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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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– Hoje vamos trabalhar os pontos fundamentais do meu papel como amo e do<br />

seu como submissa.<br />

– Sim.<br />

– Sim, o quê?<br />

“Foda-se.”<br />

– Sim, senhor.<br />

– Boa garota – parabenizou. – Tudo o que você fizer bem será recompensado,<br />

Cleo. Se você desobedecer a alguma ordem, será castigada. Você deve estar<br />

ciente de que o BDSM, por estar relacionado com chicotes, cordas, açoites,<br />

brincadeiras e práticas agressivas, muitas vezes é associado à depravação,<br />

violação dos direitos humanos e, inclusive, à humilhação e aos maus-tratos. Você<br />

já pensou nisso alguma vez? Preciso saber.<br />

Cleo negou com a cabeça. Ela sempre tinha sido bastante aberta.<br />

– Não exatamente. Respeito muito, isso sim. Considero que no BDSM ninguém<br />

é obrigado a se submeter à outra pessoa porque, pelo pouco que vi e sei, as<br />

pessoas fazem novamente, gozam, e continuam pedindo mais. Pode-se dizer que<br />

elas querem ser humilhadas, açoitadas, ou provocadas dessa forma. – Encolheu<br />

os ombros. – Estou errada, senhor?<br />

– É uma resposta muito boa – disse ele, sem sair da poltrona. – Nós, que<br />

praticamos o BDSM de maneira saudável, não obrigamos ninguém a fazer nada.<br />

As pessoas estão ali porque querem, porque precisam disso, e nós damos a elas o<br />

que precisam. Simples assim. Há muitos tipos de corpos e mentes. Nem todos se<br />

excitam da mesma forma – explicou, esfregando o queixo e concentrando-se nos<br />

peitos que imaginava debaixo daquele robe. Cleo estava incrível vestida daquele<br />

jeito, e só estava usando aquele robe e a calcinha por baixo. Tinha pernas<br />

perfeitamente torneadas. – Para algumas pessoas, o sexo convencional é um<br />

tédio, não é excitante. Não adiantam as palavras de amor, nem as carícias, nem<br />

o papai-e-mamãe e nada disso… seus corpos respondem a outro tipo de estímulo,<br />

mais rude, porque seus corpos são assim. – Agora sim se levantou e se posicionou<br />

a dez centímetros dela. – Uns tapas, uma mordidinha, amordaçar, amarrar… é<br />

disso que eles gostam e é isso que lhes dá vida. É dessa sensação de liberdade e<br />

de vitalidade que nascem os amos e submissos. E daí nasce a dominação e a<br />

submissão. Pode ser que outras pessoas frustradas usem o BDSM para direcionar<br />

seus traumas ou psicopatias… Mas pessoas doidas existem em todos os lugares,<br />

não é? E, além do mais, há muito mais baunilhas abatidos, psicologicamente<br />

destruídos, do que gente que pratica DS.<br />

– Porque os baunilhas são maioria, senhor.<br />

– Não, porque eles não têm uma forma de se libertar. Estão confusos.<br />

– Por que, senhor? – Isso queria dizer que as pessoas normais estavam<br />

confusas?<br />

– Porque nos ensinam que temos que viver com uma pessoa só e ter relações

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