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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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ou a destruiria, e ainda que ele quisesse machucá-la, não queria castigá-la de<br />

forma tão severa. Mas Cleo não permitiu que se retirasse.<br />

“Que grande filho da puta!”, ela pensou, lambendo os lábios, lutando para não<br />

chorar.<br />

– Pois eu prefiro um baunilha que nunca me ofenda como você está fazendo –<br />

parou para tomar ar, ainda de costas para ele, com os olhos verdes cravados no<br />

jardim. – Melhor do que um amo cruel que agride verbalmente a parceira, e faz<br />

isso de propósito.<br />

– Tá bom, Cleo. – Lion se virou no terceiro degrau. – Mas é que você e eu não<br />

somos parceiros. Se fôssemos, você não teria me desobedecido. Se fôssemos um<br />

casal, e tivéssemos feito amor como você disse, você teria mantido meu<br />

interesse e não me entediado a ponto de eu dormir. – Ele balançou a cabeça e se<br />

obrigou a permanecer impassível enquanto observava como ela estava aflita pela<br />

crueldade que ele destilava. – Não me importo com as suas preferências. Amo<br />

ou baunilha? Tanto faz. O que tem de ficar claro é que você é minha colega de<br />

trabalho. Estamos representando um papel. Estou te tocando e te satisfazendo<br />

porque sou um amo, porque faz parte do seu treinamento, mas nós somos agentes<br />

infiltrados. Não se esqueça. Só isso.<br />

– Então… – Ela se virou, alterada, com os olhos marejados e pálida pelo golpe<br />

emocional recebido. – Se é só isso, você não deveria se ofender com a visita do<br />

Magnus.<br />

– Eu me ofendo porque você está desobedecendo as ordens do seu superior,<br />

agente Connelly. É por isso. Achava que você era uma mulher mais profissional<br />

e disciplinada. Por mim, pode se atirar em quem quiser, mas quando estiver fora<br />

de serviço. Não agora.<br />

Lion desapareceu das escadas, deixando-a sozinha e desolada.<br />

Cleo estava tremendo e, para completar, tinha sido ridícula ao ponto de<br />

pendurar no espelho do banheiro a maldita foto de quando eles eram pequenos.<br />

Não encontrou outra maneira de fugir dali e de se recuperar, morta de<br />

vergonha pelo que ele tinha dito e ferida como mulher, a não ser pegar as chaves<br />

do carro e sair da pior panela de pressão que existia em Nova Orleans: sua casa.

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