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nem sabia como dizer a ela como estava sendo tonta por não o escolher. Não ia<br />
permitir em nenhuma circunstância que outra pessoa ensinasse a Cleo o que era<br />
o BDSM. Ele queria ensiná-la. Por isso mesmo, quando o vice-diretor falou que<br />
estavam cogitando Cleo Connelly para ser uma infiltrada, ele se ofereceu<br />
imediatamente para ser o parceiro de missão. Não se sentia bem quando<br />
imaginava outra pessoa amarrando ou dando chicotadas na pequena Cleo… Ela<br />
precisava entrar de forma delicada no mundo da submissão e da dominação. E<br />
para isso era melhor estar nas mãos de alguém em quem ela pudesse confiar.<br />
Leslie não o perdoaria por deixar sua irmã nas mãos de outra pessoa. Mas ele<br />
cuidaria disso.<br />
Agora a fada teimosa estava com medo dele e se sentia insegura, o que<br />
causava nela a necessidade de estar com outra pessoa e não precisar se tornar<br />
íntima de Lion. No entanto, o sucesso da missão dependia do papel<br />
desempenhado por Cleo, e ainda que ela estivesse sendo irresponsável, ele não o<br />
seria; o melhor amo para Cleo se chamava Lion Romano.<br />
E ponto final.<br />
Ela se daria conta disso rapidamente.<br />
Passaram pelas imediações de Saint Thomas e entraram no Bairro Francês, ou<br />
French Quarter, como era conhecido.<br />
Sempre que fazia a ronda daquela região, Cleo imaginava Nova Orleans no<br />
passado. Suas ruas ainda tinham esse espírito que falava de homens ricos e<br />
crioulos, de escravidão e prostituição, de mistério, bruxaria e vodu. Por alguma<br />
razão, já tinha sido considerada a antiga cidade do pecado dos Estados Unidos,<br />
não é?<br />
Bourbon, Ursulines, Charles… eram alguns dos nomes de suas ruas, que<br />
evocavam o clássico e o poético de tempos passados. Becos onde antes as<br />
prostitutas não eram tão jovens quanto atualmente; pelo contrário, eram<br />
mulheres experientes, não como as meninas que agora trabalhavam de maneira<br />
improvisada nas esquinas.<br />
E, mesmo assim, embora o Bairro Francês ainda pecasse, não dava para<br />
deixar de admirá-lo e de se ver seduzido pelo cheiro das azaleias de seus jardins,<br />
pelas varandas de ferro forjado de suas casas antigas, pelas cores das fachadas e<br />
pela música do sax no ritmo de jazz.<br />
O Bairro Francês tinha algo de mágico que clamava por sua sobrevivência.<br />
– Não, não estou – respondeu Lion, finalmente.<br />
– Não está o quê?<br />
– Sua pergunta…<br />
– Ah, sim… – Cleo fingiu que estava surpresa. – Você responde depois de dez<br />
minutos? – indagou, aborrecida. – Nem me lembro mais o que te perguntei.<br />
– Você perguntou se estou bravo. Minha resposta é não – disse ele, como se<br />
Cleo fosse uma criancinha.