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você no alpendre, relaxado, os dois rindo…<br />
– Alto lá. Você está se precipitando. Não pode acreditar que depois de ontem à<br />
noite eu esteja disposta a…<br />
– O que aconteceu ontem à noite?<br />
Cleo sorriu, tentando acalmá-lo, pensando que ele estava brincando.<br />
– Vem aqui…<br />
– Eu te perguntei o que aconteceu.<br />
– Lion…<br />
– Cleo! – gritou. – Me diga o que aconteceu!<br />
– Como? – Ela colocou a mão no peito.<br />
– Aconteceu algo de que eu deveria me lembrar?<br />
Ela engoliu saliva e se enfureceu. Ele estava fazendo de propósito! Era<br />
impossível que ele não se lembrasse de tudo o que ela havia falado.<br />
– Você sabe.<br />
– Sei? O que eu sei?<br />
– Lion… – Cleo sussurrou com a voz triste. – Você não está falando sério.<br />
– Não, não. – Levantou. – Refresque a minha memória, pequena, o que<br />
aconteceu? – pronunciou o apelido com aversão, do mesmo modo que Magnus a<br />
tinha chamado, mas sem o tom carinhoso.<br />
– Você e eu… dormimos juntos. Foi isso que aconteceu – explicou com a voz<br />
trêmula. – Eu pensei que…<br />
– Dormimos juntos? É sério? A única coisa de que eu me lembro é de ter<br />
dormido, bêbado, na cama.<br />
Ela não sabia como reagir às palavras dele. Será que não se lembrava de<br />
verdade? Ela lembrava tudo: cada palavra, cada detalhe, cada sorriso e cada<br />
gemido. Tudo. Estava gravado na memória… e no coração. Como ele podia<br />
dizer isso?<br />
– Você dormiu depois de fazer amor comigo – ela soltou, corajosamente,<br />
abraçando a si mesma. Seu estômago começava a doer.<br />
Lion deixou de se apoiar no sofá e se aproximou de Cleo. Com as mãos nas<br />
costas dela, inclinou-se sobre seu ouvido e garantiu:<br />
– Se eu te comi, Cleo, fiquei tão satisfeito que nem lembro de mais nada.<br />
Ela recebeu as palavras como um soco, ou como uma ducha de água fria.<br />
Metáforas e comparações à parte, ela virou pó. Emitiu um pequeno ruído com a<br />
garganta, um gemido rouco e abafado, mas não conseguiu responder. Tinha um<br />
nó na garganta que a impedia de pronunciar qualquer palavra, e o ar escaldante e<br />
pesado estava preso em seus pulmões.<br />
– Talvez você seja baunilha o suficiente para o seu… cavaleiro de armadura<br />
brilhante. Não pra mim.<br />
Afastou-se dela, decidido a subir as escadas e tomar um maldito banho que<br />
aliviasse aquela suprema amargura que o consumia. Tinha que sair de perto dela