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dia seguinte, partir meu coração sem pensar duas vezes.”<br />
– King não respeita nada nem ninguém.<br />
“Não me diga.”<br />
– Ele não tem sentimentos – continuou Prince.<br />
“Sério? Não tinha me dado conta.”<br />
– Então não espere que ele se apaixone por você e prometa fidelidade, porque<br />
ele não sabe o que é isso – Prince alfinetou, com acidez. – É do tipo que vê a<br />
mulher de outro homem, uma mulher comprometida, e decide encarar o desafio<br />
de levá-la pra cama. E King é muito persuasivo: consegue tudo o que quer, por<br />
mais impossível que seja.<br />
Cleo virou-se para o outro lado, para um grupo de caras que estava mexendo<br />
com umas garotas. Era como se Prince tivesse amado muito uma mulher e King<br />
a tivesse roubado… Será que era isso?<br />
– Em todo caso, Prince, King pode fazer isso porque é um homem livre, sem<br />
moral, mas livre – revidou ela, com asco. – Além do mais, se há algum culpado<br />
nesse caso que está me contando é a mulher, a única que tinha um compromisso<br />
de verdade com outra pessoa.<br />
– Acho que você está certa, mas queria te advertir sobre o perigo de sair com<br />
o rei da selva: no final, todos os animais se prostram diante de suas leis.<br />
Prince apertou o copo de ponche e, controlando a mão trêmula, colocou-o em<br />
uma mesinha do terraço. Voltou o olhar para Cleo e ela o olhou de volta, por<br />
cima do ombro.<br />
– Obrigada pela sua… advertência – Cleo agradeceu. Pensou que a conversa<br />
ia ficar por isso mesmo, mas estava enganada.<br />
– Senhorita… – Prince se inclinou como um príncipe de verdade. – Você me<br />
dá a honra dessa dança?<br />
Cleo franziu a testa. Esse homem não desistia. E bom, por que não? Lion estava<br />
dançando com a Mulher-Aranha em algum canto daquele salão. Tinha largado<br />
Cleo sozinha, e ainda que ela pretendesse se fazer de forte, se sentia ultrajada.<br />
Podia dançar. Ela queria dançar.<br />
Claro que sim. Dançaria com Prince, e que se danassem as consequências.<br />
– Com muito prazer, Prince. – Fez uma reverência feminina.<br />
Prince sorriu, rodeado de escuridão, como o príncipe das trevas que lutava<br />
para alcançar um pouco daquela luz que poria término ao seu tormento.<br />
Cleo pegou a mão dele, e Prince a atraiu para seu corpo.<br />
“A América produz uns homens grandes e fortes”, pensou enquanto movia o<br />
pescoço para trás para fitá-lo nos olhos.<br />
Ele segurou a mão dela com uma das suas, e posicionou a outra em sua<br />
cintura.<br />
Começaram a dançar ao ritmo de “Crush”, de David Archuleta.<br />
Não era exatamente uma música agitada, mas o pessoal do salão não se