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Amos e Masmorras - Lena Valenti

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Os homens se olharam entre eles, fazendo sinal de afirmativo, aprovando a<br />

atitude com o conhecido código xY, como se dissessem: “É assim que se faz,<br />

garoto!”.<br />

– Lion… você está amadurecendo? – perguntou a mãe dele, sorrindo com<br />

carinho.<br />

– A Cleo que tem que dizer – Lion repassou a pergunta, apoiando o queixo no<br />

ombro dela. – Estou mais maduro, pequena? – Colocou-lhe a mão no ombro,<br />

para que ela estivesse ciente de que ele estava usando o anel vibrador no dedo. –<br />

Cleo?<br />

Ela estava com vontade de arrancar os cabelos da cabeça dele. Como ele se<br />

atrevia a colocá-la naquela situação? E não só isso. Como se atrevia a dar<br />

esperanças aos pais deles de uma forma tão calculista?<br />

“Sim, claro que amadureceu. Tanto que está com um maldito anel de controle<br />

no dedo, conectado diretamente à minha bunda.”<br />

– Amadureceu – respondeu, enquanto pisava dissimuladamente nos dedos<br />

dele, triturando-os. – É que eu sou irresistível pra ele. – Lançou uma gargalhada<br />

ao vento. – Quem diria, hein?<br />

Lion e ela se olharam, completamente entregues aos papéis.<br />

– Sim! Quem diria, hein? – repetiu Lion, exagerando na atuação,<br />

compartilhando o sorriso e criando uma imagem de casal feliz diante de seus<br />

progenitores.<br />

– Mas então temos que comemorar! – exclamou Darcy. – Eu trouxe quiches e<br />

raspadinhas!<br />

– Ah, mamãe dois… – murmurou Lion, olhando para ela com admiração. –<br />

Você vai me fazer chorar. Sou louco por suas raspadinhas.<br />

– Como foi uma visita surpresa – disse Anna, desculpando-se educadamente –,<br />

não queríamos que você tivesse que preparar nada, Cleo querida; então<br />

trouxemos o jantar. – Levantou duas bandejas de vidro cobertas com papel<br />

alumínio.<br />

– Ai, mamãe… – falou Lion. – Não me diga que isso é jambalaya?<br />

Jambalaya era um prato típico de Nova Orleans, parecido com a paella<br />

espanhola, mas à base de frango, com mariscos, chouriço e muita pimenta.<br />

– E vocês, o que trouxeram? – ele perguntou aos homens do grupo.<br />

– A gente? – ambos se entreolharam e sorriram. – Hurricane! – Mostraram as<br />

garrafas.<br />

Hurricane era uma bebida típica de Nova Orleans, além do absinto, preparada<br />

com uma mistura de runs e sucos de todos os tipos. Era doce e forte.<br />

Cleo arqueou as sobrancelhas vermelhas e apertou os lábios com um quase<br />

sorriso.<br />

Ela e o álcool não se davam muito bem. E ela sabia, por experiência própria,<br />

que com seus pais era a mesma coisa.

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