada,<br />

não apresentam etiologia cardíaca 1 . As causas mais frequentes de dor torácica não cardíaca englobam as patologias do foro<br />

gastrointestinal, pulmonar, músculo-esquelético, infecioso e psicológico 2 . De facto, a ansiedade constitui um diagnóstico<br />

diferencial importante, estimando-se que uma <strong>em</strong> cada 4 pessoas durante um ataque de pânico apresente dor torácica 3 .<br />

O objetivo inicial do Médico de Família é determinar se o paciente necessita de ser encaminhado para realizar exames<br />

compl<strong>em</strong>entares de diagnóstico. Contudo, diferenciar causas isquémicas de não isquémicas por vezes é um desafio, visto a<br />

dor torácica com etiologia isquémica muitas vezes corresponder a um exame objetivo aparent<strong>em</strong>ente normal. Assim, é<br />

fundamental que na abordag<strong>em</strong> diagnóstica inicial de uma dor torácica a etiologia cardíaca seja s<strong>em</strong>pre considerada 4 .<br />

DESCRIÇÃO DO CASO<br />

DISCUSSÃO<br />

• A., géeo feiio, aos, ogitivaete ́tega, efoada, viúva e filho faleido po aidete.<br />

• Iseida ua fália uit́ia.<br />

• Ateedetes Pessoais: DM o isuliotatada, HTA, Dislipideia, Hipotioidiso, Depesso luto<br />

patológio; seguida apeas a Cosulta Extea de Cadiologia.<br />

• Ateedetes iúgios e failiaes ielevates.<br />

• Media̧o Haitual: Atovastatia g, Lisiopil g, Esitalopa g, Levotioxia .g,<br />

)olpide g, Lasopazol g.<br />

Julho Agosto 2016 “eteo Nov<strong>em</strong>bro 2016<br />

Na consulta aberta da<br />

USF, A. refere ter<br />

estado com a TA<br />

elevada, tendo sido<br />

observada pelo seu<br />

Cardiologista, mas não<br />

fez nenhum exame<br />

compl<strong>em</strong>entar.<br />

Na Consulta de Cardiologia, A.<br />

mantinha as queixas de dor<br />

torácica. Fez ECG, cintigrafia<br />

com prova farmacológica e<br />

cateterismo cardíaco que<br />

concluíram que todas as<br />

alterações poderiam estar<br />

relacionadas com o BCRE, s<strong>em</strong><br />

evidência de isqu<strong>em</strong>ia<br />

significativa.<br />

Na osulta aeta da U“F,<br />

A. apesetava do<br />

etoesteal e asteia.<br />

“e fee, dispeia ou<br />

siilia. Refeiu te tido<br />

osulta pivada o<br />

doílio po estas ueixas<br />

e foa osideadas<br />

psiossótias.<br />

Embora o exame objectivo estivesse normal, a Médica de Família enviou a utente ao Serviço de Urgência para<br />

fazer uma Radiografia ao Tórax e averiguar a situação clínica<br />

Fig. : RX tóax<br />

SERVIÇO DE URGÊNCIA – 14.11.2016<br />

Fig. 2: AngioTC Tórax<br />

- Radiografia tórax: aueto do ́die adiotóio,<br />

lia de derrae ilateral?<br />

- AgioTC Tórax: Pesȩa de derrae pleural ilateral.<br />

Visualiza-se ateletasia e aos os loos ifeioes,<br />

po pov́vel efeito opessivo do deae pleual.<br />

Pesȩa de disetas desifiã̧es supleuais o loo<br />

édio, povavelete taé atelet́sias.<br />

Após ivestiga̧o, foi assuido uado de Isufiiêia<br />

Cardíaa ão ediada, de etiologia o eslaeida,<br />

o derrae pleural ilateral.<br />

DM2 – diabetes mellitus tipo 2; HTA – hipertensão arterial; USF – unidade de saúde familiar; TA – tensão arterial; ECG – eletrocardiograma; RX – radiografia; TC – tomografia computorizada; MF – médico de família<br />

A psicossomatização pode ser responsável pela etiologia de uma dor torácica. Embora o MF estabeleça um<br />

acompanhamento longitudinal e biopsicossocial com os seus utentes, por vezes pode ser difícil determinar se uma dor<br />

torácica corresponde a um quadro de ansiedade ou se deriva de patologia orgânica. Assim, este caso clínico pretende realçar<br />

que a Medicina não é linear, sendo fundamental que o clínico valorize s<strong>em</strong>pre todas as queixas dos seus pacientes.<br />

1.McConaghy JR, Outpatient Diagnosis of Acute Chest Pain in Adults. Am Fam Physician. 2013 Feb 1;87(3):177-182; 2. Bösner S, Becker A, Hani MA, et al. Chest wall syndrome in primary care patients with chest pain: presentation, associated<br />

features and diagno- sis. Fam Pract. 2010;27(4):363-369; 3. Huffman JC, Pollack MH, Stern TA. Panic disorder and chest pain: mechanisms, morbidity, and manag<strong>em</strong>ent. Prim Care Companion J Clin Psychiatry. 2002;4(2):54-62; 4. Kontos MC,<br />

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