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também não queria isso a deixou mais tranquila.<br />
– Ainda que essa decisão de não dividir não vá estar em nossas mãos caso a<br />
gente perca os duelos, lembra? Os monstros vão poder mandar no que bem<br />
entenderem.<br />
– Verdade. Mas não vamos chegar a esse ponto. Vamos encontrar todos os<br />
baús.<br />
– Você está muito segura da sua capacidade, senhorita Connelly.<br />
– E você não está da sua?<br />
– Eu considero que vamos encontrar outros participantes. Tenho que levar isso<br />
em conta. E você também deveria considerá-los, pequena. – Pegou no nariz dela<br />
como se ela fosse uma menina e sorriu com ternura.<br />
Cleo pestanejou, intrépida. Calcinha ao chão. Incrível. Lion a assustava e a<br />
deixava sem argumentos quando se comportava daquele jeito.<br />
“Continuo sólida ou me derreto?”, perguntou a si mesma.<br />
Lion pegou no queixo dela e ergueu um pouco seu rosto. Sentada como estava,<br />
ele era ao menos duas vezes maior que ela.<br />
– Gosto dos seus lábios brilhando assim. Você se maquiou?<br />
– É…<br />
– Sim. Você é naturalmente muito bonita, Cleo. Mas é só se maquiar um<br />
pouco… e você chama muito mais a atenção. São seus olhos.<br />
– O que… o que tem eles? – perguntou, assustada.<br />
– Seus olhos… Sabe como são?<br />
– Hmm… grandes?<br />
– Grandes… isso. Me diz, Cleo… – estava se embebendo dela –, você tem<br />
mais alguma dúvida? Mais alguma objeção?<br />
– Não bata nos meus peitos nem no meu rosto, senão eu arranco seus dentes.<br />
A imagem de Cleo revidando uma bofetada sexual ou tirando seus dentes<br />
como uma sádica fez com que ele a soltasse e emitisse uma incrível gargalhada.<br />
– Do que você está rindo? – perguntou, admirada. – Estou falando sério, Lion.<br />
Nada de agressões desse tipo ou…<br />
– Ou o quê? – Tão rápido quanto ele a havia soltado, girou o banquinho dela e a<br />
encurralou entre ele e o balcão da cozinha. – O que, bruxinha? O que você vai<br />
fazer?<br />
– Por que tantos diminutivos carinhosos? – Cleo sentiu seu hálito de menta e<br />
lembrou que ele era viciado em Halls. – Você me deixa nervosa. Está ficando<br />
mais dócil, senhor?<br />
– Eu nunca fico dócil, Cleo – ronronou, passando o dorso de seus dedos na<br />
bochecha dela. – Sou sempre duro.<br />
Um ponto para o gigante.<br />
Ficaram em silêncio, se olhando. Cleo não sabia o que estava acontecendo, e<br />
se soubesse, não queria pensar muito a respeito.