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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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Um ano antes, Cleo tinha sido reprovada na última entrevista com o senhor<br />

Stewart porque foi sincera e honesta, como ela era, e admitiu que se ficasse cara<br />

a cara com alguém que tinha matado ou machucado uma pessoa próxima dela,<br />

sem dúvida, ela faria justiça com as próprias mãos.<br />

Agora ele estava em uma situação semelhante, e mandou tudo à merda.<br />

– Toma, filho da putaaaaaa! – ele gritava, atracado com Billy Bob, socando-o<br />

na cara e na bochecha, quebrando qualquer osso que o desgraçado de rosto<br />

atraente e amável utilizasse para enganar os outros. – Bate em mim, covarde!<br />

Bate em mim! Em alguém do seu tamanho, não em uma mulher! – Cortou o<br />

lábio dele, quebrou o nariz… fez a cirurgia completa.<br />

Usou Billy como saco de pancadas até que ele ficasse inerte no chão.<br />

Inconsciente e desmontado, arrebentado por dentro e por fora, mas<br />

lamentavelmente vivo.<br />

Não. Nem pensar. Um cara assim não deveria continuar vivendo. Que merda<br />

ele estava fazendo neste mundo? Para que ele servia? Para machucar?<br />

Billy sangrava por todos os lados, inclusive pelos olhos. Estava irreconhecível.<br />

Pelo menos ele não poderia enganar mais ninguém. Monstro por dentro.<br />

Monstro por fora.<br />

Ele mesmo queria asfixiá-lo e matá-lo. Colocou as mãos no pescoço dele.<br />

Billy Bob não ia oferecer resistência…<br />

E então, em meio à bruma da falta de consciência e da ira, em meio à névoa<br />

confusa de alguém que estava fazendo justiça com as próprias mãos, ele ouviu os<br />

gritos e o pranto dilacerante de Cleo.<br />

Lion levantou a cabeça e a olhou. A bola de borracha vermelha estava em seus<br />

pés, tristemente abandonada, como ele tinha feito com Cleo.<br />

Ela o estava chamando, pendurada na árvore em que ele inconsciente e<br />

irresponsavelmente a deixou amarrada. Seu corpo tremia pelo efeito do que ela<br />

havia passado. As marcas nas coxas, nos seios e na barriga o estavam destruindo.<br />

Lion se levantou e deu um chute na cabeça do dejeto que ele tinha deixado no<br />

chão e, depois disso, foi na direção dela.<br />

Chorava como uma criança, condenando-se ao vê-la daquele jeito por sua<br />

culpa. Por sua maldita culpa.<br />

“Não é culpa sua, Lion. Foi uma fatalidade, um acidente… Tem gente ruim<br />

por todos os lados…”, Cleo consolava com o olhar. Negava com a cabeça e<br />

chorava, tremendo, desejando que ele a tirasse dali.<br />

“Não o mate. Não o mate, Lion…”<br />

Ele estava com as mãos abertas e sangrentas, o corpo suado pela adrenalina, e<br />

o rosto bonito e viril cheio de lágrimas que jorravam. Tentava manter a calma,<br />

mas era impossível. Estava com as mãos tremendo muito mais do que antes de<br />

sair dali.<br />

– Espere, pequena – ele sussurrou com doçura. – Eu te tiro daí.

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