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Alguns vão compartilhar submissas, outros não; uns poucos serão extremamente<br />
duros com elas; e outros, em um piscar de olhos, deixarão a submissa ficar no<br />
comando… Mas não duvide de que todos eles se preocupam e respeitam suas<br />
submissas à sua maneira, e elas os adoram.<br />
– Você trata tudo sob um ponto de vista ao mesmo tempo sexual e romântico.<br />
Parece maravilhoso… Me intriga. Não relaciono a dominação com as situações<br />
que você descreve.<br />
– E se eu te disser que é sim, “maravilhoso”? Que a sensação de dor com os<br />
açoites, chicotes, tapas… só existe na sua mente? Que o BDSM é ao mesmo<br />
tempo libertador e maravilhoso? Catalisador?<br />
– Diria que não acredito. Todos choramos quando nos machucamos. Eu<br />
mesma gritei semana passada na manicure. Não tenho muita resistência à dor.<br />
– À dor que eu vou provocar em você, sim, Cleo. – murmurou, cheirando os<br />
cabelos dela. – A dor é uma sensação. Você pode dirigi-la ao prazer ou ao<br />
sofrimento, e é a nossa mão que guia esse termômetro. E eu quero seu prazer.<br />
Completo. Não quero deixar nada para mais ninguém. O nome disso é<br />
algolagnia: o erotismo relacionado à dor, de uma forma passiva ou ativa.<br />
Dessa vez ela levantou o olhar, com um desejo velado, e observou Lion por<br />
cima do ombro. Ficou em silêncio enquanto ele se inclinou e moveu um pouco do<br />
robe de seu ombro para aplicar um beijo úmido na pele, os olhos azuis fixos nela.<br />
– O BDSM não nasce de uma mente doentia – prosseguiu ele, falando junto de<br />
sua pele. – Olhe pra frente, Cleo – mandou. Ela obedeceu-o, imediatamente. –<br />
Nasce de uma mente atrevida e brincalhona. Não nasce de uma necessidade de<br />
machucar. Pelo contrário: nasce da necessidade de oferecer prazer, porque é isso<br />
que o submisso ou a submissa busca e porque o objetivo dos amos é satisfazer.<br />
– Satisfazer também a eles mesmos, senhor? – Cleo mal conseguia falar.<br />
– Como amo – explicou ele, dando uma volta ao redor dela –, me satisfaz ver<br />
que você gosta quando eu deixo sua pele vermelha, te castigo e te amarro, que<br />
você saiba que merece o açoite, e que quando você gozar comigo – sussurrou no<br />
ouvido dela e deu um beijo doce embaixo de sua orelha –, derrame lágrimas de<br />
prazer.<br />
E ele as lamberia, tal e qual já havia afirmado. Ela engoliu saliva com<br />
dificuldade e se viu desmanchando como nata líquida no taco do piso. As pernas<br />
a sustentavam porque Deus tinha criado a tíbia e a fíbula; agora os joelhos já<br />
tinham se desfeito por completo.<br />
– Vou te ensinar a ser submissa, Cleo. Vai ser um treinamento de vinte e quatro<br />
horas por dia. Tempo integral – comunicou lenta e claramente. – Vinte e quatro<br />
horas por dia, sete dias por semana, como dizem. Vou mandar você fazer coisas,<br />
vou te tocar e te comer.<br />
– Nós dois vamos transar, claro – respondeu a rebelde interior. – Que eu saiba<br />
o sexo não se faz sozinho, a menos que você vá bater uma punheta.