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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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Lion observava, de dentro do seu Jeep Wrangler preto, o vice-diretor<br />

Montgomery saindo do alpendre da adorável casinha da pequena Cleo. Sem<br />

dúvida, a jovem policial tinha reagido tal e qual ele havia dito a seu superior.<br />

Escutaria cada palavra com atenção, faria algumas perguntas, não se deixaria<br />

levar pelo pânico e aceitaria a missão às cegas, mesmo sabendo dos riscos que<br />

corria, porque nunca calculava onde estava o perigo. Por isso era tão boa policial,<br />

e por esse mesmo motivo seria uma excelente agente.<br />

Esse fato de não considerar os riscos fazia dela a parceira perfeita para o<br />

desenrolar do caso <strong>Amos</strong> e <strong>Masmorras</strong>. Ele precisava de uma parceira tão<br />

ousada quanto ele, que estivesse à sua altura para chamar a atenção da Rainha e<br />

dos Vilões. E ele sabia que Cleo chamava a atenção tanto quanto a irmã, mas de<br />

uma forma adoravelmente diferente.<br />

Durante doze meses ele havia conduzido o caso com o máximo de disciplina.<br />

Para ele não fora tão difícil assumir o papel como tinha sido para seus melhores<br />

amigos, Clint e Leslie, porque ele, Lion, já participava da liga de DS havia anos e<br />

o fazia por prazer. Ele começou quando percebeu que o sexo convencional lhe<br />

causava tédio.<br />

Era um agente do FBI, claro, mas seus gostos sexuais, nada que tivesse que<br />

justificar a ninguém, eram bem específicos. Suas preferências não eram nem<br />

melhores nem piores que as da maioria, eram simplesmente diferentes.<br />

Para ele, a dominação, o bondage, o sadomasoquismo e a submissão eram<br />

jogos para serem praticados entre casais. Um jogo de consentimento mútuo no<br />

qual eram trabalhados a disciplina, a ousadia, o atrevimento, os limites de cada<br />

um e, sobretudo, a confiança.<br />

Por isso, ao saber que tinha sido escolhido para ser o encarregado do caso, não<br />

se surpreendeu, ao contrário de quando soube da escolha de Les. Duvidava que o<br />

pessoal do FBI soubesse que ele era adepto e que, no seu tempo livre, para<br />

esquecer os problemas e desestressar, gostava de praticar o BDSM intensamente.<br />

Leslie e Clint ficaram muito surpresos quando ele revelou que era um amo.<br />

Porém, por outro lado, isso os fez relaxar e se dar conta de que, se um colega<br />

praticava o BDSM e era uma pessoa normal e corriqueira, eles não deviam ter<br />

medo dos treinamentos. Não queria dizer que ele era desequilibrado, nem<br />

traumatizado, nem doido… Esses estigmas deveriam sumir do imaginário<br />

popular. Para ele, o BDSM não era um desvio de conduta, mas sim um modo de<br />

sentir e experimentar.

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