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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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Isso queria dizer que, qualquer que fosse o caso, já estava quase resolvido,<br />

não? O que se sabia era que um agente infiltrado do FBI corria muitos riscos, e<br />

que isso causava muita insegurança em todos os amigos e parentes.<br />

Olhou para Rango. Fazia meia hora que o camaleão tentava se camuflar na<br />

almofada verde em que ele estava brincando. Será que Rango sofreria quando<br />

ela entrasse no FBI?<br />

Ao ver que começava a entrar na paranoia de imaginar L. em situações<br />

delicadas, pegou Rango com as duas mãos e o ergueu até a altura dos olhos.<br />

– É, Rango – sussurrou, acariciando sua cauda. – Rango, olha pra mim… pra<br />

cá. – Por uma estranha razão que não se atrevia a analisar, Cleo se achava capaz<br />

de fazer com que um camaleão, que mexia os olhos de forma independente, ou<br />

seja, o esquerdo apontando para o Canadá e o direito apontando para o México,<br />

sincronizasse as pupilas e as dirigisse ao mesmo tempo para ela. – Pra frente,<br />

Rango, pra frente… – Estalou os dedos de uma das mãos diante da cômica<br />

carinha do réptil. – Não consegue? Ah, que fofo…<br />

O som da campainha a deixou tensa.<br />

Eram dez e meia da noite e ela nunca recebia visitas àquela hora.<br />

Com cara de interrogação e com Rango nas mãos ela pausou o filme Willow –<br />

Na terra da magia e se levantou para abrir a porta.<br />

O vidro da janela acima da porta de entrada refletia a sólida figura de um<br />

homem alto e magro, muito bem-vestido.<br />

Cleo ativou a tela automática que identificava os visitantes. O monitor<br />

mostrava um homem calvo de olhos azuis, que olhava diretamente para a<br />

pequena câmera à esquerda da campainha.<br />

Não o conhecia. Não sabia quem era aquele indivíduo.<br />

– Senhorita Connelly? – perguntou ele, olhando fixamente para a lente.<br />

Cleo abriu a porta e deixou Rango sobre a figueira da entrada.<br />

– Boa noite, senhorita Connelly. – Colocou a mão no bolso traseiro da calça e<br />

tirou seu distintivo. – FBI. Posso entrar?<br />

Elias Montgomery, vice-diretor do FBI.<br />

Más notícias. Quando o FBI batia na sua porta só podia significar duas coisas.<br />

Ou acreditavam que você estava envolvido em algum crime federal, ou que<br />

poderia dar alguma pista para solucionar um caso. Ou isso ou sua mãe, Darcy,<br />

tinha sido acusada pelo marido, Charles, de uma tentativa de homicídio.<br />

Mas Cleo sabia que o vice-diretor do FBI não estava ali por esse motivo.<br />

Três dias era tempo demais para Leslie. E aquele homem estava ali por<br />

alguma coisa relacionada à sua irmã. Era o que dizia sua intuição congênita.<br />

Seus olhos se encheram de lágrimas e ela soluçou.<br />

– É a Leslie, não é?<br />

– Deixe-me entrar, por favor, aqui não é lugar para conversarmos – respondeu

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