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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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você no alpendre, relaxado, os dois rindo…<br />

– Alto lá. Você está se precipitando. Não pode acreditar que depois de ontem à<br />

noite eu esteja disposta a…<br />

– O que aconteceu ontem à noite?<br />

Cleo sorriu, tentando acalmá-lo, pensando que ele estava brincando.<br />

– Vem aqui…<br />

– Eu te perguntei o que aconteceu.<br />

– Lion…<br />

– Cleo! – gritou. – Me diga o que aconteceu!<br />

– Como? – Ela colocou a mão no peito.<br />

– Aconteceu algo de que eu deveria me lembrar?<br />

Ela engoliu saliva e se enfureceu. Ele estava fazendo de propósito! Era<br />

impossível que ele não se lembrasse de tudo o que ela havia falado.<br />

– Você sabe.<br />

– Sei? O que eu sei?<br />

– Lion… – Cleo sussurrou com a voz triste. – Você não está falando sério.<br />

– Não, não. – Levantou. – Refresque a minha memória, pequena, o que<br />

aconteceu? – pronunciou o apelido com aversão, do mesmo modo que Magnus a<br />

tinha chamado, mas sem o tom carinhoso.<br />

– Você e eu… dormimos juntos. Foi isso que aconteceu – explicou com a voz<br />

trêmula. – Eu pensei que…<br />

– Dormimos juntos? É sério? A única coisa de que eu me lembro é de ter<br />

dormido, bêbado, na cama.<br />

Ela não sabia como reagir às palavras dele. Será que não se lembrava de<br />

verdade? Ela lembrava tudo: cada palavra, cada detalhe, cada sorriso e cada<br />

gemido. Tudo. Estava gravado na memória… e no coração. Como ele podia<br />

dizer isso?<br />

– Você dormiu depois de fazer amor comigo – ela soltou, corajosamente,<br />

abraçando a si mesma. Seu estômago começava a doer.<br />

Lion deixou de se apoiar no sofá e se aproximou de Cleo. Com as mãos nas<br />

costas dela, inclinou-se sobre seu ouvido e garantiu:<br />

– Se eu te comi, Cleo, fiquei tão satisfeito que nem lembro de mais nada.<br />

Ela recebeu as palavras como um soco, ou como uma ducha de água fria.<br />

Metáforas e comparações à parte, ela virou pó. Emitiu um pequeno ruído com a<br />

garganta, um gemido rouco e abafado, mas não conseguiu responder. Tinha um<br />

nó na garganta que a impedia de pronunciar qualquer palavra, e o ar escaldante e<br />

pesado estava preso em seus pulmões.<br />

– Talvez você seja baunilha o suficiente para o seu… cavaleiro de armadura<br />

brilhante. Não pra mim.<br />

Afastou-se dela, decidido a subir as escadas e tomar um maldito banho que<br />

aliviasse aquela suprema amargura que o consumia. Tinha que sair de perto dela

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