POSTERS - Update em medicina 2017 book 1
Bibliografia: 1. Johnson T., Abbasi A., et al. IPSS quality of life question: a possible indicator of depression among patients with lower urinary tract symptoms. The Canadian Journal of Urology: 2012; 19 (1). 2. Martin S., Vincent A., et al. Lower Urinary Tract Symptoms, Depression, Anxiety and Systemic Inflammatory Factors in Men: A Population-Based Cohort Study. PLoS ONE: 2015; 10(10). 3. Braga, R. Complexidade em Medicina Geral e Familiar. Rev Port Med Geral Fam: 2013; 29: 82-4 Para além da soma das partes… O verdadeiro desafio da gestão dos LUTS em CSP Sílvia Martins 1 , Ângela Neves 1 1 Internas de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar | USF Lagoa – ULS Matosinhos ENQUADRAMENTO A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) afeta cerca de 75% dos homens aos 60 anos e 83% aos 70 anos¹. Pode desencadear sintomas do trato urinário inferior (LUTS) com impacto na qualidade de vida. Os LUTS (de armazenamento ou esvaziamento), podem resultar de disfunção prostática, vesical, orgânica e/ou psicológica². DESCRIÇÃO DO CASO Homem, 68 anos, natural e residente em Matosinhos. Reformado da Indústria Metalúrgica, pertencente a uma classe média de Graffar e na fase VIII do Ciclo de Duvall. Como antecedentes pessoais apresentava excesso de peso, hipertensão arterial, dislipidemia e HBP. Medicado com Atorvastatina, Esomeprazol, Amlodipina, Cloridrato de Tansulosina 0,4 mg, Mirabegrom 50 mg. História da Doença Atual MGF Fevereiro 2011 S: Polaquiúria e noctúria há alguns meses A: LUTS? P: Ecografias vesico-prostática e iniciou Serenoa Repens. S: Melhoria parcial. De novo, diminuição da força do jato urinário e esforço miccional. MGF Abril 2012 O: Ecografia vesico-prostática: peso prosttio de g; exiga de esforço A: LUTS por HBP? P: Suspendeu Serenoa Repens e iniciou Tansolusina. S: H algus eses asaço, falta de apetite, teso, difiuldade e dorir e preoupações exessivas. “e resposta a Tasolusina. MGF Dezembro 2012 MGF Janeiro 2013-2014 O: humor deprimido, desânimo A: Síndrome ansioso/depressivo P: Suspendeu Tansolusina. Iniciou Silodosina e Sertralina. Hiperfrequentador da consulta do Médico de Família (MF) por queixas somatoformes inespecíficas e preocupação excessiva com a sua saúde. Dificuldade de adesão às terapêuticas instituídas. S: Sem melhoria significativa da polaquiúria e noctúria desde Abril de 2012 com resposta fruste à Tansolusina, Silodosina e associação Dutasterida MGF Janeiro 2015 + Tansulosina, também tentada. A: LUTS de difícil controlo? P: Reiniciou Tansolusina e foi referenciado à Urologia. Urologia Junho/2015 Urologia Agosto 2015 Urologia Janeiro 2016 MGF Junho 2016 Consulta de Urologia privada - medicado com Cloreto de Tróspio, novamente sem resposta. Realizada ecografia prostática sobreponível às anteriores. Foi a Urologia no hospital público – referiu, de novo, imperiosidade e gotejamento. Pedida ecografia reno-prostática e estudo uro-dinâmico. Iniciou associação Solifenacina + Tansolusina. Mantinha LUTS. Ecografia reno-prostática: resíduo pós-iioal exuerate e próstata o 3g. Estudo Urodiio: Hiperatividade do detrusor Suspendeu a associação. Iniciou Tansolusina e Mirabegrom. S: Diminuição da polaquiúria; atiha otúria ≥ 3ições/oite… A: LUTS multifatorial - HBP + perfil psicológico P: Mantem tratamento conservador e vigilância em Urologia. DISCUSSÃO Este caso demonstra a dificuldade do MF na gestão de múltiplos problemas e expectativas do utente, cujo bem-estar está para além da soma das partes. A confrontação com doenças em fase muito precoce dificulta o diagnóstico e a orientação atempada dos verdadeiros problemas de saúde, e a sua distinção dos Medically Unexplained Physical Symptoms³. A gestão dos LUTS não é exceção. O raciocínio clínico está pré-formatado para pensar primariamente na patologia prostática como etiologia de LUTS. Parece essencial perceber o ponto de partida das queixas. Subentende-se um perfil ansioso que poderá explicar a hiperatividade vesical associada a LUTS. Este utente apresenta HBP que explica também os LUTS, exacerbados na presença do perfil ansioso. O eventual apoio de psicoterapia e de outras terapêuticas não farmacológicas, poderão equacionarse no controlo dos sintomas e na melhoria a qualidade de vida .
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Bibliografia: 1. Johnson T., Abbasi A., et al. IPSS quality of life question: a possible indicator of depression among patients with lower urinary tract symptoms. The Canadian Journal of Urology: 2012; 19 (1). 2. Martin S., Vincent A., et al. Lower<br />
Urinary Tract Symptoms, Depression, Anxiety and Syst<strong>em</strong>ic Inflammatory Factors in Men: A Population-Based Cohort Study. PLoS ONE: 2015; 10(10). 3. Braga, R. Complexidade <strong>em</strong> Medicina Geral e Familiar. Rev Port Med Geral Fam: 2013;<br />
29: 82-4<br />
Para além da soma das partes…<br />
O verdadeiro desafio da gestão dos LUTS <strong>em</strong> CSP<br />
Sílvia Martins 1 , Ângela Neves 1<br />
1<br />
Internas de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar | USF Lagoa – ULS Matosinhos<br />
ENQUADRAMENTO<br />
A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) afeta cerca de 75% dos homens aos 60 anos e 83% aos 70 anos¹. Pode desencadear sintomas do trato urinário<br />
inferior (LUTS) com impacto na qualidade de vida. Os LUTS (de armazenamento ou esvaziamento), pod<strong>em</strong> resultar de disfunção prostática, vesical,<br />
orgânica e/ou psicológica².<br />
DESCRIÇÃO DO CASO<br />
Hom<strong>em</strong>, 68 anos, natural e residente <strong>em</strong> Matosinhos. Reformado da Indústria Metalúrgica, pertencente a uma classe média de Graffar e na fase VIII<br />
do Ciclo de Duvall. Como antecedentes pessoais apresentava excesso de peso, hipertensão arterial, dislipid<strong>em</strong>ia e HBP. Medicado com Atorvastatina,<br />
Esomeprazol, Amlodipina, Cloridrato de Tansulosina 0,4 mg, Mirabegrom 50 mg.<br />
História da Doença Atual<br />
MGF<br />
Fevereiro 2011<br />
S: Polaquiúria e noctúria há alguns meses<br />
A: LUTS?<br />
P: Ecografias vesico-prostática e iniciou Serenoa Repens.<br />
S: Melhoria parcial. De novo, diminuição da força do jato urinário e esforço miccional.<br />
MGF<br />
Abril 2012<br />
O: Ecografia vesico-prostática: peso prosttio de g; exiga de esforço<br />
A: LUTS por HBP?<br />
P: Suspendeu Serenoa Repens e iniciou Tansolusina.<br />
S: H algus eses asaço, falta de apetite, teso, difiuldade e dorir e preoupações exessivas. “e resposta a Tasolusina.<br />
MGF<br />
Dez<strong>em</strong>bro 2012<br />
MGF<br />
Janeiro 2013-2014<br />
O: humor deprimido, desânimo<br />
A: Síndrome ansioso/depressivo<br />
P: Suspendeu Tansolusina. Iniciou Silodosina e Sertralina.<br />
Hiperfrequentador da consulta do Médico de Família (MF) por queixas somatoformes inespecíficas e preocupação excessiva com a sua saúde.<br />
Dificuldade de adesão às terapêuticas instituídas.<br />
S: S<strong>em</strong> melhoria significativa da polaquiúria e noctúria desde Abril de 2012 com resposta fruste à Tansolusina, Silodosina e associação Dutasterida<br />
MGF<br />
Janeiro 2015<br />
+ Tansulosina, também tentada.<br />
A: LUTS de difícil controlo?<br />
P: Reiniciou Tansolusina e foi referenciado à Urologia.<br />
Urologia<br />
Junho/2015<br />
Urologia<br />
Agosto 2015<br />
Urologia<br />
Janeiro 2016<br />
MGF<br />
Junho 2016<br />
Consulta de Urologia privada - medicado com Cloreto de Tróspio, novamente s<strong>em</strong> resposta.<br />
Realizada ecografia prostática sobreponível às anteriores.<br />
Foi a Urologia no hospital público – referiu, de novo, imperiosidade e gotejamento. Pedida ecografia reno-prostática e estudo uro-dinâmico. Iniciou<br />
associação Solifenacina + Tansolusina.<br />
Mantinha LUTS. Ecografia reno-prostática: resíduo pós-iioal exuerate e próstata o 3g.<br />
Estudo Urodiio: Hiperatividade do detrusor Suspendeu a associação. Iniciou Tansolusina e Mirabegrom.<br />
S: Diminuição da polaquiúria; atiha otúria ≥ 3ições/oite…<br />
A: LUTS multifatorial - HBP + perfil psicológico<br />
P: Mant<strong>em</strong> tratamento conservador e vigilância <strong>em</strong> Urologia.<br />
DISCUSSÃO<br />
Este caso d<strong>em</strong>onstra a dificuldade do MF na gestão de múltiplos probl<strong>em</strong>as e expectativas do utente, cujo b<strong>em</strong>-estar está para além da soma das<br />
partes. A confrontação com doenças <strong>em</strong> fase muito precoce dificulta o diagnóstico e a orientação at<strong>em</strong>pada dos verdadeiros probl<strong>em</strong>as de saúde, e a<br />
sua distinção dos Medically Unexplained Physical Symptoms³. A gestão dos LUTS não é exceção. O raciocínio clínico está pré-formatado para pensar<br />
primariamente na patologia prostática como etiologia de LUTS. Parece essencial perceber o ponto de partida das queixas.<br />
Subentende-se um perfil ansioso que poderá explicar a hiperatividade vesical associada a LUTS. Este utente apresenta HBP que explica também os<br />
LUTS, exacerbados na presença do perfil ansioso. O eventual apoio de psicoterapia e de outras terapêuticas não farmacológicas, poderão equacionarse<br />
no controlo dos sintomas e na melhoria a qualidade de vida .