POSTERS - Update em medicina 2017 book 1
ERISIPELA E CELULITE – UMA REVISÃO DA ABORDAGEM TERAPÊUTICA Catarina Pinto 1 , Cristina Xavier 1 , Mário Esteves 1 , Luís Leal 1 , Paulo Gonçalves 1 1 USF Planalto, ACES Lezíria Introdução e Objetivo Erisipela e celulite são infeções cutâneas inespecíficas. Constituem um desafio na prática clínica do Médico de Família (MF), sobretudo pela gestão terapêutica, onde diferentes antibióticos são recomendados. É objetivo deste trabalho realizar uma revisão da abordagem terapêutica no tratamento destas patologias. Metodologia Pesquisa: guidelines, meta-análises (MA), ensaios clínicos aleatorizados e controlados (ECAC) e casos-controlo. Fontes: bases de indexação Scopus (Life Sciences e Health Sciences,com inclusão da base de dados PubMed) e ISI WEB of Science (Coleção Principal do Web of ScienceTM) Língua: Inglesa, Portuguesa e Espanhol Publicação: Janeiro/2000 a Setembro/2016 Termos Mesh: erysipela; cellulitis; treatment. Escala: Strenght of Recommendation Taxonomy da American Family Phisician Critérios de inclusão P I C O Pop. com erisipela/celulite Antibioterapia Placebo Melhoria clínica Resultados 62 artigos 6 artigos selecionados 56 excluídos Conclusão: Critérios de exclusão Estudos cujo objetivo não incidisse na terapêutica Artigos repetidos Artigos indisponíveis Artigos com baixa qualidade É consensual que antibioterapia é essencial no tratamento tanto da erisipela como da celulite. São recomendados diferentes antibióticos no seu tratamento, em função de fatores como o tipo e a severidade dos sintomas: penicilina, amoxicilina, amoxicilina-ác.clavulânico, dicloxacilina, cefalexina ou clindamicina para a maioria das celulites típicas (sem manifestações sistémicas) (FR A); antibióticos sistémicos para celulites com manifestações sistémicas de infeção (febre, taquicardia, confusão, hipotensão e leucocitose) (FR A). Mais estudos são necessários para fortalecer os graus de recomendação e para encontrar o tempo de duração da terapêutica. Referência Tipologia Recomendações N E Infectious Diseases Society of America 2014 1 Ferreira A. et. al, 2016 2 Mark G. T. 2014 3 Raya-Cruz M. et. al, 2014 4 Amal S. et. al, 2004 5 Okajima R.M.O. et. al, 2004 6 Figura 1 – Erisipela do membro inferior Guideline - Penicilina, amoxicilina, amoxicilina-ác.clavulânico, dicloxacilina, cefalexina ou clindamicina são antibióticos adequados para a maioria das celulites típicas (sem manifestações sistémicas); (FR A) MA ECAC (N=40) Casocontrolo (N=996) Casocontrolo (N=100) Casocontrolo (N=35) - Para celulites com manifestações sistémicas de infeção (febre, taquicardia, confusão, hipotensão e leucocitose) estão indicados antibióticos sistémicos; (FR A) - Típicos casos de celulite (sem sinais sistémicos de infeção) devem receber agente antimicrobiano contra streptococcus; (FR B) - É recomendada terapêutica no domicílio para pacientes sem infeção sistémica, alteração do status mental ou instabilidade hemodinâmica; (FR B) Intervenção - Incluídos 15 ECAC; - Betalactâmicos vs macrólidos ou lincosamidas na celulite e erisipela. - Comparação entre clidamicina 300mg 4x/dia via oral entre flucloxacilina 2g 6/6h via ev, seguido de flucloxacilina 500mg 4x/dia via oral no tratamento da celulite. - Diagnósticos de infeções da pele e parte moles extraídos da base de dados do Hospital Son Llàtzer; - Follow-up: 9 anos e 10 meses - Diagnósticos de erisipela admitidos no Hospital Marrakech Moahmed VI; - Follow up: 12 anos. - Diagnósticos de erisipela admitidos no Centro Hospitalar da Irmandade da Sta. Casa de Misericórdia de São Paulo; - Follow-up: 4 meses. Figura 2 – Celulite do membro inferior Resultados(R)/Conclusões(C) C – Tratamentos com macrólidos ou lincosamidas e tratamentos com betalactâmicos têm semelhante eficácia e incidência de efeitos adversos. R – Não houve diferenças nos dois grupos quanto à duração do tratamento, duração do internamento, taxa de recidiva ou efeitos adversos; C – Clindamicina via oral foi pelo menos tão eficaz quanto a flucloxacilina via ev e via oral. R – A entidade mais frequentemente diagnosticada foi a celulite/erisipela (66,7%); R – O agente mais frequentemente isolado foi o S. aureus (35.1%), e a maioria dos casos MRSA (84,2%); R- O tratamento mais frequentemente utilizado foi aminopenicilinas com betalactâmicos; R – Fármacos para Gram-positivos utilizaram-se mais frequentemente em pacientes com complicações; C – A eficácia do uso dos antibióticos para Gram-positivos foi bastante limitado. R - Em 76% dos casos a Penicilia G ev foi o tratamento de primeira linha; R - Resultados satisfatórios em 78% dos casos. C – Tratamento com penicilina esteve associado a uma diminuição das complicações; C – Tratamento com penicilina esteve associado a um menor custo quando comparado com outras terapêuticas que incluem antibióticos. Bibliografia: 1- Stevens D. et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 Update by the Infectious Diseases Society of America. June 18, 2014; 2- Ferreira A. et al. Meta-analysis of randomised trials comparing a penicillin or cephalosporin with a macrolide or lincosamide in the treatment of cellulitis or erysipelas. Volume 44, Issue 5, 1 October 2016, Pages 607-615; 3- Mark G.T. Oral clindamycin compared with sequential intravenous and oral flucloxacillin in the treatment of cellulitis in adults a randomized, double-blind trial. Infectious Diseases in Clinical Practice, Volume 22, Issue 6, 2014, Pages 330-334; 4- Raya-Cruz M. et al. Skin and soft-tissue infections in hospitalized patients: Epidemiology, microbiological, clinical and prognostic factors. Mars 2014, Volume: 32, Edição:3, Pg: 152-159; 5- Amal S. et al. Epidemiology, clinical features, and evolution of Erysipelas in the Marrakech region. Medecine et Maladies Infectieuses.Volume 34, Issue 4, April 2004, Pages 171-176; 6- Okajima O. et al. Erysipelas: A clinical study of 35 pacients hospitalized at the São Paulo Central Hospital of Irmandade da Santa Casa de Misericórdia. Volume 79, Issue 3, May 2004, Pages 295-303. 1 1 1 1 1 2
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ERISIPELA E CELULITE<br />
– UMA REVISÃO DA ABORDAGEM TERAPÊUTICA<br />
Catarina Pinto 1 , Cristina Xavier 1 , Mário Esteves 1 , Luís Leal 1 , Paulo Gonçalves 1<br />
1<br />
USF Planalto, ACES Lezíria<br />
Introdução e Objetivo<br />
Erisipela e celulite são infeções cutâneas inespecíficas. Constitu<strong>em</strong> um desafio na prática clínica do<br />
Médico de Família (MF), sobretudo pela gestão terapêutica, onde diferentes antibióticos são<br />
recomendados. É objetivo deste trabalho realizar uma revisão da abordag<strong>em</strong> terapêutica no<br />
tratamento destas patologias.<br />
Metodologia<br />
Pesquisa: guidelines, meta-análises (MA),<br />
ensaios clínicos aleatorizados e controlados<br />
(ECAC) e casos-controlo.<br />
Fontes: bases de indexação Scopus (Life<br />
Sciences e Health Sciences,com inclusão da<br />
base de dados PubMed) e ISI WEB of Science<br />
(Coleção Principal do Web of ScienceTM)<br />
Língua: Inglesa, Portuguesa e Espanhol<br />
Publicação: Janeiro/2000 a Set<strong>em</strong>bro/2016<br />
Termos Mesh: erysipela; cellulitis; treatment.<br />
Escala: Strenght of Recommendation<br />
Taxonomy da American Family Phisician<br />
Critérios de inclusão<br />
P<br />
I<br />
C<br />
O<br />
Pop. com erisipela/celulite<br />
Antibioterapia<br />
Placebo<br />
Melhoria clínica<br />
Resultados<br />
62 artigos 6 artigos selecionados<br />
56 excluídos<br />
Conclusão:<br />
Critérios de exclusão<br />
Estudos cujo objetivo não incidisse<br />
na terapêutica<br />
Artigos repetidos<br />
Artigos indisponíveis<br />
Artigos com baixa qualidade<br />
É consensual que antibioterapia é essencial no<br />
tratamento tanto da erisipela como da celulite.<br />
São recomendados diferentes antibióticos no<br />
seu tratamento, <strong>em</strong> função de fatores como o<br />
tipo e a severidade dos sintomas: penicilina,<br />
amoxicilina, amoxicilina-ác.clavulânico,<br />
dicloxacilina, cefalexina ou clindamicina para a<br />
maioria das celulites típicas (s<strong>em</strong><br />
manifestações sistémicas) (FR A); antibióticos<br />
sistémicos para celulites com manifestações<br />
sistémicas de infeção (febre, taquicardia,<br />
confusão, hipotensão e leucocitose) (FR A).<br />
Mais estudos são necessários para fortalecer<br />
os graus de recomendação e para encontrar o<br />
t<strong>em</strong>po de duração da terapêutica.<br />
Referência Tipologia Recomendações N<br />
E<br />
Infectious<br />
Diseases<br />
Society of<br />
America<br />
2014 1<br />
Ferreira A.<br />
et. al,<br />
2016 2<br />
Mark G. T.<br />
2014 3<br />
Raya-Cruz<br />
M.<br />
et. al,<br />
2014 4<br />
Amal S.<br />
et. al,<br />
2004 5<br />
Okajima<br />
R.M.O.<br />
et. al,<br />
2004 6<br />
Figura 1 – Erisipela do m<strong>em</strong>bro inferior<br />
Guideline - Penicilina, amoxicilina, amoxicilina-ác.clavulânico, dicloxacilina, cefalexina ou<br />
clindamicina são antibióticos adequados para a maioria das celulites típicas<br />
(s<strong>em</strong> manifestações sistémicas); (FR A)<br />
MA<br />
ECAC<br />
(N=40)<br />
Casocontrolo<br />
(N=996)<br />
Casocontrolo<br />
(N=100)<br />
Casocontrolo<br />
(N=35)<br />
- Para celulites com manifestações sistémicas de infeção (febre, taquicardia,<br />
confusão, hipotensão e leucocitose) estão indicados antibióticos sistémicos;<br />
(FR A)<br />
- Típicos casos de celulite (s<strong>em</strong> sinais sistémicos de infeção) dev<strong>em</strong> receber<br />
agente antimicrobiano contra streptococcus; (FR B)<br />
- É recomendada terapêutica no domicílio para pacientes s<strong>em</strong> infeção<br />
sistémica, alteração do status mental ou instabilidade h<strong>em</strong>odinâmica; (FR B)<br />
Intervenção<br />
- Incluídos 15 ECAC;<br />
- Betalactâmicos<br />
vs<br />
macrólidos ou lincosamidas<br />
na celulite e erisipela.<br />
- Comparação entre<br />
clidamicina 300mg 4x/dia via<br />
oral entre flucloxacilina 2g<br />
6/6h via ev, seguido de<br />
flucloxacilina 500mg 4x/dia<br />
via oral no tratamento da<br />
celulite.<br />
- Diagnósticos de infeções da<br />
pele e parte moles extraídos<br />
da base de dados do Hospital<br />
Son Llàtzer;<br />
- Follow-up: 9 anos e 10<br />
meses<br />
- Diagnósticos de erisipela<br />
admitidos no Hospital<br />
Marrakech Moahmed VI;<br />
- Follow up: 12 anos.<br />
- Diagnósticos de erisipela<br />
admitidos no Centro<br />
Hospitalar da Irmandade da<br />
Sta. Casa de Misericórdia de<br />
São Paulo;<br />
- Follow-up: 4 meses.<br />
Figura 2 – Celulite do m<strong>em</strong>bro inferior<br />
Resultados(R)/Conclusões(C)<br />
C – Tratamentos com macrólidos ou<br />
lincosamidas e tratamentos com betalactâmicos<br />
têm s<strong>em</strong>elhante eficácia e incidência de efeitos<br />
adversos.<br />
R – Não houve diferenças nos dois grupos<br />
quanto à duração do tratamento, duração do<br />
internamento, taxa de recidiva ou efeitos<br />
adversos;<br />
C – Clindamicina via oral foi pelo menos tão<br />
eficaz quanto a flucloxacilina via ev e via oral.<br />
R – A entidade mais frequent<strong>em</strong>ente<br />
diagnosticada foi a celulite/erisipela (66,7%);<br />
R – O agente mais frequent<strong>em</strong>ente isolado foi o<br />
S. aureus (35.1%), e a maioria dos casos MRSA<br />
(84,2%);<br />
R- O tratamento mais frequent<strong>em</strong>ente utilizado<br />
foi aminopenicilinas com betalactâmicos;<br />
R – Fármacos para Gram-positivos utilizaram-se<br />
mais frequent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> pacientes com<br />
complicações;<br />
C – A eficácia do uso dos antibióticos para<br />
Gram-positivos foi bastante limitado.<br />
R - Em 76% dos casos a Penicilia G ev foi o<br />
tratamento de primeira linha;<br />
R - Resultados satisfatórios <strong>em</strong> 78% dos casos.<br />
C – Tratamento com penicilina esteve associado<br />
a uma diminuição das complicações;<br />
C – Tratamento com penicilina esteve associado<br />
a um menor custo quando comparado com<br />
outras terapêuticas que inclu<strong>em</strong> antibióticos.<br />
Bibliografia: 1- Stevens D. et al. Practice guidelines for the diagnosis and manag<strong>em</strong>ent of skin and soft tissue infections: 2014<br />
<strong>Update</strong> by the Infectious Diseases Society of America. June 18, 2014; 2- Ferreira A. et al. Meta-analysis of randomised trials<br />
comparing a penicillin or cephalosporin with a macrolide or lincosamide in the treatment of cellulitis or erysipelas. Volume 44,<br />
Issue 5, 1 October 2016, Pages 607-615; 3- Mark G.T. Oral clindamycin compared with sequential intravenous and oral<br />
flucloxacillin in the treatment of cellulitis in adults a randomized, double-blind trial. Infectious Diseases in Clinical Practice,<br />
Volume 22, Issue 6, 2014, Pages 330-334; 4- Raya-Cruz M. et al. Skin and soft-tissue infections in hospitalized patients:<br />
Epid<strong>em</strong>iology, microbiological, clinical and prognostic factors. Mars 2014, Volume: 32, Edição:3, Pg: 152-159; 5- Amal S. et al.<br />
Epid<strong>em</strong>iology, clinical features, and evolution of Erysipelas in the Marrakech region. Medecine et Maladies<br />
Infectieuses.Volume 34, Issue 4, April 2004, Pages 171-176; 6- Okajima O. et al. Erysipelas: A clinical study of 35 pacients<br />
hospitalized at the São Paulo Central Hospital of Irmandade da Santa Casa de Misericórdia. Volume 79, Issue 3, May 2004,<br />
Pages 295-303.<br />
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