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A epigastralgia do Carcinoma Gástrico... Rita Oliveira 1, Ana Lima 2 , Sara Rocha 3 , Diana Ferreira 4 , Ana Cunha 5 Interna da UCSP Chaves IB 1,3,4 Internas UCSP S. Neutel 2,5 INTRODUÇÃO O cancro gástrico é o 4º cancro mais frequente a nível mundial e continua a representar uma das piores sobrevivências aos 5 anos para doença oncológica. Em alguns países, caso de Portugal, existem variações regionais que enfatizam as diferenças nos fatores físicos, biológicos, sociais e ambientais envolvidos na patogénese do cancro gástrico, como o que se verifica no interior do país. CASO CLÍNICO SC, 67 anos, masculino, raça caucasiana, agricultor, residente em Chaves. Antecedentes de alimentação predominantemente à base de enchidos, dislipidemia, hipertensão arterial, doença pulmonar crónica, obesidade, fumador ( 20 UMA), abuso de álcool ( 392 gr/semana). História de epigastralgia, azia, vômitos há um mês. Foi submetido a endoscopia digestiva alta (EDA) que evidenciou lesão ulcerada gástrica, que foi biopsiada e teve como resultado carcinoma mal diferenciado, pouco coeso, intramucoso. Na ocasião do diagnóstico, foi orientado para cirurgia para estadiamento e tratamento. DISCUSSÃO O desenvolvimento de cancro gástrico é um processo complexo. Após o diagnóstico é necessário o TAC para estadiamento da doença e planear a estratégia terapêutica. O tipo mais comum é o intestinal, bem diferenciado. A progressão clássica é despertada pela exposição ambiental. Envolve fatores ambientais, a suscetibilidade do hospedeiro e infeção bacteriana ou vírica O tipo difuso (70%) acomete igualmente ambos os sexos, com idade média nos 50 anos. Tende a ter disseminação linfática e por contiguidade. O cancro gástrico tem como sintomas mais comuns a perda de peso e a dor abdominal. Não apresenta relação nítida com gastrite crónica e metaplasia intestinal. É formado por células isoladas, com tendência a produzir e acumular muco intracelular. Os fatores de risco incluem: sexo masculino, história familiar, alimentos fumados, dietas ricas em sal e nitratos… As metástases são mais comuns no fígado, pâncreas, esôfago e para linfonodos. Atingimento ósseo e pulmonar ocorrem tardiamente. CONCLUSÃO O diagnóstico atempado, face à agressividade e à rápida disseminação da neoplasia, tornam este caso de cancro gástrico bastante interessante dada a atipia e chamada de atenção para situações semelhantes. Bibliografia: Gastric Adenocarcinoma, Review and Considerations for Future Direction, Ann Surg. 2005 Jan; 241(1): 27–39// Elwyn C Cabebe, Gastric Cancer, Updated: Jan 04, 2017//https://www.cancer.org/cancer/stomach-cancer.html

Um sintoma comum e uma patologia rara… Enquadramento Ribeiro Carla 1 . Pinto Virgílio 2 . 1 Interna de Medicina Geral e Familiar. USF La SaleBe. ACES Entre Douro e Vouga II 2 Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar. USF La SaleBe. ACES Entre Douro e Vouga II A Síndrome do Roubo da Subclávia (SRS) ocorre devido a inversão do fluxo sanguíneo da artéria vertebral ipsilateral, decorrente de uma estenose proximal à sua origem, geralmente uma oclusão da artéria subclávia. É uma doença rara, presente em aproximadamente 6% dos doentes assintomáEcos com sopros cervicais. Os sintomas comuns são tonturas, síncopes e distúrbios visuais, sendo precipitada por exercícios que envolvem os membros superiores. O Ecodoppler dos vasos do pescoço é úEl na análise da artéria vertebral. A combinação da angioplasEa transluminal percutânea (PTA) com Stents, tem sido, atualmente, o tratamento de escolha dos casos sintomáEcos. Caso esta não seja possível, existe o tratamento cirúrgico. Caso Clínico IdenJficação: A.L.R., sexo masculino, 62 anos, casado, bancário. Antecedentes pessoais: Ex-fumador (25 UMA); DAPhá 12 anos; DRGE. Antecedentes familiares: Pai – EAM aos 74 anos; Mãe – AVC aos 74 anos; Irmã – faleceu aos 42 anos po neoplasia gástrica. Medicação: Ácido aceElsalicílico 100mg (1 id); Pentoxifilina 400mg (1 id); AtorvastaEna 10mg (1 id); Candesartan + HidrocloroEazida 8mg + 12,5mg (1 id); Esomeprazol 20mg (1 id). Avaliação familiar: Família nuclear, Fase VI do ciclo familiar de Duvall, Classe média de Graffar. Maio 2013 Soap: o VERTIGENS/TONTURAS (N17) – Desequilííbrio com 6 meses de evolução + DESMAIO/SÍNCOPE (A06) – Síncope (1 episódio) sOap: o Diferença tensional braço direito-esquerdo superior a 20mmHg. TA braço direito: 159/101mmHG; TA braço esquerdo: 127/81mmHg o AC: s1 e s2 + e rítmicos, sem sopros audíveis o AP: MV + e rítmico, sem ruídos advenvcios audíveis o Ligeiro sopro cervical à esquerda soAp: o VERTIGENS/TONTURAS (N17) o DESMAIO/SÍNCOPE (A06) soaP: o ANÁLISES DE SANGUE (A34) + TRAÇADOS ELÉCTRICOS (K42) + RADIOLOGIA/IMAGIOLOGIA DIAGNÓSTICA (Rx Tórax) (K41) + OUTROS PROCEDIMENTOSDE DIAGNÓSTICO (Holter + Ecocardiograma + Ecodoppler carovdeo) (K43) Maio 2014 Consulta Externa Cardiologia Discussão Julho 2013 AngioTAC: ü Oclusão completa da artéria subclávia esquerda com lúmen distal patente ü Placa ulcerada na caróEda comum esquerda, sem condicionar obstrução significaEva Cirurgia Vascular ü AngioplasJa transluminal percutânea com tentaEva de ultrapassar a oclusão da artéria subclávia esquerda, sem sucesso ü Tratamento cirúrgico com bypass caroRdeo-subclávio esquerdo com prótese de PTFE Soap: o RESULTADO DAS ANÁLISES/PROCEDIMENTOS (A60) sOap: o Mantém diferença tensional entre o braço direito e esquerdo. o Ecodoppler caroRdeo (08-7-3013): presença de espessamento do complexo ínEma-média associado a placas ateramatosas em ambas as bifurcações carovdeas e aspetos imagiológicos compavveis com inversão do fluxo na artéria vertebral esquerda – Síndrome do Roubo da Subclávia (?). o Restantes exames sem alterações. soAp: o OUTRAS DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO (K99) – Síndrome do Roubo da Subclávia (?) soaP: ACREDENCIAIS PARA MÉDICO/ESPECIALISTA/CLÍNICA/ HOSPITAL – Cardiologia Neste caso, como fatores predisponentes para a patologia, encontrava-se o tabagismo e a aterosclerose. Deve-se suspeitar de uma SRS em pacientes que manifestem sintomas de insuficiência arterial vértebro-basilar e que apresentem diferença da pressão arterial sistólica de, pelo menos, 20mmHg entre os dois braços, associado a um sopro na área supraclavicular do lado afetado. Assim, este caso demonstrou a necessidade de excluir todos os diagnósEcos diferenciais de síncope e a importância em medir a tensão arterial em ambos os braços, assim como, um diagnósEco precoce, uma vez que o tratamento cirúrgico atempado reduz o risco de morbimortalidade. Bibliografia: 1 – Peter C SpiRell, John F Eidt, Joseph L Mills, Kathryn A Collins. Subclavian steal syndrome. Employee of UpToDate, Inc. Jul 15, 2014. 2 – Passos MD, Alves LM. Síndrome do Roubo da Subclávia. Rev Bras Ecocardiogr Imagem Cardiovasc. 2012;25(4):298-301. 3- Granito S, Azevedo I, Jardim M, Andrade JL, Lélis M, Chaves A, Brazão ML.Aterosclerose – a propósito do fenómeno de roubo da subclávia. Revista do Serviço de Medicina Interna do Hospital Central do Funchal. 2011;18(1). 4 – Pedro LM. Prevenção secundária com estaEnas na patologia arterial periférica ateroscleróEca. Rev Port Cardiol. 2011;30(7-8):665-673. 5 – Gaziano TA, Gaziano JM. Epidemiology of cardiovascular disease. In Kasper Braunwald, Fauci, Hauser, Longo, Jameson: Harrison’s Principles of Internal Medicine, 17th ediEon. Mc Graw Hill 2008:1375-1379.

Um sintoma comum e uma patologia rara…<br />

Enquadramento<br />

Ribeiro Carla 1 . Pinto Virgílio 2 .<br />

1<br />

Interna de Medicina Geral e Familiar. USF La SaleBe. ACES Entre Douro e Vouga II<br />

2<br />

Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar. USF La SaleBe. ACES Entre Douro e Vouga II<br />

A Síndrome do Roubo da Subclávia (SRS) ocorre devido a inversão do fluxo sanguíneo da artéria vertebral ipsilateral, decorrente de<br />

uma estenose proximal à sua orig<strong>em</strong>, geralmente uma oclusão da artéria subclávia. É uma doença rara, presente <strong>em</strong><br />

aproximadamente 6% dos doentes assintomáEcos com sopros cervicais. Os sintomas comuns são tonturas, síncopes e distúrbios<br />

visuais, sendo precipitada por exercícios que envolv<strong>em</strong> os m<strong>em</strong>bros superiores. O Ecodoppler dos vasos do pescoço é úEl na análise da<br />

artéria vertebral. A combinação da angioplasEa transluminal percutânea (PTA) com Stents, t<strong>em</strong> sido, atualmente, o tratamento de<br />

escolha dos casos sintomáEcos. Caso esta não seja possível, existe o tratamento cirúrgico.<br />

Caso Clínico<br />

IdenJficação: A.L.R., sexo masculino, 62 anos, casado, bancário.<br />

Antecedentes pessoais: Ex-fumador (25 UMA); DAPhá 12 anos; DRGE. Antecedentes familiares: Pai – EAM aos 74 anos; Mãe – AVC<br />

aos 74 anos; Irmã – faleceu aos 42 anos po neoplasia gástrica. Medicação: Ácido aceElsalicílico 100mg (1 id); Pentoxifilina 400mg (1<br />

id); AtorvastaEna 10mg (1 id); Candesartan + HidrocloroEazida 8mg + 12,5mg (1 id); Esomeprazol 20mg (1 id).<br />

Avaliação familiar: Família nuclear, Fase VI do ciclo familiar de Duvall, Classe média de Graffar.<br />

Maio 2013<br />

Soap:<br />

o VERTIGENS/TONTURAS (N17) – Desequilííbrio com 6<br />

meses de evolução + DESMAIO/SÍNCOPE (A06) –<br />

Síncope (1 episódio)<br />

sOap:<br />

o Diferença tensional braço direito-esquerdo superior a<br />

20mmHg. TA braço direito: 159/101mmHG; TA braço<br />

esquerdo: 127/81mmHg<br />

o AC: s1 e s2 + e rítmicos, s<strong>em</strong> sopros audíveis<br />

o AP: MV + e rítmico, s<strong>em</strong> ruídos advenvcios audíveis<br />

o Ligeiro sopro cervical à esquerda<br />

soAp:<br />

o VERTIGENS/TONTURAS (N17)<br />

o DESMAIO/SÍNCOPE (A06)<br />

soaP:<br />

o ANÁLISES DE SANGUE (A34) + TRAÇADOS<br />

ELÉCTRICOS (K42) + RADIOLOGIA/IMAGIOLOGIA<br />

DIAGNÓSTICA (Rx Tórax) (K41) + OUTROS<br />

PROCEDIMENTOSDE DIAGNÓSTICO (Holter +<br />

Ecocardiograma + Ecodoppler carovdeo) (K43)<br />

Maio 2014<br />

Consulta Externa<br />

Cardiologia<br />

Discussão<br />

Julho 2013<br />

AngioTAC:<br />

ü Oclusão completa da artéria subclávia<br />

esquerda com lúmen distal patente<br />

ü Placa ulcerada na caróEda comum<br />

esquerda, s<strong>em</strong> condicionar obstrução<br />

significaEva<br />

Cirurgia Vascular<br />

ü AngioplasJa transluminal percutânea com tentaEva de ultrapassar a<br />

oclusão da artéria subclávia esquerda, s<strong>em</strong> sucesso<br />

ü Tratamento cirúrgico com bypass caroRdeo-subclávio esquerdo com<br />

prótese de PTFE<br />

Soap:<br />

o RESULTADO DAS ANÁLISES/PROCEDIMENTOS (A60)<br />

sOap:<br />

o Mantém diferença tensional entre o braço direito e<br />

esquerdo.<br />

o Ecodoppler caroRdeo (08-7-3013): presença de<br />

espessamento do complexo ínEma-média associado a<br />

placas ateramatosas <strong>em</strong> ambas as bifurcações<br />

carovdeas e aspetos imagiológicos compavveis com<br />

inversão do fluxo na artéria vertebral esquerda –<br />

Síndrome do Roubo da Subclávia (?).<br />

o Restantes exames s<strong>em</strong> alterações.<br />

soAp:<br />

o OUTRAS DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO<br />

(K99) – Síndrome do Roubo da Subclávia (?)<br />

soaP:<br />

ACREDENCIAIS PARA MÉDICO/ESPECIALISTA/CLÍNICA/<br />

HOSPITAL – Cardiologia<br />

Neste caso, como fatores predisponentes para a patologia, encontrava-se o tabagismo e a aterosclerose. Deve-se suspeitar de uma SRS<br />

<strong>em</strong> pacientes que manifest<strong>em</strong> sintomas de insuficiência arterial vértebro-basilar e que apresent<strong>em</strong> diferença da pressão arterial<br />

sistólica de, pelo menos, 20mmHg entre os dois braços, associado a um sopro na área supraclavicular do lado afetado. Assim, este caso<br />

d<strong>em</strong>onstrou a necessidade de excluir todos os diagnósEcos diferenciais de síncope e a importância <strong>em</strong> medir a tensão arterial <strong>em</strong><br />

ambos os braços, assim como, um diagnósEco precoce, uma vez que o tratamento cirúrgico at<strong>em</strong>pado reduz o risco de<br />

morbimortalidade.<br />

Bibliografia: 1 – Peter C SpiRell, John F Eidt, Joseph L Mills, Kathryn A Collins. Subclavian steal syndrome. Employee of UpToDate, Inc. Jul 15, 2014. 2 – Passos MD, Alves LM. Síndrome do Roubo da Subclávia. Rev Bras Ecocardiogr Imag<strong>em</strong> Cardiovasc.<br />

2012;25(4):298-301. 3- Granito S, Azevedo I, Jardim M, Andrade JL, Lélis M, Chaves A, Brazão ML.Aterosclerose – a propósito do fenómeno de roubo da subclávia. Revista do Serviço de Medicina Interna do Hospital Central do Funchal. 2011;18(1). 4 – Pedro<br />

LM. Prevenção secundária com estaEnas na patologia arterial periférica ateroscleróEca. Rev Port Cardiol. 2011;30(7-8):665-673. 5 – Gaziano TA, Gaziano JM. Epid<strong>em</strong>iology of cardiovascular disease. In Kasper Braunwald, Fauci, Hauser, Longo, Jameson:<br />

Harrison’s Principles of Internal Medicine, 17th ediEon. Mc Graw Hill 2008:1375-1379.

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