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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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dia seguinte, partir meu coração sem pensar duas vezes.”<br />

– King não respeita nada nem ninguém.<br />

“Não me diga.”<br />

– Ele não tem sentimentos – continuou Prince.<br />

“Sério? Não tinha me dado conta.”<br />

– Então não espere que ele se apaixone por você e prometa fidelidade, porque<br />

ele não sabe o que é isso – Prince alfinetou, com acidez. – É do tipo que vê a<br />

mulher de outro homem, uma mulher comprometida, e decide encarar o desafio<br />

de levá-la pra cama. E King é muito persuasivo: consegue tudo o que quer, por<br />

mais impossível que seja.<br />

Cleo virou-se para o outro lado, para um grupo de caras que estava mexendo<br />

com umas garotas. Era como se Prince tivesse amado muito uma mulher e King<br />

a tivesse roubado… Será que era isso?<br />

– Em todo caso, Prince, King pode fazer isso porque é um homem livre, sem<br />

moral, mas livre – revidou ela, com asco. – Além do mais, se há algum culpado<br />

nesse caso que está me contando é a mulher, a única que tinha um compromisso<br />

de verdade com outra pessoa.<br />

– Acho que você está certa, mas queria te advertir sobre o perigo de sair com<br />

o rei da selva: no final, todos os animais se prostram diante de suas leis.<br />

Prince apertou o copo de ponche e, controlando a mão trêmula, colocou-o em<br />

uma mesinha do terraço. Voltou o olhar para Cleo e ela o olhou de volta, por<br />

cima do ombro.<br />

– Obrigada pela sua… advertência – Cleo agradeceu. Pensou que a conversa<br />

ia ficar por isso mesmo, mas estava enganada.<br />

– Senhorita… – Prince se inclinou como um príncipe de verdade. – Você me<br />

dá a honra dessa dança?<br />

Cleo franziu a testa. Esse homem não desistia. E bom, por que não? Lion estava<br />

dançando com a Mulher-Aranha em algum canto daquele salão. Tinha largado<br />

Cleo sozinha, e ainda que ela pretendesse se fazer de forte, se sentia ultrajada.<br />

Podia dançar. Ela queria dançar.<br />

Claro que sim. Dançaria com Prince, e que se danassem as consequências.<br />

– Com muito prazer, Prince. – Fez uma reverência feminina.<br />

Prince sorriu, rodeado de escuridão, como o príncipe das trevas que lutava<br />

para alcançar um pouco daquela luz que poria término ao seu tormento.<br />

Cleo pegou a mão dele, e Prince a atraiu para seu corpo.<br />

“A América produz uns homens grandes e fortes”, pensou enquanto movia o<br />

pescoço para trás para fitá-lo nos olhos.<br />

Ele segurou a mão dela com uma das suas, e posicionou a outra em sua<br />

cintura.<br />

Começaram a dançar ao ritmo de “Crush”, de David Archuleta.<br />

Não era exatamente uma música agitada, mas o pessoal do salão não se

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