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– Um chardonnay Hanzell. Você gosta, Cleo? – perguntou Lion, por cima da<br />
carta de vinhos.<br />
– Gosto.<br />
O garçom saiu, e ela aproveitou para se inclinar para a frente e arrumar um<br />
pouco a postura. Um momento… Ele tinha dito namorada? Dele? “Não importa.<br />
Foco.”<br />
– Por que você não pode aprender a relaxar? – Lion se adiantou. – Por que<br />
não, se você sabe que estamos fazendo isso para sua preparação e, no fim das<br />
contas, o objetivo é um maldito orgasmo, Cleo? Isso não faz você se sentir bem?<br />
– Eu adoro os orgasmos, sua anta – grunhiu em voz baixa. – O que eu não gosto<br />
é que me forcem além da conta, porque se você me deixa muito tensa, Lion, eu<br />
vou me arrebentar. Entende?<br />
– Você não vai se arrebentar comigo, Cleo. Você nem sequer conhece seus<br />
próprios limites. – Seus olhos azuis enxergavam nela coisas que nem a própria<br />
Cleo sabia sobre si mesma. – Você tem que aprender a confiar em mim, e tem<br />
que deixar a coisa fluir. É o básico da nossa relação. Simplesmente obedeça.<br />
– Não sou um robô. Tenho cérebro.<br />
– Isso eu sei. Não estou dizendo no que você tem que pensar, nem o que<br />
precisa estudar, nem que roupa usar, ou que merda comer, nem no que<br />
trabalhar… Não me ofenda; não sou desses amos fissurados em controle. Nossa<br />
relação é baseada no sexo e no contato físico, e é aí que eu mando.<br />
– Por que não posso me sentir ofendida com o que você está dizendo? –<br />
Revirou os olhos e os apontou para o teto. O que ela tinha?<br />
– Porque você sabe que tenho razão.<br />
Cleo não entendia como Lion acreditava saber tantas coisas sobre ela. Se ele<br />
nunca tinha se importado, nem muito menos teve interesse em como ela estava.<br />
Haviam se passado anos sem nenhum contato, exceto no dia do Smithsonian. Ela<br />
se ofendia que Lion acreditasse saber tudo de que ela precisava.<br />
– Você não me conhece, Lion. Não gosto de ficar dando espetáculo.<br />
– Se você não gosta – disse ele em voz baixa, assegurando-se de que ela<br />
entendesse o tom e o significado de suas palavras –, você não teria decidido gozar<br />
no meio da rua.<br />
– Você estava me apertando com a perna.<br />
– Bobagem. Com o controle que você tem, dava pra ter aguentado no mínimo<br />
mais uma hora. Você ficou excitada porque ninguém sabia o que você tinha entre<br />
as pernas. Você estava gostando, inclusive quando estávamos falando com a<br />
Sophie, quando você estava tão perto de gozar… Você é uma pequena<br />
provocadora, Cleo. Seu caráter, seu perfil nas entrevistas, como você foi<br />
desafiadora com o pobre senhor Stewart naquele teste psicotécnico… Tudo isso<br />
me fala sobre você e aponta que Cleo Connelly adora uma corda bamba e adora<br />
ser desafiada. Você já teve namorados, Cleo?